13 de março de 2004

Um número

Essas duzentas mortes inúteis não vão ajudar o separatismo basco. Essas duzentas mortes absurdas não farão um único ianque deixar o Iraque. Essas duzentas mortes insanas não terão o condão de erguer da tumba uma única das pessoas que alegadamente vingaram. Essas duzentas mortes estúpidas não mudarão um único regime, não derrubarão deus algum, não abrirão portas nem gerarão medos. Essas duzentas mortes cruentas não servirão para nada.

Para nada? Talvez não seja bem isso; talvez essas duzentas mortes sirvam para ser o que são: duzentas mortes, um número, uma conta, a cifra de poder desejada por um bando de loucos, assassinos e covardes para avisar ao mundo que podem matar quantos e quando bem quiserem. Duzentas mortes a mais para debitar no saldo aparentemente infinito da conta do ódio.

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