17 de dezembro de 2009

ERRÂNCIA PELOS COMERES DE MÉRTOLA

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O correio do Natal de 1997, trouxe-lhe um livro que trazia dedicatória: “Mais uma vez o Alentejo. Já que o gosto é a síntese de todos os sentidos.”
Ao folhear o livro, lembra-se de ter dito de si para si: também o gosto de partilhar solidões…
“Aromas e Sabores”, foi um trabalho coordenado por Nádia Torres e que contou, para o texto e ilustrações, com a participação de alunos, professores e funcionários da Escola C+S de Mértola. Mais não é que um passeio sobre as comidas de Mértola. Aqui apraz-lhe citar Alexandre Pinheiro Torres: “Porque o Alentejo é o único sítio de Portugal onde se sabe tudo o que importa saber.”
Profusamente ilustrado, “Aromas e Sabores” prova, se necessário fosse, que a comida alentejana não é feita só de pão e coentros.
Na apresentação do livro Manuela Barros Ferreira escreve:
“Palavras não matam fome, nem que digam mil comidas. No entanto, as palavras são, para os poetas, pão do espírito, sementes lançadas ao vento, fermentos de mudança. Podem ser doces como mel, amargas como fel, picantes como pimenta. A comida exposta em palavras não é, certamente, um livro de poemas. Não há qualquer prazer espiritual na leitura de um livro de receitas. No entanto, para além dos prazeres adiados (e muito concretos) que encerra, pode conter, como este, tudo aquilo que permite a sobrevivência de uma população ao longo de anos e ao longo do ano.”
Tempo de Natal, este que atravessamos, ocorreu-lhe reproduzir uma receita adequada e traz esta de filhós. Em devido tempo experimentou a receita e achou delicioso aquele toque da aguardente, coisa que a avó não punha nas filhós que fazia e que, apesar de, não deixavam de ser deliciosas:

3 ovos
2 colheres de açúcar de sopa de banha
50 grs. De açúcar
3 laranjas
0,5 dl de aguardente
1 limão
Canela
Farinha
Óleo
Misturam-se os ovos inteiros, o sumo das laranjas, a banha, o açúcar, a raspa da casca do limão e uma pitada de canela. Depois de todos os ingredientes bem incorporados, junta-se farinha em quantidade suficiente para poder tender, sovando bem a massa. Deixa-se descansar algumas horas e estende-se a massa com o rolo, sobra a pedra polvilhada com farinha. Corta-se com o feitio desejado e frita-se em óleo bem quente.”

3 comentários:

teresa disse...

Que maravilha! Mesmo quando não comento, sou sempre apreciadora destes posts com receitas... e, sem provocação para os não apreciadores, sempre a sonhar com uma que tenha como ingrediente a tal maravilhosa erva aromática do Sul:)

Leonor disse...

O presente de Natal perfeito!Aplaudo todas as iniciativas que façam chegar o mais longe possível os sabores,os cheiros e o bem estar maravilhoso dessa paisagem tão especial!Está decidido!Será a receita das filhós deste Natal!

Anónimo disse...

Ontem, por estes lados, a receita foi experimentada, adaptada e aprovada :)