Estão a olhar para a capa do programa da ante-estreia, em Portugal, de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, uma super produção produzida por Michael Todd e realizada por Michael Andreson.
Ele esteve, com o pai, na tarde a seguir à ante-estreia.
Ele esteve, com o pai, na tarde a seguir à ante-estreia.
Antes ocorrera a “Noite de Gala” a favor da Cruz Vermelha Portuguesa onde, como minimamente exigível, compareceu a gente fina da cidade, tempo para mostar penteados, chocalhar as jóias, passagem de fatos e vestidos, a maior parte alugados, um intenso cheiro a perfumes exóticos e parvoeira saloia.
Tinha, então, 13 anos, um a mais da idade que a censura exigia para que o filme pudesse ser visto.
Já tinha lido o romance do Júlio Verne e terá siso a primeira vez que viu um filme extraído de um livro que lera. Dirá que gostara do livro ,mas gostou muito mais do filme, não se deve fugir à verdade…
Antes da exibição do filme, passou um documentário português de João Mendes, com música de Shegundo Galarza ( naquele tempo, quando não havia documentários passavam Desenhos Animados ) e. sempre, um Jornal de Actualidades que, como todos os que naquele tempo se realizavam, tinham em vista a propaganda das maravilhas do trabalho e obra do Estado Novo.
No programa pode ler-se:
“Não há memória de outro filme tão premiado como “A Volta ao Mundo Em 80 Dias”. Para além dos Óscars da Academia o filme fora premiado noutros certames e citavam-se críticos e jornais:
“Um assombro espectacular…O Sr. Todd foi além do que se esperava”, “New York Times,
“Um êxito esmagador… O filme com mais “estrelas” da história do Cinema”, “New York Daily News, “Uma autêntica proeza” – “Life”, “A melhor película do ano”, “Associated Press”, Uma fantasia deliciosa… alegre e magbificente”, “Women’s Home Companion”
Reviu o filme há uns 4/5 anos atrás e concluiu que o que maravilhara nos seus 13 anos apresentava-se, agora, como um enorme pastelão, chato e comprido. Acontece, ou é a vida como diria o engenheiro.Claro que os muitos actores que se passeiam pelo filme, alguns mesmo em pequeníssimos papeis, salvam a honra do convento. Recorda-se de o pai , na altura, dizer a um amigo que quem o surpreendera mesmo teria siso “Cantinflas”, um actor conhecido por protagonizar péssimas comédias mexicanas, de ultima gaveta, filmes que passavam no “Odeon”, para jubilo dominical de “magalas e sopeiras”, mas que em “A Volta o Mundo em 80 Dias” o convencera como actor.
Tinha, então, 13 anos, um a mais da idade que a censura exigia para que o filme pudesse ser visto.
Já tinha lido o romance do Júlio Verne e terá siso a primeira vez que viu um filme extraído de um livro que lera. Dirá que gostara do livro ,mas gostou muito mais do filme, não se deve fugir à verdade…
Antes da exibição do filme, passou um documentário português de João Mendes, com música de Shegundo Galarza ( naquele tempo, quando não havia documentários passavam Desenhos Animados ) e. sempre, um Jornal de Actualidades que, como todos os que naquele tempo se realizavam, tinham em vista a propaganda das maravilhas do trabalho e obra do Estado Novo.
No programa pode ler-se:
“Não há memória de outro filme tão premiado como “A Volta ao Mundo Em 80 Dias”. Para além dos Óscars da Academia o filme fora premiado noutros certames e citavam-se críticos e jornais:
“Um assombro espectacular…O Sr. Todd foi além do que se esperava”, “New York Times,
“Um êxito esmagador… O filme com mais “estrelas” da história do Cinema”, “New York Daily News, “Uma autêntica proeza” – “Life”, “A melhor película do ano”, “Associated Press”, Uma fantasia deliciosa… alegre e magbificente”, “Women’s Home Companion”
Reviu o filme há uns 4/5 anos atrás e concluiu que o que maravilhara nos seus 13 anos apresentava-se, agora, como um enorme pastelão, chato e comprido. Acontece, ou é a vida como diria o engenheiro.Claro que os muitos actores que se passeiam pelo filme, alguns mesmo em pequeníssimos papeis, salvam a honra do convento. Recorda-se de o pai , na altura, dizer a um amigo que quem o surpreendera mesmo teria siso “Cantinflas”, um actor conhecido por protagonizar péssimas comédias mexicanas, de ultima gaveta, filmes que passavam no “Odeon”, para jubilo dominical de “magalas e sopeiras”, mas que em “A Volta o Mundo em 80 Dias” o convencera como actor.
2 comentários:
Os documentários que antecediam os filmes... aí está uma memória interessante. Apesar de muito jovem, soavam-me a propaganda ao regime: uma espécie de micro-germanismo datado de trazer por casa.
Quanto aos actores, por vezes surpreendem-nos. Correndo o risco de "considerações pink e light", vi há dias em DVD o musical com temas dos ABBA (de que nunca gostei em tempo próprio) e fiquei surpreendida por serem os próprios actores a cantar os temas:)
(e talvez o comentário seja um pouco à margem do post, mas não totalmente)
E isso de "chocalhar as jóias" soa-me a frase de Lennon (para mim um herói)
Mario Moreno "Cantinflas", Genio del Humorismo Hispano
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