30 de junho de 2009
Começos de livros
Começo de “A Cabana Indiana” de Bernardim de Saint-Pierre:
Há cerca de trinta anos constituiu-se em Londres uma sociedade de sábios ingleses que tinha por fim procurar em diversas partes do globo luzes sobre todas as ciências para esclarecer os homens e torná-los mais felizes. Era auxiliada por uma sociedade de subscritores da mesma nação composta de negociantes, de “lords”, de bispos, de universidades e da própria família real, a que se juntavam alguns soberanos do norte da Europa. Os sábios eram em número de vinte, e a Sociedade real de Londres dera a todos um volume com três mil e quinhentas perguntas a que haviam de dar solução.”
E estas senhoras? Quem são?
Uma descoberta de 1968
Reconheceis esta senhora?
Teresa disse...
Florinda Bolkan, brasileira.
30 Junho, 2009 21:24
Teresa disse...
E foi descoberta por Visconti..
Um casal apaixonado
Reconhecem-nos?
1970
Luisa Moreira disse...
Irene Cruz e João Lourenço. E está certo. Tinham ambos 25 anos nesta fotografia.
Uma jovem
Estreava-se assim em 1967.
Quem é? Completam-se as respostas!
teresa disse...
Como o feno se amontoa agora pelos campos vizinhos, vou responder-te assim:
"Menina cheirando a feno
casado com hortelã."
... e o peluche XXL?:)
Miss Vee disse...
Era a Tonicha?! Não diria... :)
Teresa disse...
Começou por ser Antónia Tonicha.
Os cinemas também se abatem
O cinema tem a ver com o espectáculo – a sala às escuras, o ecran luminoso.
As voltas que o mundo der, não modificarão a ideia de que o cinema, para ser sentido, tem que ser visto numa sala. É aí, como dizia Roland Barthes, que se produz esse festival de afectos a que chamamos filme. O resto frequenta-se mas falta aquele sabor.
Eram “com” e não “de” que dos filmes se dizia nos anos 50, o tempo em que o cinema se lhe agarrou à pele como sarna. Queríamos saber os nomes dos actores. Não se lembra de se preocupar com o nome dos realizadores. Sobretudo o nome das actrizes, e mais tarde veio a saber que uma das razões pelas quais o cinema existe é, de facto, para filmar as mulheres. Com Truffaut, aprendeu que as pernas de uma mulher marcam o compasso do mundo, seja lá o que ele pensa que isso é.
Quem gosta da vida vai ao cinema. É lá que tudo se passa.
Lauro António, entre Setembro de 1974 e Março de 1975, realizou um filme a que chamou “Vamos ao Nimas”.
O filme foi estreado, em Lisboa, nos cinemas Estúdio, Apolo 70, Tivoli e Olympia e pretende ser uma evocação dos “cinemas de bairro” que já não existem, de salas de cinema que pelo país, um pouco por toda a parte foram encerrando as portas, e em muitos casos, com os edifícios destruídos.
Diz Lauro António: “por maquinações do capitalismo, os velhos “clássicos”da aventura, do humor, do “suspense” ou do amor cederam progressivamente o seu lugar a este estendal de violência gratuita, de especulação, de barbárie que por todo o lado cresce. Enquanto desaparecem as salas que viram nascer e morrer uma época de ouro.”
Ainda Lauro António:
"Aqui existiu uma sala de cinema. Uma sala popular. Um bilhete para uma sessão dava direito a ver duas fitas em reprise.
Aqui existiu uma sala de ilusões. Aqui Gene Kelly dançava à chuva.
Marilyn amava.
James Bond tinha ordem para matar.
Chatrlot dava pontapés nos polícias
Os Marx faziam coisas impossíveis
Tarzan lutava com crocodilos-"Me Tarzan. You Jane."
Zorro e Fantomas na mesma sessão.
Bogart em "Casablanca"
A malta sorria - ria - sonhava - vibrava."
Quem viu o filme de Giuseppe Tornatore, “Cinema Paraíso”, saberá do que se está falar.
No sótão encontrou uma série de programas de cinemas, uns que já não existem, outros que, existindo ainda, deixaram de o ser.
Os programas eram distribuídos gratuitamente, mas havia sempre uma cumplicidade que levava ao gesto de uma moeda para o arrumador.
Partindo desses programas, falará do que à rede vier.
