22 de fevereiro de 2006

do direito ao pensamento e á liberdade de o exprimir

david irving é uma daquelas estrelas que a direita neo-nazi adora e bastamente cita para justificar as suas ideias e práticas.
david irving foi agora condenado a 3 anos de prisão por negar o holocausto.


já há uns anos um outro historiador, bernard lewis, foi condenado por escrever que não havia provas irrefutáveis sobre o genocídio dos arménios turcos no começo do século passado.

não vou aqui discutir o que para mim são evidências.

o holocausto existiu.
como existiu o genocídio dos arménios turcos e dos curdos turcos e muitos outros genocídios pelo mundo fora.
as provas sobre esses factos são imensas e por demais evidentes.

posso discordar do facto de, no que respeita ao que se passou durante a segunda guerra mundial, apenas se falarem dos judeus e não se falarem dos ciganos que foram bem mais; de toda a resistência alemã que foram imensos; dos deficientes físicos e mentais e por ai adiante... mas a vida é o que é e a história está escrita como está.

o que para mim é importante neste caso é o direito das pessoas escreverem o que pensam.
se o senhor acha que não existiu holocausto, cabe-me a mim aos que acham que houve contestar.
se o senhor acha que o hitler foi um bom rapaz e que nem a noite de cristal aconteceu, cabe aos que discordam dele combater as suas ideias.
eu não tenho que concordar com o que os outros escrevem para achar ou deixar de achar que têm direito a escrever o que pensam.

se eu reivindico para mim o direito a escrever o que penso (e que provavelmente uma imensa maioria acha completamente errado), devo reivindicar para os outros o mesmo direito a escreverem o que pensam, mesmo que eu ache que estão errados.

esta é uma questão básica.
esta é uma questão que para mim não tem discussão.

o que o tribunal de viena acabou de fazer foi um genocídio à liberdade de pensamento.

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