Ontem, unidade cheia de doentes. Mantêm-se os surtos virais de Inverno, com narizes entupidos, febres em miúdos e graúdos, dores de barriga e vómitos causados por ranhocas engolidas. Tosses irritativas que, ao fim de um tempo, põem a vítima a cogitar pneumonias, tuberculoses e cancros de pulmão. Quedas no piso escorregadio com ossos avulsos fracturados. Pior que tudo, depressões, umas piores que outras, fruto de fenómenos raramente esclarecidos que incluem a indecente escuridão que se põe a partir das quatro da tarde, patrões safados, colegas miseráveis, familiares filhos-da-mãe, e, sobretudo, uma percepção aguda e imensa de solidão. Não há muita gripe, depois da crise do final do ano.
Hoje vai ser igual. Amanhã estou de serviço e igual será. Salvam-se os escapes, como um jantar que, correm rumores, acontecerá hoje algures à Praça do Chile.
A música recomendada do dia: Lambchop - Theöne (1995).
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