Na outra ponta do quarto, atrás do grande biombo decorado com motivos chineses, Hortense enfiava a sua camisa de noite. A mesma que envergava dezoito anos antes na noite de núpcias. Era nova na época e a rugosidade do pano mate surpreendeu-o quase tanto como a estreita fenda vertical aberta na devida altura e em torno da qual haviam bordado a ponto de cruz vermelho: «Deus o quer». Léon nunca a vira sem ela.
Michel Folco em Só Deus e Nós
Este é um livro brilhante em carradas de sentidos, entre as quais o humor. Negro. Do mais negro que tenho visto. A história de oito gerações de carrascos... cof, perdão... executores.
Sem comentários:
Enviar um comentário