1.
Um estudo de há uma semana divulga que Lisboa é
a capital onde há maior número de carteiristas;
2.
Há precisamente quinze dias, um alemão vem a
Portugal por motivos de trabalho que envolvem alguém próximo da autora destas linhas. Paga a
corrida de táxi, solicita fatura (que guarda na algibeira das calças) e, já na
reunião onde se encontra, descobre que se esqueceu da carteira no veículo. Pede
auxílio aos presentes. Um telefonema para a companhia de transportes , traz-lhe de volta o que
tinha perdido: documentos e cerca de duzentos euros. Louva a honestidade que ,
segundo afirma, se tratava de valor em descrença;
3. Há cerca de 2 anos, uma
holandesa vem à capital, igualmente por motivos de trabalho. O mesmo familiar
próximo recolhe-a num hotel da baixa, junto ao balcão de receção. A senhora vai
buscar a mala que tinha deixado num sofá à entrada, ficando em desespero ao
descobrir que alguém, sub-repticiamente, terá entrado no local, com planos de se apropriar dos bens alheios. A caminho da esquadra, dois
velhos amigos do português que a acompanhava, ouvem o episódio. Um deles diz
que algo de semelhante lhe aconteceu em Amesterdão, nos transportes públicos.
Como nota solta e a fugir à lógica, lembro outro episódio próximo, a envolver um jovem estagiário de jornalismo. A
sua primeira tarefa no jornal, foi a de analisar as estatísticas da
criminalidade nos comboios da linha de Sintra. No dia seguinte, não tendo outro
meio de transporte a não ser o dito comboio, viu o trabalho prolongado no mesmo
periódico, até às 23h (estava previamente estipulado que o horário de saída seria às
18h). Apanhou transporte por volta das 24h, talvez para testar in loco a
fiabilidade das estatísticas.
Imagem: ‘Bartoon’ de Luís Afonso, Público, 29 de setembro de
2013
2 comentários:
uma amiga polaca, antes de vir a Portugal, leu num livro qualquer que em Portugal os motoristas dos autocarros públicos são péssimos, acreditou e não queria andar de autocarro...
finalmente não teve outro remédio e ficou muito surpreendida por serem como na Polónia
a vida é feita de crenças e descrenças? ;)
A vida é feita de crenças e descrenças, sim, embora depreenda que seja uma pergunta retórica, almariada :)
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