20 de dezembro de 2011

Outros Natais




Vendo postais da época vitoriana, houve um que reavivou o universo dos contos infantis. Fez lembrar ainda que, atualmente, ao desejar apresentar exemplos a fim de partir para outros voos literários em contexto de ensino, verifico serem estes relatos de infância (até os mais vulgares)  desconhecidos de muitos jovens (os exemplos escolhidos para as finalidades em mente acabam, muitas vezes, por ser “roubados” aos filmes em cartaz). Nunca imaginei que em idades ditas «do armário» pudesse olhar pequenas plateias ávidas por histórias não lidas na infância. Serão múltiplos os fatores explicativos a dar que pensar, desejando acreditar que o impulso dado às bibliotecas escolares (caso não sofra retrocessos) poderá trazer frutos a fugir ao determinismo da desigualdade. A presente imagem, um antigo postal da quadra, remeteu-me de imediato para um conto tantas vezes lido mal comecei a juntar letras , certamente conseguirão restabelecer o elo: a narrativa acabava de modo invulgar, fugindo às tradicionais fórmulas de encerramento, o que talvez contribuísse para despertar a atenção de pequena leitora ávida. Quando descobri ter o autor do conto passado por Sintra, deixando em registo que «por cá se sentiu como no seu país» pareceu-me ter-lhe encontrado mais um motivo de empatia.

Fonte da imagem: thedoodleplace

6 comentários:

Luísa disse...

O Soldadinho de Chumbo... ai... snif snif...
Agora vou confessar: não me lembrava quem era o autor. :s

teresa disse...

Pois, mas o nosso guia (um deles) conhecido por 'Google' encarrega-se de nos reavivar a memória, Luísa;)

Luísa disse...

Nem mais... às vezes a informação é tanta que vai ficando enterrada por baixo de nova que surja...

Só o li uma vez, há tantos anos... era da biblioteca da escola primária!!! (não era uma biblioteca a sério, eram "só" os livros do filho do meu professor. Como ele era bem mais velho, já não lia aquilo e o professor resolveu usá-los connosco. Eu ainda cheguei a ganhar um: "Anita em viagem" :D).

Carla Jané disse...

Belo texto, Teresa. Nunca se editou tanta literatura infantil - ou dita infantil - como nos nossos dias, mas padece, regra geral, do mesmo mal dos livros escolares: as ilustrações superam, de longe, a escrita.
Um beijinho

teresa disse...

É certo, Carla, embora haja excepções, dado nos tempos que correm me encontrar, de certo modo, ligada a estas coisas da literatura infanto-juvenil.
É bom «vê-la» por aqui.
Beijinho:)

teresa disse...

Já não sou da geração «Anita», Luísa, mas os meus primos mais novos e as minhas filhas também receberam alguns desses exemplares:)