25 de maio de 2011
Janelas
Janelas são olhares que se rasgam sobre o mundo e proporcionam uma infinidade de livres associações , consoante o ângulo captado.Torna-se, pois, aliciante, fotografá-las de diversas perspectivas , viajando pela liberdade criativa que proporcionam, imaginando-se deambulações por espaços ilimitados ou apelativos convites à introspecção.
Vogando no tempo, lembram ainda episódios romanescos (deixemos de parte as defenestrações, embora possam surgir tentadoras nos tempos que correm), como serenatas ou casadoiras filhas de família que, em distâncias temporais, conversavam com os seus “apoderados” (não no sentido tauromáquico), para utilizar um termo de um avô de grata memória. Na última situação, evocam-se relatos distantes de quem assim comunicava com os seus mais-que-tudo, de uma altura hoje impensável, dando provavelmente a conhecer a toda a população local o teor de íntimas considerações. No entanto, torna-se impossível deixar de sorrir ao lembrar que a vida privada se vai diluindo – sim, existe aqui algo de voyeurismo consentido - quando ouvimos aqueles a quem conferimos o cada vez mais raro dom da sensatez. Dizia-me há pouco uma grande amiga oriunda de uma pequena aldeia do interior que não viajava por redes sociais porque as considerava mais devassadas do que o estreito vilarejo de origem, com cerca de uma centena de habitantes.
Deixando de parte a divagação sobre este olhar para um universo mais ou menos redutor, será fácil descobrir que janela aqui se encontra retratada do plano onde nos situamos para as alturas em que majestosa se assoma. Onde se encontra tão apelativo olhar para o mundo? Fácil, o desafio.
Palácio Nacional de Sintra, acertou a Branca.
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2 comentários:
Humm...não assim tão fácil, são todas diferentes mas todas iguais :): Sintra, Palácio?
Pois é, Branca, não sendo fácil, acertou:)
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