29 de julho de 2006

A cunha

Sou um bocado antiquado, e abandalhado também.
Antiquado, porque ainda me chateia muito pagar e compar coisas na internet, especialmente se há uma certa sensação de obrigatoriadade na coisa ou se implica a resposta a longos questionários-que-são sempre-iguais-uns-aos-outros. Ou simplesmente porque tenho algum prazer, secreto e masoquista, em frequentar repartições e quisoques para comparar formulários e pagar as taxas devidas.
Abandalhado, porque deixo tudo para o últimos dias, para as últimas horas... muitas vezes para depois do último dia. Não consigo deixar de cumprir o velho ditado que diz "Nunca faças hoje o que pode esperar para amanhã"... Ou não?
Dito isto, vamos ao tema:
Estava eu ontem muito descansadinho, a beber um café, quando me lembrei de passar pela papelaria do bairro para comprar o jornal. Entrei e vi várias pessoas de ar bastante chateado... a empregada repetia em voz alta: Não temos nada e não aceitamos encomendas!. Só nas Finanças, dizia ela também, e foi essa palavrinha que me abriu o clarão Merda, o selo do carro!
Triste, juntei-me ao tal grupo de pessoas de cara chateada Mas nada, nem um?. Nada! Visto que nada, o pessoal começou a dispersar, cabisbaixo... nisto, uma das empregadas - que me conhece melhor - fez-me sinal e disse baixinho Deixe-me ficar os documentos do carro que eu lhe arranjo o selo. Sorri, confiante!
Passados dez minutos, deixei-lhe um envelope com o livrete e registo.
À tarde, paguei os 49€ e recebi o valioso selo.
Granda cunha!

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