Que coisa! Sempre ouvi dizer cobras e lagartos desta minha profissão. Não a abracei enganado, mas, também não nego a princípio quem queria enganar o Estado, era eu e hoje penitencio-me por ter pensado assim. Andava por lá uns anitos, fazia a licenciatura e "ala-que-é-cardoso". Mas descobri que afinal isto era o que eu queria - manias que os escuteiros metem na gente, sempre a querer ajudar os outros - tudo muito por culpa de quem um dia me empurrou para o campo da investigação criminal. Decidi fazer carreira na Corporação.
Aquilo que já ouvia antes de ser "bófia" passou a rebater mais intensamente dentro da minha cabeça, porque agora era um deles. Na especificidade de cada profissão, há coisas das quais se fala quando se está por fora, que são únicas. Só quem está lá dentro conhece as realidades cruas e duras. Mas há profissões que devido ao seu carácter paramilitar - ou herança militar no caso da polícia - tendem a ser mais corporativistas encerrando-se dentro das suas conchas de secretismos bacôcos dos quais são exemplo as inúteis, hilariantes, abjectas e nada esclarecedoras conferências de imprensa dos responsáveis policiais do nosso país.
Hoje em dia, com o aumento da contestação social crescente perante as medidas tomadas por políticos legítimamente eleitos, as razões das lutas de cada profissão, de cada classe social tendem a juntar-se em uníssono de forma a defenderem-se das injustiças que invocam. Funcionários públicos, equiparados da função pública, corpos especiais da função pública, todos eles servidores do Estado, foram aparentemente rotulados como os responsáveis da triste miséria a que chegou esta República das Bananas, estando a formar-se uma barricada oposta de trabalhadores do sector privado como apoiantes dessas medidas contra eles. Foi, de forma muito sintética, este o resultado provocado pelas medidas do governo, aplicadas de forma una e igualitária para todos os seus funcionários sem olhar às especificidades. Isto de cortar a direito, regra geral, nunca deu bons resultados. Pena que não tenham abordado com tanta firmeza a economia paralela que devassa o mercado salarial privado e que gera milhares de milhões de fuga aos impostos...
Desabafo? Talvez, mas eu só gostava de saber quais são essas regalias todas que têm os polícias e que oiço a toda a gente apregoar, porque tenho a impressão que tenho andado a ser comido ao longo destes últimos 18 anos. Desafiava mesmo que alguém as enumerasse (e provasse com os respectivos diplomas legais); ou será que aquilo que se apregoa pegou de tal forma ao ponto de ser normal escutar, numa conversa de café, uma senhora a dizer para a outra - "o marido de "fulana", o polícia, ganha mais de 300 contos... e isto sem contar as horas extras à noite e fins-de-semana. É um abuso! E veja lá que passa a maioria dos dias aqui durante o dia, em casa." - perante comentários destes, como diria o outro, fico chateado, concerteza que fico chateado!
Fico a aguardar a lista dos privilégios, se houver alguém que os consiga enumerar...
Hoje a malta foi para a rua, protestar e ainda nem soube qual o impacto do protesto. Estou com uma pedrada... - estes malandros pensavam que era das outras... malandrecooos!! ai!ai! - Amanhã de manhã vejo as notícias.
Tenham um dia feliz.
Aquilo que já ouvia antes de ser "bófia" passou a rebater mais intensamente dentro da minha cabeça, porque agora era um deles. Na especificidade de cada profissão, há coisas das quais se fala quando se está por fora, que são únicas. Só quem está lá dentro conhece as realidades cruas e duras. Mas há profissões que devido ao seu carácter paramilitar - ou herança militar no caso da polícia - tendem a ser mais corporativistas encerrando-se dentro das suas conchas de secretismos bacôcos dos quais são exemplo as inúteis, hilariantes, abjectas e nada esclarecedoras conferências de imprensa dos responsáveis policiais do nosso país.
Hoje em dia, com o aumento da contestação social crescente perante as medidas tomadas por políticos legítimamente eleitos, as razões das lutas de cada profissão, de cada classe social tendem a juntar-se em uníssono de forma a defenderem-se das injustiças que invocam. Funcionários públicos, equiparados da função pública, corpos especiais da função pública, todos eles servidores do Estado, foram aparentemente rotulados como os responsáveis da triste miséria a que chegou esta República das Bananas, estando a formar-se uma barricada oposta de trabalhadores do sector privado como apoiantes dessas medidas contra eles. Foi, de forma muito sintética, este o resultado provocado pelas medidas do governo, aplicadas de forma una e igualitária para todos os seus funcionários sem olhar às especificidades. Isto de cortar a direito, regra geral, nunca deu bons resultados. Pena que não tenham abordado com tanta firmeza a economia paralela que devassa o mercado salarial privado e que gera milhares de milhões de fuga aos impostos...
Desabafo? Talvez, mas eu só gostava de saber quais são essas regalias todas que têm os polícias e que oiço a toda a gente apregoar, porque tenho a impressão que tenho andado a ser comido ao longo destes últimos 18 anos. Desafiava mesmo que alguém as enumerasse (e provasse com os respectivos diplomas legais); ou será que aquilo que se apregoa pegou de tal forma ao ponto de ser normal escutar, numa conversa de café, uma senhora a dizer para a outra - "o marido de "fulana", o polícia, ganha mais de 300 contos... e isto sem contar as horas extras à noite e fins-de-semana. É um abuso! E veja lá que passa a maioria dos dias aqui durante o dia, em casa." - perante comentários destes, como diria o outro, fico chateado, concerteza que fico chateado!
Fico a aguardar a lista dos privilégios, se houver alguém que os consiga enumerar...
Hoje a malta foi para a rua, protestar e ainda nem soube qual o impacto do protesto. Estou com uma pedrada... - estes malandros pensavam que era das outras... malandrecooos!! ai!ai! - Amanhã de manhã vejo as notícias.
Tenham um dia feliz.
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