Todos conhecemos casos de pessoas idosas ou sem meios económicos, que por circunstância ou por total descalabro, acordam um dia com a electricidade cortada sem apelo e sem agravo. Antigamente era comum em Lisboa, ver as puxadas ilegais e directas, que abasteciam inúmeras barracas e mesmo prédios. Agora ainda se vêem bastantes em prédios antigos e em condições de segurança bastante deficitárias.
No entanto em França surgiu um novo fenómeno. Imagine-se uma velhinha, em caos económico e perfeitamente desesperada. Porque viver sem electricidade, equivale a não viver. Batem-lhe à porta , um senhor convenientemente apetrechado em termos de segurança e voilá o disjuntor foi ligado em dez minutos e sobretudo é pedida a discrição.
Quem faz isto? Funcionários da EDP local, que consideram incorrecto o corte indiscriminado e taxativo a todo aquele que não paga a factura. Depois tenta-se que as pessoas paguem pelo menos simbolicamente qualquer coisa pela electricidade que consumiram. O que será outra conversa...a questão de responsabilizar pelo consumo.
Mas o que é interessante é que são os próprios trabalhadores a assumir a vertente de solidariedade social da empresa a que pertencem. Anónimos, expostos a um possivel despedimento, mas "Face à une situation de blocage de l'ensemble des outils dont on dispose, nul ne peut reprocher à quelqu'un de désobéir pour sauver son prochain"
O mundo não cessa de me espantar. Agora pela positiva.
Vivam os Robin dos Bosques!!!
No Le Monde de hoje.
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