Não muito dada a doces (nem aos que atraem a maioria), existe um, irresistível, as orangettes, cascas de laranja cristalizada, envoltas em chocolate amargo. Trabalho deste sábado terminado descobre-se, por acaso, um local onde as vendem, de fabrico artesanal. Pequeno capricho de fim de semana : trazer, para casa, um pacotinho, com o confessado «péché mignon»... Tendo acabado de espreitar o The Guardian, ressalta a imagem captada num país africano no qual, através de um programa internacional de combate à fome, se procede, com regularidade, à distribuição de porquinhos da índia para sobrevivência das populações. Preenchem, de modo súbito, o pensamento, os versos finais de um despretensioso poema de Matilde Rosa Araújo por aqui deixado, em tempos: «diz que perdoas meu fato/junto de teu abandono/moço de fato macaco/que varres folhas de Outono». Nenhuma imagem para o apontamento presente (a das orangettes, por surgir como ostensivo despropósito, a do jornal britânico, por motivos pessoais que não vêm ao caso).
*versos do poema de Matilde Rosa Araújo citado no texto
1 comentário:
e como os apetites de alguns de nós, é a fome de tantos outros :-(
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