Hoje, recebi uma carta...
Uma carta verdadeira, com envelope de remetente e destinatário manuscritos. É um facto extraordinário pois, nos últimos dez anos, julgo que não tinha recebido nenhuma. A minha caixa de correio limita-se a acumular envelopes com contas para pagar e tristes prospectos publicitários.
Mas hoje, recebi uma carta...
Uma carta com 10 páginas e que, curiosamente, começa com a seguinte frase "Esta carta é para ler de pouco a pouco. Por ser muita escrita". E toda essa carta, toda aquela escrita, gira à volta de uma dúvida terrível: porque é que eu insisti em torturar o irmão, até ele morrer? Lembro-me bem do caso, foi recente e não foi, claramente, um sucesso terapêutico. Mas será que foi mesmo assim que fui visto por aquela família, como um torturador... Será? Que porra!
Pois, hoje recebi uma carta...
Mas mais valia que se tivesse extraviado!
PP: Quem é Sidoro?
PPP: Assisti à conjura nórdica e à tragédia italiana. Terá sido?... Mas deu-me um secreto gozo!
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