Por obrigação parental farto-me de ler histórias infantis. Quanto mais velho sou mais falhas lhes encontro e melhor percebo como fomos todos ideologicamente condicionados por elas.
Há uns dias fiquei deveras irritado com a formiga e a cigarra. A coisa é contada de forma a ficarmos com a ideia de que a trabalhar se consegue acumular riqueza. Ou seja, partindo de uma falácia, o autor mata vários coelhos coma mesma marretada.
Primeiro faz o elogio do trabalho para sobreviver, depois atira para a imoralidade todos os que têm a sensibilidade de perceber que há mais vida para além da sobrevivência, a seguir faz a apologia do individualismo egoista e logo usando um bicho que é icone do trabalho colectivo, como se isso não bastasse ainda retira a conclusão, contra todas as evidências, que quem não trabalha não come e quem trabalha acumula riqueza.
Por isso decidi escrever outra história da formiga e da cigarra para ler aos meus filhos. Já que têm de ser condicionados ideologicamente que o sejam pelo pai.
Irei partilhando convosco a dita cuja história. Para além do mais prometo um final feliz.
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