21 de fevereiro de 2006
O tabaco!
Ninguém duvida que fumar aumenta o risco de contrair doenças graves que podem levar à morte prematura de um indivíduo. Assim como ninguém duvida que quem, mesmo não fumando, está exposto ao fumo do tabaco também corre riscos de contrair essas mesmas doenças.
Bom… se assim é…
Não ponho em causa a livre vontade de um fumador em se autodeteriorar através do consumo de cigarros… nem sequer tenho nada a ver se em sua casa ele tem ou não o cuidado de evitar fumar para evitar que os seus pequenos filhos respirem um ar poluído. Certamente que as liberdades individuais são para respeitar…
Agora uma questão… Se numa sala, num restaurante, num café, num elevador, em qualquer recinto fechado, seja onde for… eu estiver sentadinho… tranquilo e chegar uma pessoa que puxa de um cigarro e começa a fumar. Com certeza que ela tem o direito de fumar e dar mais um passo seguro no sentido de encurtar o seu tempo de vida… Mas terá ela o direito de fazer o mesmo comigo… obrigando-me a percorrer o mesmo caminho? Terei eu de me levantar e sair? Ou é ela que deve respeitar a minha opção de tentar levar uma vida um pouco mais saudável e nem sequer pensar em fumar?
Os plásticos que provocam o cancro, alimentação de plástico e os seus efeitos nefastos, etc etc etc… Gostava de saber porque o tabaco não se insere neste círculo de acontecimentos que desencadeia o histerismo generalizado… Porque é que sendo o tabaco anualmente responsável por larguíssimos milhares de mortes não é colocado a par de outro tipo de “fenómenos” que contribuem para a degradação da saúde pública. Porque se analisarmos é um problema de saúde pública. Se vamos a um hospital e os médicos fumam nas instalações, estamos num restaurante e se fuma, se estamos num bar e se fuma, se estamos no local de trabalho e se fuma porque não considerar o tabaco um problema de saúde pública? Porque tenho eu de no Inverno sentir o nariz queimado pelo fumo que os cigarros dos meus colegas “engolem”? Ou chegar a casa com a roupa a cheirar a tabaco? Porque tenho de ser fumador passivo, porque tenho de correr riscos sem ter vontade de o fazer, sem poder escolher? É simplesmente ridículo que os fumadores (volto a frisar… com um hábito que coloca em risco a sua saúde e a dos que estão à sua volta) pensem sequer que têm direitos. Salvaguardando as respectivas distâncias que são obviamente muitas, é como eu, portador de uma qualquer doença contagiosa, achasse que tinha o direito de andar livremente pela rua…
O mais engraçado é ver pessoas que têm extremos cuidados com o que comem… por causa do colesterol, triglicéridos e dos diabetes e, depois de beberem um copo de leite magro com uma torrada com manteiga magra, jantarem uma saladinha com um bifinho grelhado recusando os doces… puxarem de um cigarro e “martelarem mais um prego no seu caixão”.
As campanhas contra o tabaco são ridículas porque desde logo estão condenadas a não ser eficazes devido à sua pouca agressividade.
E as leis… Quanto às leis nem vale a pena falar. Porque os governos não querem abdicar de forma nenhuma de uma gigantesca fonte de receitas através dos impostos sobre o tabaco. Porque se assim não fosse certamente que esta questão seria tratada de outra forma.
As leis antitabaco são uma hipocrisia se é permitida a venda de um artigo que é prejudicial à saúde.
Ou será que a melhor lei antitabaco não seria a proibição da sua venda?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário