5 de dezembro de 2003

belo birthday

Um Belo birthday, tive um belo birthday. Uma prova de química que não podia ter corrido muito melhor e depois voltas pela Lisboa que mal conheço a andar no sentido contrário ao sentido que devia tomar, a chegar a montes de sítios menos ao paradise garage! Acabei por chegar, depois de fazer todo o caminho de volta para trás, e antes do concerto ainda tive a hípotese de apanhar alguns elementos da banda e pedir autógrafos, falar um pouco, tirar fotografias... E o concerto: indescritível. Amélia, gostaste? Claro que gostaste... e eu não te vi lá. Quer dizer, se calhar até vi mas sabia lá eu. Estive tanto tempo quase encostado à grade que me doíam as costas quando saí. Muito empurrão mas não passou do equilíbrio entre o confortável e o violento que deu para apreciar aquela música visual toda. São uma banda que definitivamente ganha outro valor ao vivo e para quem vibrou mesmo com a actuação, será difícil olhar para o álbum da mesma maneira. O baixista até me deu os parabéns, enquanto me dizia que tínhamos um país muito bonito... Enfim, não sei se o compreendo. Quando estou rodeado de hora de ponta, inverno antecipadamente escuro e faróis de carros que apitam por tudo e por nada, não é propriamente a beleza que mais me chama a atenção. Naquele momento, Lisboa não me pareceu um sítio bonito, de modo que fiquei um bom bocado aquém daquela opinião. Nada que uma boa volta pelo Chiado num dia de uma tarde bonita não curasse. Eu de facto conheço pouco de Lisboa, e cada vez lá salto menos.
Então fecha-se assim qualquer coisa entre um quarto e um quinto da minha vida provável. E é chato quando damos com o fim de uma unidade tão considerável. Faz-me perguntar quanto é que já fiz, porque, se estou a um quarto da vida, resta-me mais três vezes o tempo que já passei, e se até agora não consegui assim tanto, talvez algo tenha de mudar. Ou talvez se construa tudo ao longo dos três primeiros quartos para que sejamos gloriosos no fim. Ou talvez não.
É realmente nobre que se goste mais de dar do que de receber. Isso faz de mim qualquer coisa como um aparente egoísta. Nada como receber prendas, delicia-me, passo sempre o dia de anos a nadar em boa disposição que me trás a atenção e os presentes. Pareço uma criancinha... Quero parecer uma criancinha todos os aniversários até morrer. Mas não todos os Natais. Aos Natais nunca pareço uma criança, e suspeito que é porque tenho que me preocupar em dar!
Continuo com o tempo apertado, blogs têm de ficar muito em baixo nas minhas prioridades.
Amanhã, cardiologista.

Amélia, gostaste do concerto?

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