Dado que este blogue tem uma tradição de gosto pelo cinema, pelos cinemas, e ele anda por aqui há pouco tempo, é provável que surja uma ou outra duplicação. Mas pensa que não será problema de maior. Poderemos chamar-lhe um “remake” de algo que por aqui já passou.
Por fim: o título é retirado do programa do filme de Lauro António “Vamos ao Nimas”.
O estranho caso da jovem Marília
Era uma fotonovela a cores, publicada na revista Eva de Janeiro de 1967. Nela se contavam as desventuras de Marília, grávida e solteira, que frustou os seus intentos de se afogar na praia de Algés. O ritual é interessante: apanha um autocarro verdinho da Carris e depois placidamente entra na água. Como é salva, evacuam-na num carocha a velocidade fulgurante.
A fotonovela teve um fim feliz, pois claro...
No início do século XX era assim...
imagem: prof2000
De acordo com o postal inglês, as áreas destinadas a banhos obedeciam a uma espécie de apartheid: meninas para um lado, meninos para outro. Nunca ouvi dizer que por cá fosse assim... mas os meus avós não frequentaram muito a praia durante a sua juventude, segundo as belas memórias do passado que comigo partilharam.
(pode ler-se no letreiro: "mixed bathing not allowed")
Um factor em comum
Conseguem identificar e explicar o ponto de contacto entre todas elas?
A teresa reconheceu o ponto comum que as ligava: Roger Vadim, o célebre realizador francês.
Respectivamente Brigitte Bardot e Deneuve, acertou a J .
A teresa acertou na Annette Stroyberg e na Jane Fonda.
Todas estas actrizes foram casadas com Vadim.
A teresa reconheceu o ponto comum que as ligava: Roger Vadim, o célebre realizador francês.
Respectivamente Brigitte Bardot e Deneuve, acertou a J .
A teresa acertou na Annette Stroyberg e na Jane Fonda.
Todas estas actrizes foram casadas com Vadim.
Uma adivinha feita de memórias...
sinalética com informações precisas, é o que se precisa
ninguém pode acusar os de folques por não darem informações precisas.
se em tempos as placas indicavam as distãncias por quilómetros, isso agora não basta aos de folques:
do cruzamento ao parque de lazer não dista 1 km!
são 1020 metros !!
que, como sabem, é uma coisa completamente distinta.
se em tempos as placas indicavam as distãncias por quilómetros, isso agora não basta aos de folques:
do cruzamento ao parque de lazer não dista 1 km!
são 1020 metros !!
que, como sabem, é uma coisa completamente distinta.
a cidade mais cara do mundo,
de acordo com a business week
como acontece todos os anos, e nas mais variadas coisas susceptíveis de ser classificadas de modo mais ou menos científico, as revistas económicas gostam de publicar listas das cidades mais caras do mundo para se viver.
parecendo ser uma questão meramente de tertúlia cor de salmão (para estar de acordo com a moda iniciada pelo financial times), a coisa não é tão despicienda assim: o custo de vida num local pode ser determinante para a rentabilidade de um negócio.
a base do cálculo para determinar o custo de vida foi uma simples escolha de 5 bens tão essenciais quanto diversos:
1 bilhete para o cinema, 1 refeição rápida, 1 máquina de lavar roupa, 1 kg de arroz, 1 lata de bebida.
se nos 10 primeiros lugares houve este ano grandes mexidas, resultantes do grande optimismo dos japoneses quanto ao futuro da sua economia, o primeiro lugar está de pedra e cal entregue a luanda.
toda a gente que vai a angola sabe que os preços praticados em qualquer coisa são pouco menos que pornográficos.
luanda vive da corrupção e dos petrodólares.
ir jantar a um restaurante pode custar mais que uma prenda na tiffany.
sempre se pode dar a escolher:
queres um jantar na ilha de luanda ou um colar de pérolas? (esperando que escolha a segunda...).
os preços encontrados para os 5 produtos foram:
bilhete para o cinema: 16,85usd
almoço rápido: 57,92usd
máquina de lavar: 1090,47usd
1 kg de arroz: 5,65usd
lata de refrigerante: 1,30usd
(as bases de cálculo foram as mesmas marcas, ou semelhantes, de fácil localização no local)
numa coisa o governo de luanda pode estar orgulhoso:
estão em primeiro lugar numa classificação mundial
no da corrupção parece que estão no pódio, mas não em primeiro...
