Afinal qual destas bibliotecas da Vieira da Silva está a arder?
Os livros lidos nas estantes são como quadros nos armazens dos museus.
Eu também tenho muita livralhada, mas agora antes prefiro dar os livros a quem deles goste do que tê-los a apodrecer e a criar pó e bicho nas prateleiras. Depois de lido, o livro, que sabemos não mais reler, deve passar de mão ou arder no fogo redentor, tal como fazia Pepe Carvalho, o detective de Montalban, também eles extintos. As cinzas, ao menos essas, são potássio que sempre pode ajudar novos frutos a crescer e adoçar.
Guardarei agora só os meu livros de consulta, os que deixei para ler um dia, os de releitura, os de afecto e estima e muitos outros destinados, primeiro, ao purgatório e depois, ao Inferno. O purgatório é o sótão da velha casa, pois agora já nem as bibliotecas os querem; o inferno é o fogo eterno.
Os livros velhos agora estão na Internet; os novos nas livrarias!
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