Hoje deu uma camoeca qualquer ao meu carro. Ia eu descansadinho na Via do Infante, em velocidade de cruzeiro, quando de repente o carro deixa de acelerar, as rotações caem para 0 (zero), acende-se a luzinha do óleo e uma outra luz qualquer a dizer "check motor". Em poucos segundos quase tudo volta ao normal: a luz do óleo apagou-se, o carro voltou a acelerar mas com um estranho soluçar, a rotações voltaram ao normal mas com oscilações no ponteiro e a tal luz do "check motor" manteve-se amarela.
Ligo para o Renato, que me vendeu o carro, e expliquei-lhe o que se passou. Disse-me para verificar o nível do óleo e, se este estivesse normal e a tal luz não piscasse, que podia continuar viagem e que passase pela oficina mais tarde. Após a confirmação do nível do óleo, continuei a viagem… Aos poucos, o motor pareceu voltar ao regime normal, mas a luz amarela do "check motor" continuou sempre acessa.
Por volta das seis, lá estava eu na oficina. Disse-me que me ia levar ao Zé, que era o homem das electrónicas. E foi aí que eu descobri que estes modernos mecânicos ainda são piores que os médicos: não prestam nenhuma atenção às queixas dos doentes!
- Então… que se passou?
- Ia a andar normalmente e, de repente, o carro começou a desacelerar, ficou a soluçar e acenderam-se umas luzes..
- Que luzes?
- Esta, que ainda está acessa, e a do…
- Ahh, a do [não percebi o nome]… Muito bem! – e começa a desempacotar qualquer coisa.
- Olhe, mas também acendeu a do óleo!
- Ah sim…? Mas agora já não está acesa, pois não? – e sacou de uma coisa que parecia um portátil.
- Sim, agora não está… mas acendeu.
- Pois… - e esticou um cabo.
- E o carro andou a soluçar durante um bom bocado!
- Hummm… Ahh, pois – e tentava ligar o cabo na parte de baixo de tablier.
- …
- Já está! – sorriu – Agora já vamos saber o que o carro tem…
E começou a carregar em vários botões: iam aparecendo uns menus no écran que ele ia seleccionando.
- Cá está… é um defeito no sensor que transmite as rotações do motor. Não há problema!
- Mas… um defeito no sensor?
- Sim… está aqui!
- Mas olhe que o carro começou a andar mesmo mal… não me parece que seja só um defeito no sensor.
- Mas é o que o computador diz… o motor está bom!
- Só lhe estou a dizer o que se passou…
- Sim, claro… mas não há problema. Olhe, vou-lhe apagar a avaria!
- Apagar?
- Sim, apaga-se… – e carregou num botão.
- …?
- Já está, já não tem avaria… olhe, a luz do [não percebi o nome] já está apagada.
- … e é só isso?
- Sim, está tudo bem… se voltar a acontecer, passe por cá!
- …!
- Boa tarde!
- Boa tarde…
E lá vim para casa. O carro parece normal, é um facto, mas estou muito pouco convencido: se é um só um defeito num sensor, como é que o carro andou a soluçar e com défice de rotações?
Mas quero lá saber, o computador diz que sim e o carro ainda está na garantia. Se estoirar, eles que se arranjem!
Hoje, o Ministro da Saúde lançou umas bocas no Parlamento: que ia acabar o protocolo com as Misericórdias para receber doentes dos hospitais [assinado há menos de uma ano]; que a Misericórdias se limitavam a dar uma enxêrga para os pobres morrerem; que estas enriqueciam, à custa do estado, ao receberem por serviços não prestados.
Não sei se é verdade ou não. Mas sei que, passado menos de uma hora, o Padre Melícias – Presidente da União das Misericórdias – vinha expressar a sua estranheza e repúdio pelas palavras do Ministro. Olha com quem ele se foi meter: o Padre Melícias, a Igreja, o Vaticano… Está tramado. Está aqui, está na fogueira!
Mas, como se pode ver no campo da saúde, a reformas do Governo Socialista continuam de vento em popa.
Valentim Loureiro - mais conhecido por "O Major" -, notório aldrabão da nossa praça, reassumiu hoje as funções de Presidente da Liga Portuguesa de Futebol, por terem prescrito as medidas de coação impostas, há um ano, no âmbito do processo "Apito Dourado". Não foi deduzida nenhuma acusação. E hoje lá voltou à sede da Liga, onde, cheio de lata e de soberba, já começou a partir pratos. Está em excelente forma, garanto-vos, agora é que ninguém o trava!
Mas não se preocupem… o nosso Sócrates já anunciou a grande reforma do sistema judicial: as férias judiciais vão ser reduzidas de 2, para 1 mês. Casos como este nunca mais irão voltar a acontecer.
PP: Tenho informações "quentes" sobre o novo caso "Botas Douradas", Amanhã conto-vos!
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