como acontece todos os anos, e nas mais variadas coisas susceptíveis de ser classificadas de modo mais ou menos científico, as revistas económicas gostam de publicar listas das cidades mais caras do mundo para se viver.
parecendo ser uma questão meramente de tertúlia cor de salmão (para estar de acordo com a moda iniciada pelo financial times), a coisa não é tão despicienda assim: o custo de vida num local pode ser determinante para a rentabilidade de um negócio.
a base do cálculo para determinar o custo de vida foi uma simples escolha de 5 bens tão essenciais quanto diversos:
1 bilhete para o cinema, 1 refeição rápida, 1 máquina de lavar roupa, 1 kg de arroz, 1 lata de bebida.
se nos 10 primeiros lugares houve este ano grandes mexidas, resultantes do grande optimismo dos japoneses quanto ao futuro da sua economia, o primeiro lugar está de pedra e cal entregue a luanda.
toda a gente que vai a angola sabe que os preços praticados em qualquer coisa são pouco menos que pornográficos.
luanda vive da corrupção e dos petrodólares.
ir jantar a um restaurante pode custar mais que uma prenda na tiffany.
sempre se pode dar a escolher:
queres um jantar na ilha de luanda ou um colar de pérolas? (esperando que escolha a segunda...).
os preços encontrados para os 5 produtos foram:
bilhete para o cinema: 16,85usd
almoço rápido: 57,92usd
máquina de lavar: 1090,47usd
1 kg de arroz: 5,65usd
lata de refrigerante: 1,30usd
(as bases de cálculo foram as mesmas marcas, ou semelhantes, de fácil localização no local)
numa coisa o governo de luanda pode estar orgulhoso:
estão em primeiro lugar numa classificação mundial
no da corrupção parece que estão no pódio, mas não em primeiro...
FOLLOW ME
O folheto encontrou-o em casa de amigos.
Dizem que a última coisa a morrer deverá ser o sentido de humor. Também pensa que sim. Daí não existirem grandes considerações quando uma companhia de aviação se decide a fazer humor.
“Follw Me” – é a nossa tentativa de coleccionar caricaturas sobre aviação civil”, dizem os responsáveis da Lufthansa.
Fly me to the moon.
29 de junho de 2009
Os bonecos da Olá
Back
... regresso das férias com desculpas às "raparigas que voam" e que estavam disponiveis para uma travessa de caracois e para algumas imperiais, numa tarde de calor e boa conversa... o tempo foi pouco, como sempre, e fiquei sem recursos informaticos para poder comunicar... e assim sem jeito e sem saber muito bem como regressar, deixo esta adivinha... sabem onde fica este urinol?
Numa de Fernando Pessa
Tendo reparado em tantos melhoramentos para fins eleitorais que vão desde a construção de dezenas de rotundas a uma auto-estrada aqui ao lado a crescer a olhos vistos, interrogo-me se os banhistas não serão também eleitores: é que há dois anos a minha vizinha Xana não apanhou com um pedregulho caído das arribas em erosão porque é uma pessoa de sorte e, tanto tempo decorrido, os avisos tanto no Magoito como nas Azenhas do Mar ainda por lá se encontram: e esta, hein?
O corpanzil
Reconheceis?
Fracassos
Quem resiste à leitura destes correios sentimentais de gabarito? Eu leio tudo! E acabo sempre sorridente.
Há 50 anos era assim...
Marcas de modernidade
Local marcante, pois cada pedra conta uma história. Situa-se a pouco mais de 20 quilómetros de outra cidade retratada no pós-guerra num romance de Morris West. A via de ligação entre uma área urbana fervilhante e outra já sem vida é a mais antiga auto-estrada da Europa, construída em lava e com o sacrifício de muitos homens na época do fascismo. Para além desta pista, seguem outras a fim de alcançarem a solução para a segunda pergunta:
A vida urbana não diferia da das grandes cidades actuais- havia muitas lojas, incluindo estabelecimentos de fast food , chamemos-lhe assim, frequentados por homens de negócios que almoçavam ao balcão sempre que não tinham tempo para uma refeição tomada tranquilamente.
Algumas lojas ainda ostentam inscrições a tinta junto à porta (protegidas actualmente por vidro para não serem vandalizadas) fazendo publicidade a descontos (saldos).
Nas ruas amplas ainda podemos ver a marca de passadeiras para peões.
1- De que cidade se trata?
2- Das características atrás apontadas, qual a funcionalidade da estrutura representada na fotografia?
