13 de fevereiro de 2012
Sinopse carnavalesca (de dois dias)
Em antevisão de um carnaval tímido cá pelo burgo, invadem-nos fortes suspeitas de que a quadra ainda irá dar alguns metros de prosa nos jornais e outros tantos de diálogo mais ou menos monologado por transportes públicos ou ao balcão do café. A propósito da época (com ou sem tolerância de ponto), ficamos a pensar – com todo o direito ao contraditório – que, excetuando a tradição transmontana dos caretos e os festejos em localidades conhecidas, o que caracteriza as nossas gentes (conceito algo diluído pela globalização, S. Valentim, dia das bruxas & etc.), se prende com o gosto por tradições como o caldo verde acompanhado de broa de milho ou o verde tinto bebido na velha malga de louça rústica e estalada (pensando nos antepassados)… Ah! E as janeiras que, injustamente, quase caíam no esquecimento, isto para não falar no belíssimo ensopado de borrego (embora também se defenda a raia alhada da zona de Faro, forma magistral de cozinhar um dos mais fantásticos peixes de mar)… Bom, a divagação gastronómica encontra explicação na proximidade da hora de jantar e vai ser de imediato travada… Cada um guardará, decerto, para si ou com os respetivos botões (caso os usem, excluem-se da afirmação os Amish que os abolem por convicção) suas tradições que, segundo alguns especialistas na matéria, nem sempre serão tão ancestrais quanto as cremos (vide Noam Chomsky). Pelas redondezas, abrem na presente época pequenos comércios de aluguer de fantasias infantis, deixadas à porta para atrair a clientela. A imaginação ainda não floresceu, continuando-se a repetir os clássicos da Disney ou a banda desenhada dos super heróis.
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6 comentários:
Este Carnaval tem pouco a dizer e muito a fazer. Quanto mais se disser e pouco se agir, mais fácilmente os marcarados de politicos se irão rir dos aparentados Zés. Caricato mas a verdade. Eu faco-lhes um MANGITO.
Abraço a todos, e umas boas Malassadas à moda dos Açores.
Pois é certo, Carlos Caria, embora a ideia do «diálogo» tenha vingado e não é de hoje, muito se dialoga (ou monologa)... E quanto às malassadas, embora seja fã dos Açores, por estranho que pareça, ainda não as conheço, vou investigar (talvez a receita não tome muito tempo).
Abraço retribuído em nome de todos.
O plátano foi vítima duma poda bárbara. Encontra-se num estado lastimável. Ironicamente, a placa toponímica diz «Largo dos Plátanos.» É uma constante por todo o concelho de Sintra.
Também já tinha reparado na ironia, António, embora aqui pela zona mais litoral de Sintra, assista a este «tratamento» anual e os plátanos, pacientemente, lá vão recuperando... Não é agradável à visão este corte impiedoso, a lembrar mãos decepadas.
Antes de reparar no plätano, pensei: Oh! Coitada da Branca de Neve... decapitaram-na!" :)
Quanto às tradições...
Na paparoca... no que diz respeito a ovinos/caprinos, as origens obrigam-me a escolher a chanfana, se bem que... se é para apostar forte... é na doçaria que o faço (retirando bolos que levem fruta seca/ou cristalizada e os pastéis de Belém!).
Já as outras tradições, havia uma marca de whiskey que tinha um "slogan" genial que se aplica ao tema: "a tradição já não é o que era"... Se não... veja-se o dia de hoje! Nada mais representativo das alterações que o nosso mundo 'sofre', não? (No entanto, recomendo que se passe pelo Google. É fofinho!)
Ai a chanfana e os docinhos! Também subscrevo, Luísa;))) esse «slogan» publicitário ficou mesmo na memória e, apesar dos anúncios que lhes estavam ligados subverterem por completo a questão, foi - penso que por isso mesmo - uma campanha bem conseguida:)
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