Penso que passei uma infância feliz! Digo penso porque às vezes a nossa memória prega-nos partidas... e essa recordação nebulosa, às vezes quase misteriosa de uma infância feliz não corresponde à verdade. Isto é pelo menos a tese de muitos livros, alguns filmes e centenas de psicólogos acreditam piamente que se um gajo aos cinquenta anos começa com uma fobia social banal (por exemplo entrar num elevador com muita gente), tudo terá a ver com um qualquer trauma obscuro e esquecido, de preferência de natureza sexual, nessa infância feliz... Eu não acredito nisto, é banha da cobra. Não é porque um acontecimento antecede outro que o primeiro é causa do segundo. Mesmo que essa conclusão pareça lógica é sempre uma inferência feita à posteriori e impossível de comprovar. Mas passemos à frente, voltemos ao tema...
Eu já revirei tudo e não me lembro de nenhuma experiência muito traumatizante, e como não tenho nenhuma fobia social muito evidente, acredito que a minha infância foi feliz.
Foi passada em Portalegre.
Decorreu no século passado.
Durou muitos, muitos anos...
Às vezes até parece que já foi uma outra vida minha, ou que relembro contos de outra pessoa, outra criança, estilo irmãos Grimm.
Aqui passarei a relatar extractos dessa infância, memórias que me ficaram de coisas, de momentos, de gentes que muitas já morreram. Será também uma forma de agradecimento aos meus pais que me transportaram nessa infância. Acho que nunca lhes disse, nunca lhes agradeci, mas tive os melhores pais do mundo, no melhor e no pior, como é claro! Mas transmitiram-me duas coisas que vou tentar conservar sempre comigo e dar aos meus filhos: amor e sabedoria.
Vamos lá às histórias da minha infância...
PP: Este era para ser "postado" na sexta-feira mas não tive tempo... vim agora aqui num instante, acabado de chegar de Elvas, ainda cheio de vibrações da mota!
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