A cidade é Pompeia (resposta de Monteiro José) e a funcionalidade da estrutura é manter quentes os alimentos num balcão de refeições rápidas (acertou a Emma).
28 de junho de 2009
Doces enleios
De vez em quando dão-me assim umas saudades dum filme determinado. Procuro-o por todo o lado, não existe nem o conhecem, cravo-o a todos os amigos ninguém o tem mas todos se lembram dele. Há uma semana caiu-me da estante o livro da Anne Tyler que lhe deu origem. Releio-o com todo o prazer, embora a cola que o unia tivesse apodrecido, originando que o relesse literalmente página a página. Ontem a fazer um zapping tormentoso, dou com o William Hurt. Momento de pausa. É " O Turista acidental" pois claro. Como tinha o livro tão fresco e dedilhado ao pormenor, quase que fazia de ponto nos diálogos. Aliás eram todos pessoas que falavam pouco (ainda bem). Limitavam-se a sentir. O Kasdan a fazer filmes é excelente. E a Geena Davies fez uma Muriel perfeita. Tenho a dizer que a ideia de escrever guias de viagem para pessoas que odeiam viajar é sublime. E que duas coincidências assim me fazem estranhar. Apesar de não ser supersticiosa, pois claro. Acreditam? O caso é que acordei e pensei que não tinha visto o fim do filme. Mas vi e é conforme o original. Ele de táxi e cheio de dores de costas manda o taxista parar, ao ver Muriel. E o rosto dela ilumina-se quando o reconhece. Tal qual o livro.
NA ROTA DE VELHOS ANÚNCIOS
Tinta “Quink”.
Quando se escrevia com canetas de tinta permanente.
Perdeu uma “Parker”. Ainda hoje não se recompôs.
Deslizava pelo papel como se ouvisse música e dançasse.
Um traço cheio, bonito, único.
E se dissesse que depois de ter perdido essa “Parker” não mais foi o mesmo?
Possivelmente chamar-lhe-ão exagerado.
Mas ele sabe do que fala.
INDIGNAR-ME É O MEU SIGNO DIÁRIO
Jardim Gonçalves, reformado do Banco Comercial Português desde final de 2007, continua a utilizar o avião alugado e pago pelo banco para uso pessoal. Segundo o "Diário de Notícias", o ex-presidente e fundador do maior banco privado português mantém um conjunto de regalias, entre as quais se destaca a possibilidade de viajar pelo mundo e contar com cerca de 40 seguranças privados, cujos custos são suportados pelo banco.
3 em 1
1) Que edifício é?
2) Onde se encontra?
3) O que alberga?
Todos vão levar o prémio para casa (risos):
Trata-se do Palácio de Beau Séjour (T), que pertenceu inicialmente à Viscondessa da Regaleira (Teresa). Encontra-se na Estrada de Benfica, na freguesia de São Domingos de Benfica ("Picos"), e alberga o GEO-Gabinete de Estudos Olisiponenses (MCV, T e "Picos").
Adivinhais?
Felizes e divertidas, algumas figuras de destaque da cultura portuguesa.
Conheceis?
Maria Fernanda disse...
penso que 0 1º da direita seja Ruben Andresen Leitão e penúltimo
é Nuno Teotónio Pereira, os outros não sei.
A teresa acertou na Menez.
Cristovao disse...
O da direita é o meu pai o Ruben A.Ao lado o seu primo direito Ruy Leitao casado na altura com a Menez de quem teve 3 filhos.todos morreram antes dos pais. um era o pintor Ruy Leitao.
o Ruy Leitao tb é pai da pintora Sofia leitao.
Os outros na foto na conheço.
quem quiser a fotobiografia eu tenho muitas
Pocas(Cristovao Leitao)
Falta apenas o Mestre Martins Correia.
Em 1939 era assim...
Este anúncio norte-americano de 1939 tem o seguinte texto livremente traduzido:
A pausa refrescante em casa
O trabalho doméstico exige uma pausa. Faça-o com Coca Cola. Ajuda-a a relaxar quando, para tal, se precisa de uma bebida refrescante que seja pura e completa.
1)- a lembrança surgiu após o post da T. sobre o tal estudo efectuado em 40 quanto às profissões femininas vs trabalho doméstico em exclusividade.
2)- o refrigerante faz sempre pensar no célebre slogan atribuído a Fernando Pessoa. Alguns anos mais tarde, a bebida seria retirada do mercado (lembro-me de só em Espanha se poder consumir quando corria a década de 60).
