Quarta-Feira de Cinzas.
Daqui por quarenta dias será a Páscoa, com quem ele irá na “Easter Parade” Mr, Charles Waters?, também um tal Abril, Maio maduro Maio, de repente surge Junho, os Santos Populares, o Ginásio do Alto Pina já colocou, na porta da sede, convite para as inscrições de marchantes., cantiga da rua cheira a fruta madura. porque é Verão, craveiros em águas furtadas, as sardinheiras da avó materna no quintal da Vila Gadanho, recorda-as muitas vezes, de todas as cores, a avó tratava das sardinheiras com os mesmos cuidados com que Nero Wolf tratava as suas orquídeas, tempo de aligeirar as roupas, camisolas e camisolões para o armário, o Verão marcará o esplendor, Ruy Belo a dizer que esta é que é a estação, que bem lhe fica o Verão, menina, quand vient la fin de l´eté sur la palge, as uvas de Setembro, a visibilidade dos afectos, Fernando Assis Pacheco a dizer que certos amores só poderia tê-los no tempo das vindimas, o Outono já na encruzilhada, cheira a castanhas assadas se faz frio, Eugénio de Andrade pássaro de melancolia ou um aroma a terra molhada e de repente as palavras da tal crónica do António Lobo Antunes: e é Natal outra vez (está sempre a ser Natal, que coisa a velocidade com que os Natais se sucedem)
os homens inventaram o tempo e acabaram por se perder nele, ser Proust mesmo que a brincar, tempo perdido, tempo ganho, perder imenso tempo a perder tempo, saber então que só assim se tem tempo para as nostalgias…
Daqui por quarenta dias será a Páscoa, com quem ele irá na “Easter Parade” Mr, Charles Waters?, também um tal Abril, Maio maduro Maio, de repente surge Junho, os Santos Populares, o Ginásio do Alto Pina já colocou, na porta da sede, convite para as inscrições de marchantes., cantiga da rua cheira a fruta madura. porque é Verão, craveiros em águas furtadas, as sardinheiras da avó materna no quintal da Vila Gadanho, recorda-as muitas vezes, de todas as cores, a avó tratava das sardinheiras com os mesmos cuidados com que Nero Wolf tratava as suas orquídeas, tempo de aligeirar as roupas, camisolas e camisolões para o armário, o Verão marcará o esplendor, Ruy Belo a dizer que esta é que é a estação, que bem lhe fica o Verão, menina, quand vient la fin de l´eté sur la palge, as uvas de Setembro, a visibilidade dos afectos, Fernando Assis Pacheco a dizer que certos amores só poderia tê-los no tempo das vindimas, o Outono já na encruzilhada, cheira a castanhas assadas se faz frio, Eugénio de Andrade pássaro de melancolia ou um aroma a terra molhada e de repente as palavras da tal crónica do António Lobo Antunes: e é Natal outra vez (está sempre a ser Natal, que coisa a velocidade com que os Natais se sucedem)
os homens inventaram o tempo e acabaram por se perder nele, ser Proust mesmo que a brincar, tempo perdido, tempo ganho, perder imenso tempo a perder tempo, saber então que só assim se tem tempo para as nostalgias…
2 comentários:
Quand vient la fin de l'éte sur la plage: uma referência que herdei da minha mãe, pelos Chats Sauvages. Penso já os ter postado lá no estaminé (em Setembro)
Acredito que muitos tenham uma época especial do ano, mas todas têm o seu encanto desde que os olhares para tal se encontrem despertos (prezo a magia do outono, mais do que as festas do calendário, sonhando acordada com as paisagens alaranjadas de New England). E foram estas breves reflexões que chegaram, subitamente, após leitura do post. O que causa alguma inquietação é querer-se apressar o tempo, projectando-o nas marchas populares e, mal nos damos conta, completa-se o ciclo com as ruas enfeitadas -melhor ou pior - com as iluminações natalícias. Só para não me perder em divagações - o post diz tanto - nunca consegui entender quem começa a 2f com o lema: "faltam 6 dias para o fim-de-semana" ou ainda a versão portuguesa da frase de Obama, a circular nas nossas caixas de correio: "yes, weekend!"
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