Elvis Costello, nascido Declan Patrick MacManus em 1954, em Londres, é um dos músicos mais interessantes dos últimos vinte anos. No presente contexto, debruço-me sobre três trabalhos: The Juliet Letters, com o Brodsky Quartet (1993), Anne Sophie von Otter Meets Elvis Costello (1992) e, mais recentemente, North. O primeiro é uma preciosidade: hipotéticas cartas enviadas mas nunca recebidas, cantadas por um um tipo que não tem voz mas canta belissimamente, acompanhado por um quarteto de cordas. An equal music, de que falei antes, vem de imediato à ideia. O trabalho com Anne Sophie von Otter é a primeira gravação para a Deutsche Grammophon e é outra preciosidade: pérolas da pop gravadas por uma das mais belas vozes actuais, com Costello a fazer o contraponto do ogre sentimental. Belíssimo. Só por Like an angel passing through my room (dos Abba!!) o disco vale o seu peso em ouro.
Por fim, North. É deste ano. Dentro de cem anos as canções deste disco de Costello serão tocadas em bares escuros e sombrios, por um pianista velho, entre fumo e vapores de álcool pesado. Dentro de cem anos haverá confusão sobre se estas músicas são de Gershwin ou Porter. É o conjunto das canções mais perfeitas de toda a primeira década do novo século, incluindo os sete anos que aí vêm. Melodias, textos, arranjos, músicos, é tudo perfeito. Música é isto. Não há melhor prenda este Natal.
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