A sede que se deseja
O Signal!
Nunca mais o tinha visto por aí! Que aconteceu a esta pasta de dentes?
Dentes limpos, hálito puro.
A mulher, especialmente a casada, deve ter uma profissão?
É este o título, abreviado por mim no post , que a Revista Eva dá ao seu inquérito realizado em 1944. Entrevista figuras conhecidas de todos os quadrantes políticos, entre as quais Manuel da Fonseca, Irene Lisboa, Condessa de Rilvas e outros mais.
Quando andei a vasculhar o lixo e encontrei esta revista, dentro existia uma pasta cuidadosamente guardade e que ali se conservava há 65 anos. Era o depoimento que uma figura afecta ao regime preparara cuidadosamente e submetera a apreciação superior, estando apensa a ele, um bilhetinho que o congratulava além de o autorizar a declarar o que escrevera. Vou mostrar assim algumas peças, tendo o cuidado de preservar a privacidade de quem escreveu o que me veio parar às mãos. Não estranhem assim um corte que fiz na revista. Para lerem o artigo, é clicar nas duas primeiras imagens do post, para as ampliar.
A pasta
O texto
A aprovação : A doutrina está perfeitamente conforme com o nosso pensamento.
Aguentem bem
Mais outro anúncio da Cerveja Cuca, Claro que originária da Revista angolana Notícia.
Reinava o ano de 1968 e já esta revista tinha muito mais qualidade gráfica do que as que se faziam na soi disant metrópole da época.
A lembrar
Morreu muito cedo, no preciso momento em que lhe previam uma brilhante carreira.
Adivinhais quem era?
Fotografia de 1967
Mirene Cardinalli, adivinhou o Makangsi:)
Blue Hawaii
… e surgiu um inesperado prémio: a partida para uma ilha -santuário. Com tal surpresa, há que não lamentar a jornada, tendo em conta a curta permanência de 8 dias, o enorme desfasamento horário e um salto sem rede de regresso à pesada rotina profissional.
O grupo de viajantes, vindos de diversas paragens, teriam como ponto de encontro a cidade de Honolulu.
Escala com partida de Lisboa: S. Francisco, ilha de Havai e, no final, Kauai, uma proposta de paraíso.
Escolha do roteiro turístico em S. Francisco com opção pessoal para o da National Geographic já que na prateleira da livraria havia, no mínimo, 10 possibilidades para um curto tempo de permanência no aeroporto.
Ao contrário de Honolulu com prédios descaracterizados e ostentando uma réplica kitsch do Big Ben, profusão de pardieiros de fast food , casas de piercings e tatuagens, entre outros, a maravilhosa Kauai não possui edifícios altos, as políticas ambientais impedem-no, sendo a regra escrupulosamente respeitada e as áreas comerciais concentradas em locais delimitados.
Por ruas e jardins luxuriantes de hotéis correm, em liberdade, bandos de minúsculas aves de capoeira.
Do areal de praias selvagens avistam-se, ao longe, imponentes baleias. Tendo servido como cenário a filmes como South Pacific, Blue Hawaii e Parque Jurássico, sentimo-nos somewhere over the rainbow.
Na história da emigração local encontram-se portugueses, sobretudo da ilha da Madeira que para lá foram trabalhar em plantações de cana do açúcar, principal cultura local. Andar a pé só se torna possível em zonas agrícolas ou no areal, as enormes estradas sem zona pedonal e o calor dificultam a tarefa . Uma motorista de táxi, de origem asiática, explicou que a sogra já falecida era portuguesa, tendo lembrado a expressão utilizada pela senhora no meio de frases em inglês : “ai a minha vida!” – a algum custo descortinei o que me dizia, tendo feito a tradução, para ela surpresa.
O coro local entoa sons gospel acompanhados unicamente pela harpa, actuando igualmente o instrumentista em restaurantes da terra, tendo sido encontro casual durante um jantar.
Na livraria , surpreendeu um exemplar havaiano de cozinha portuguesa cuja receita de caldo verde consistia em versão muito livre com adição de feijão branco. Do tratado constava igualmente uma receita de bolinhos de bacalhau ao qual se adicionava uma erva aromática desconhecida de qualquer europeu e sem tradução encontrada.
