1 de março de 2009
Estórias da História e não só...quem se encontra no postal?
A nossa História encontra-se recheada destes episódios: Egas Moniz a apresentar-se, em defesa da honra, de corda ao pescoço perante Afonso VII; Martim Moniz a perecer no castelo de S. Jorge; o milagre das rosas e de Santa Isabel (este curiosamente contado com outras personagens e noutras latitudes).
Penso que adivinharão facilmente quem se encontra neste "cromo", imagino-a como uma mulher com aspecto aguerrido e pouco amistoso. A ilustração traz uma pista tão evidente que até parece um jogo infantil.
Sendo alguns destes retratos mais ou menos ficcionados e tendo a T., há dias, referido "hoje estou Maria da Fonte", não resisto ainda a deixar um "cheirinho" a Zeca Afonso:
As sete mulheres do Minho
mulheres de grande valor
Armadas de fuso e roca
correram com o regedor
Essa mulher lá do Minho
que da foice fez espada
há-de ter na lusa história
uma página doirada
Viva a Maria da Fonte
com as pistolas na mão
para matar os Cabrais
que são falsos à nação
(penso que aqui o "matar" será metafórico, só assim o consigo idealizar)
Trata-se da famosa Padeira de Aljubarrota e acertou o Luís Bonifácio.
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15 comentários:
Teresa, isto não é uma mulher camponesa, talvez da década de trinta, segurando aquela pá, para colocar e retirar, o pão do forno, como era usual?:)
Fernando
Brites de ALmeida - Padeira de Aljubarrota.
Aljubarrota 1385 - 1985.
Com a sua pá de padeira, teria morto sete castelhanos que encontrara escondidos num forno.
Parabéns ao Luís Bonifácio.
Fernando
... e acertou o Luís Bonifácio! A Brites de Almeida terá mesmo existido? - pergunta-se.
(questão extensiva a D.Fuas Roupinho, Alcaide do Castelo de Faria, etc.):)
(caso alguém saiba responder)
... matou logo 7 castelhanos? Diz-se que sim, mas parece-me haver aqui muito de ficção, Fernando.
a maria da fonte e os 'exércitos' de camponeses que na segunda metade do século 19 defendia o direito 'sagrado' a serem enterrados dentro das igrejas, seguramente matariam o cabral se o vissem pela frente.
literalmente.
é um mito que a esquerda a que me orgulho de pertencer frequentemente faz por esquecer: o início da revolta conhecida por 'maria da fonte' foi profundamente conservadora e reaccionária.
como mitos foram os do martim moniz morto para deixarem passar o exército de afonso henriques no castelo: a chachina que foi a conquista de lisboa decerto faria empalidecer os lisboetas se por acaso a 'mão amiga' da ditadura não alimentasse esse herói como dava jeito para os centenários.
quanto à padeira é mesmo apenas mito. mas isso até os de aljubarrota já assumem. estranho é que ainda haja quem ache que existiu mesmo uma senhora a padeirar espanhóis a tripa forra.
:) para o último parágrafo, e logo aos 7 de uma vez... precisamos mesmo de "ser grandes" (é que isto do matar 7 baseia-se num conto infantil da tradição oral)
o alcaide faria existiu. até existiram vários alcaides de faria.
o da história do pai e do filho (que têm a estátua em frente à minha janela agora...) é que tirando aquela parte de ter acontecido mesmo, o resto é ficção científica.
aqueles diálogos transcritos na precisão só mesmo com gravação cuidada num nagra de 4 pistas é que funcionava...
há uns tempos escrevi aqui sobre isso (eu acho mesmo que já escrevi aqui sobre tudo, o que não é propriamente uma coisa boa..):http://diasquevoam.blogspot.com/2008/06/o-castelo-das-terras-de-faria-i.html
mas quanto a mitos, o do viriato nos montes hermínios também é fresco... a menos que os montes hermímios fossem ali a serra de são mamede, não consta que o homem tenha passado nunca para a margem norte do tejo, mas enfim, não custa nada dizer que sim..
Se se procedesse a um levantamento de estórias ligadas a estas figuras, penso que a ficção iria superar, de longe, a realidade.
Aprecio o folclore associado aos nomes dos jograis galego-portugueses, pois o seu último nome era, frequentemente, alcunha e não tinham direito a apelido, ao contrário do que sucedia com os eruditos trovadores que também escreviam em provençal.
Estas alcunhas têm dado azo a estórias imaginativas, sendo interessante e não muito elogiosa a de Martim Codax. Se encontrar alguma base de "sustentação" talvez alguma vez a poste.
Encontrei na Wiki, embora diferente da explicação ouvida por uma ex-professora:"D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos, no artigo a que atrás me referi, alvitra que talvez o segundo nome do jogral fôsse não Codax, mas Codaz e explica êste nome como equivalente a «o que tem grandes cotos ou braços."
(a que me foi contada é que codax seria equivalente a "côdeas" de sujidade):(
o martim codax é uma personagem muito interessante e com 'demasiadas' histórias para alguem do qual não se sabe quase nada.
nem quando viveu (carolina michaelis, que achava que ele se chamaria codaz, dava-o como sendo do século 13; um estudo dos anos 20 do século passado, sobre o 'genuino' martin codax, davaõ como sendo do século 14), nem onde nasceu ou viveu (consta que seria de vigo ou da zona, que terá vivido na corte portuguesa, pelo menos a avaliar pela coleção de textos seus que o conde de barcelos ofereceu ao rei afonso 11, ali por alturas dos tempos dos alcaides de faria, no século 14.
um dos acasos mais notáveis é o facto de algumas das suas cantigas, com as notações musicais, terem sido descobertas, dobradas, como forro da capa de um livro por um livreiro de madrid no começo do século 20...
é tudo suposições..
mas o acaso de terem encontrad na capa de um livro
o meu comentário ficou um bocado ilegível, mas já vai sendo costume.
isto de escrever sem olhar para o monitor tem destas coisas...
Santa Padeyra ?
Não sei quem terá respondido na qualidade da tal "santa padeyra" nem conhecia o tal "puro veneno", mas sucede que o nick tem o seu toque humorístico. A história nunca se repete, mas "ele há coisas do demo", como diria o diácono Remédios nos seus tempos áureos que - opinião pessoal - há muito expiraram:)
o santa padeyra deve vir duns lados 'çamoranos...
o filoménicos.....
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