Qual o desígnio que me faz andar nesta direcção? Qual o plano que faz o mundo girar à minha volta, que faz as pessoas virem até mim? Qual o propósito de os meus olhos se terem cruzado com os teus? Era tão mais fácil acreditar que alguém nos tinha escolhido, aos dois, para sentir. Mas neste mundo de coincidências tu estávas lá quando eu também estava e é só.
Podemos imaginar gigantescas equações com variáveis quase infinitas que te colocaram naquele ponto do universo, naquele instante em que a esfera imaginária e tão real que representa o teu mundo tocou a sua semelhante que me envolve. Anos da tua vida, acções tuas e das pessoas que de ti fazem parte, simples decisões... o escolher um passo mais apressado... o escolher uma noite na cadeira de baloiço em vez de baloiçar no barulho dos neóns de uma disco qualquer... o passar um amarelo em vez de esperar pelo vermelho... o que te fez escolher o autocarro em que eu viajava? Que Força te fez rodar o pescoço na minha direcção naquele exacto momento? Valerá a pena fazer estas perguntas? Algum dia obteremos respostas?
Fotografa-me um acaso, um talvez... coloca-lhe uma moldura, bonita, para eu deixar aqui junto de mim e todos os dias me lembrar que vivo simultaneamente no meu mundo e no mundo das coincidências...
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