21 de junho de 2007

as eleições para a câmara de lisboa e a pandemia populista


as campanhas eleitorais parecem ter o efeito estranho de mostrar o que de pior têm os nossos polítcos.
a incontinência verbal, produto duma qualquer gastroenterite cerebral, parece ser pandémica por estas alturas.

o candidato manuel monteiro, parece estar cada vez mais infectado.

há uns dias blafesmava contra a abertura duma embaixada portuguesa nas ilhas seychelles. e comparou o escândalo com o fecho do consulado português em sevilha. perguntava quantos portugueses havia a trabalhar nas seychelles e quantos havia em sevilha (como se o numero de emigrantes fosse determinante para abrir embaixadas... e esquecendo que quem estiver a trabalhar em sevilha quase pode vir à hora de almoço a portugal beber um café).

obviamente, manuel monteiro (e todos os jornais que alinharam em coro com tal indignação) se esqueceu de perguntar antes da verborreia.
o 'embaixador' nas seychelles é o mesmo diplomata que exerce iguais funções no ruanda, na eritreia, na tanzânia, no djubuti, na somália, no uganda.. e no quénia, onde existe, de facto uma embaixada 'física' e onde o diplomata tem a base da sua actividade.
o que, na prática, aconteceu foi (e para utilizar a linguagem de manuel monteiro ontem na tsf): tomá lá mais este país para te entreteres.

aliás, se o senhor monteiro for verificar os embaixadores portugueses em áfrica e na ásia, vai seguramente encontrar este casos de ubiquidade diplomática a custo zero.

mas estas coisas da pandemia populista tem uns efeitos interessantes ao nível da linguagem.
ontem, na entrevista á tsf, este gajo (foi essim que ele se tratou a si próprio durante toda a entrevista....) blafesmava contra os prédios pintados de (e vou citar !!!!): azul cueca (espero que limpas..)
eu não sei que raio de cor é o 'azul cueca'. não tenhos cuecas azuis e não costumo andar à procura das cuecas dos outros.
mas ficamos a saber que o senhor manuel monteiro acha que os urbanistas da câmara mandam pintar as casas da cor das suas cuecas.
consultei o catálogo da 'pantone, inc' e não vi lá semelhante cor.
tenho rapidamente de os informar que precisam de incluir o azul cueca ou o novo 'standard' para as artes gráficas passará a ser ditado pelo senhor gajo monteiro. (já agora vou também procurar a cor de burro quando foge)

para além destes primores, o senhor gajo propoe uma série de medidas:
fechar todas as empresas municipais e entregar as suas funções a privados; reduzir a cerca de metade os funcionários da câmara: acabar com a habitação social (só o termo o faz sentir mal, segundo diz); privatir a recolha do lixo e os arranjos ambientais.
em termos práticos, transformar a câmara duma espécie de 'trader'.
à espero fico agora que alguém explique ao gajo que:
as despesas de funcionamento da câmara não ocupam 80% do orçamento;
a sgal não é uma empresa criada para o realojamento de famílias necessitadas e que 'sociedade gestora' não implica necessáriamente que se trata de uma empresa com qualquer tipo de semelhança a uma empresa municipal;
que a epul não andou propriamente a vender terrenos destinados a habitação social.

mas como o próprio diz: eu tenho a certeza que a maioria das pessoas não vão votar neste gajo.

nisso pode o senhor gajo estar seguro..

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