31 de maio de 2010

A Clint Eastwood pelo seu octogésimo aniversário

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(imagem: silver gallery)

Mais do que um actor ou realizador, Clint Eastwood é uma lenda de Holywood. Ícone do western (com John Wayne) passeou, durante anos, a sua figura esguia por saloons. Nascido após a depressão, viveu a adolescência em Oakland. Com a guerra da Coreia (1950-1953) foi integrado no exército até conclusão do serviço militar. Um filme rodado nessa época na caserna em que se encontrava acabou por lhe mudar a vida, possibilitando-lhe contactos em Hollywood. Após a guerra integrou filmes de «série Z» hoje esquecidos, acabando por desempenhar um papel em Rawhide, série western de grande sucesso televisivo.
Ícone do Oeste
A série acaba por despertar a atenção de Sérgio Leone que o convida para a personagem «homem sem nome», o pistoleiro em «Por um punhado de dólares». A sua figura carismática opera maravilhas e Leone convida-o para retomar o papel em dois westerns spaghetti: «Por uns dólares a mais», «O bom, o mau e o vilão». Após alguns filmes de guerra, o actor terá um segundo encontro que lhe mudará a vida: Don Siegel. Graças ao realizador, veste a pele de Harry Callahan, polícia violento e reaccionário de «Inspector Harry», personagem que trará durante muito tempo «colada à pele», ao ponto de o público e a crítica não serem capazes de o dissociar da figura.
O sucessor de John Ford
Ao lado destes dois mestres, Eastwood lança-se na realização. Em 1971 faz a sua estreia com «Um arrepio na noite», início de uma carreira sem precedentes, seguramente mais auspiciosa que a de actor. Torna-se memorável o impacto provocado em 1992 com «Imperdoável». Com tal obra prima, o actor enterra em definitivo a imagem associada ao western e arrecada os Óscares de melhor filme e de melhor realizador. Seguem-se-lhe outros filmes maiores: «Um mundo perfeito», marcante «road movie» e «As pontes de Madison County», talvez o melodrama mais expressivo de todos os tempos, «Meia-noite no jardim do bem e do mal», um perturbador filme de investigação e «Space Cowboys», western galáctico rapidamente caído no esquecimento.
Último dos moicanos?
Eastwood é um cineasta obcecado pela morte e pelo correr do tempo. Todos os seus filmes evocam essa perda potenciada pela passagem dos ponteiros do relógio. Serão ainda de destacar, entre outros belos exemplos, «Mystic River» e «Million Dollar Baby» (Óscares do melhor filme e do melhor realizador). Com «As bandeiras de nossos pais» apresenta o primeiro filme de guerra, obra digna e distante da lamechice «patrioteira» receada pelos mais cépticos. Tendo hoje completado 80 anos , nunca se revelou tão enérgico. Eastwood apresenta-se incansável com inúmeros projectos, como que consciente da corrida do tempo. Parece que o velho leão não se renderá sem combate.
(adaptado de l'internaute magazine)

6 comentários:

Felicidade disse...

Adoro, adoro, adoro e adoro!!!!!

José Quintela Soares disse...

"Respeita o teu esforço, respeita-te. O respeito por nós próprios conduz à regulação da nossa disciplina. Quando te esforças e és disciplinado, tens o verdadeiro poder".

"Por vezes se queres uma mudança para melhor, tens de pegar nas coisas com as tuas próprias mãos".

Citei-o.

teresa disse...

... e só faz sentido tentarmos melhorar, cada vez mais, aquilo que nos dispomos fazer nesta "passagem". Se formos ver, Eastwood ainda é um jovem (tomando como ponto de referência a idade e a energia de Manoel de Oliveira):)

ABS disse...

O Eastwood é um génio. Ainda por cima é um jazzman de corpo inteiro. É só qualidades!

Julio Amorim disse...

Bem ....tenho que acrescentar aos superlativos de Clint...que acho o rapaz um pouco "republicano" demais para o meu gosto.
Mas tiro o chapéu por alguns dos seus filmes !

teresa disse...

ABS,

essa do jazzman não me escapou, mas aí daria um post de quilómetros:)

Júlio Amorim,

quanto a ser "demasiado republicano", parece realmente não ter sido característica que tenha afectado as qualidades de realizador.