23 de abril de 2011

Lisboa que amanhece

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Perto do rio, o casario abandonado. A imaginação refaz – hábito inevitável - percursos no tempo sempre que se vislumbra o bairro, outrora marcado por uma vivência aldeã:crianças a jogar ao arco, ao pião, gente humilde, de orgulhosa honestidade, a entrar na drogaria, na tasca, no lugar das hortaliças… Hoje os prédios, em desprezada beleza, padecem de doença crónica, num desespero que testemunha um passado a fervilhar de vida. Lojas de rua a ostentar antigos letreiros, com vidros estilhaçados, amontoando-se vigamentos apodrecidos e entulho no seu interior. As casas de habitação, desertificadas, conservam fragmentos de azulejo em  janelas voltadas para o curso de água.
E assim Lisboa ribeirinha ruma à madrugada que – a imaginação ainda é livre – se idealizaria de sol, plena de vida. Alguém mais o terá pensado, ao deixar, na fachada da antiga casa térrea, um grito harmónico a expressar-se através da imagem. «O que nunca poderemos fazer, sentar-nos a contemplar o espectáculo do mundo a correr».

2 comentários:

Carlos Caria disse...

Lindos estes conjuntos de imagens e frases, sobre o José e Pilar na Campo das Cebolas.

teresa disse...

Precisamente, não sei se lá estão há muito, mas só dei conta delas há cerca de um mês.