O modesto restaurante da senhora Hamura foi escolha por vir anunciado como pequena maravilha no roteiro: a recepcionista do hotel ficou entre a contenção de riso e o susto, quando percebeu para onde deveria enviar o táxi. À chegada, todos os comensais olharam de alto a baixo os forasteiros. O assento colectivo era em redor de um balcão em fórmica laranja, num pré-fabricado de ripas de madeira e enorme ventoinha pendendo do tecto. Um letreiro junto à pequena cozinha em espaço aberto, alertava: “não aceitamos cheques , é proibido colar pastilhas elásticas debaixo do balcão”.
Cuidado a ter em conta : não procurar sombra sob os inúmeros coqueiros que se encontram na praia - o risco de traumatismo craniano provocado pelos frutos gigantescos que caem inesperadamente é considerável.
A viagem de helicóptero a atrever-se numa entrada em vulcão há muito extinto traduz-se em experiência única.
Foi um prémio memorável, embora, em opinião pessoal, qualquer deambulação seja sempre emocionante, mesmo quando se realiza ao longo de uma dezena de quilómetros à saída de casa. O necessário é estar desperto para a novidade.
O grupo de viajantes, vindos de diversas paragens, teriam como ponto de encontro a cidade de Honolulu.
Escala com partida de Lisboa: S. Francisco, ilha de Havai e, no final, Kauai, uma proposta de paraíso.
Escolha do roteiro turístico em S. Francisco com opção pessoal para o da National Geographic já que na prateleira da livraria havia, no mínimo, 10 possibilidades para um curto tempo de permanência no aeroporto.
Ao contrário de Honolulu com prédios descaracterizados e ostentando uma réplica kitsch do Big Ben, profusão de pardieiros de fast food , casas de piercings e tatuagens, entre outros, a maravilhosa Kauai não possui edifícios altos, as políticas ambientais impedem-no, sendo a regra escrupulosamente respeitada e as áreas comerciais concentradas em locais delimitados.
Por ruas e jardins luxuriantes de hotéis correm, em liberdade, bandos de minúsculas aves de capoeira.
Do areal de praias selvagens avistam-se, ao longe, imponentes baleias. Tendo servido como cenário a filmes como South Pacific, Blue Hawaii e Parque Jurássico, sentimo-nos somewhere over the rainbow.
Na história da emigração local encontram-se portugueses, sobretudo da ilha da Madeira que para lá foram trabalhar em plantações de cana do açúcar, principal cultura local. Andar a pé só se torna possível em zonas agrícolas ou no areal, as enormes estradas sem zona pedonal e o calor dificultam a tarefa . Uma motorista de táxi, de origem asiática, explicou que a sogra já falecida era portuguesa, tendo lembrado a expressão utilizada pela senhora no meio de frases em inglês : “ai a minha vida!” – a algum custo descortinei o que me dizia, tendo feito a tradução, para ela surpresa.
O coro local entoa sons gospel acompanhados unicamente pela harpa, actuando igualmente o instrumentista em restaurantes da terra, tendo sido encontro casual durante um jantar.
Na livraria , surpreendeu um exemplar havaiano de cozinha portuguesa cuja receita de caldo verde consistia em versão muito livre com adição de feijão branco. Do tratado constava igualmente uma receita de bolinhos de bacalhau ao qual se adicionava uma erva aromática desconhecida de qualquer europeu e sem tradução encontrada.
O modesto restaurante da senhora Hamura foi escolha por vir anunciado como pequena maravilha no roteiro: a recepcionista do hotel ficou entre a contenção de riso e o susto, quando percebeu para onde deveria enviar o táxi. À chegada, todos os comensais olharam de alto a baixo os forasteiros. O assento colectivo era em redor de um balcão em fórmica laranja, num pré-fabricado de ripas de madeira e enorme ventoinha pendendo do tecto. Um letreiro junto à pequena cozinha em espaço aberto, alertava: “não aceitamos cheques , é proibido colar pastilhas elásticas debaixo do balcão”.
Cuidado a ter em conta : não procurar sombra sob os inúmeros coqueiros que se encontram na praia - o risco de traumatismo craniano provocado pelos frutos gigantescos que caem inesperadamente é considerável.
A viagem de helicóptero a atrever-se numa entrada em vulcão há muito extinto traduz-se em experiência única.
Foi um prémio memorável, embora, em opinião pessoal, qualquer deambulação seja sempre emocionante, mesmo quando se realiza ao longo de uma dezena de quilómetros à saída de casa. O necessário é estar desperto para a novidade.
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