Fico contente pelos dois. Na idade em que estão, ele com 74, ela com 70, é muito bom vê-los com disposição para pegar o carro, atravessar a cidade e ir ao cinema. Parece que estou ouvindo o meu pai dizer "Tua mãe vai dormir a metade do filme, mas não importa, ela sempre acorda nos momentos mais importantes, não perde nada".
Noite de domingo. Ligo para a casa de meus pais. "Seu" Viegas me atende. E ai, pai, como foi o filme? Pergunto. Ah, foi muito bom. Tirando uns probleminhas que aconteceram. Me diz ele. Como assim? Eu pergunto, e ele passa a me relatar os "tais probleminhas":
Viegão, fazendo um lanche depois do cinema. Em foto de Tamara, sua neta. |
Entramos. A sala de projeção toda escura. Nem percebemos que era a sala três. Com alguma dificuldade achamos dois lugares e sentamos. Na tela, aquele personagem, o Crô, aquele, da novela, fazia umas estripulias. Tua mãe me perguntou se estávamos na sala certa. Respondi que sim e disse que aquilo deveria ser um trailer. O nosso filme já, já, iria começar.
Não era. Mais dez minutos e percebemos que estávamos na sala errada. Saímos naquela escuridão. Não tinha um lanterninha pra ajudar. No meu tempo, não faltavam os lanterninhas no cinema. Hoje está tudo mudado, tudo moderno e a gente que se dane.
Achamos a sala certa. Meia hora de filme já havia transcorrido. Mas não importava. Eu queria ver o filme de qualquer jeito. Como eu já tinha lido o livro, entendi tudo. Tua mãe, não. Primeiro que ela dormiu boa parte do filme. Não entendeu muito. Mas acordou sempre nas horas principais. Outra hora, vou de novo. Para ver a parte que perdi. É um bom filme.
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