23 de dezembro de 2003

Relatividade e distanciamento

De facto a relatividade é uma verdade absoluta... e os dias voam de facto.
Estou eu aqui, neste doce remanso, neste contínuo comer de azevias, neste pacato não fazer nada, que me chego a convencer que o tempo passou. Mas ligo o computador e vejo que, lá fora, no mundo, o tempo não pára... os post sucedem-se num ritmo vertiginoso, numa contínua troca de ideias e opiniões que não se compadece da minha letargia.

Ora é evidente que, qualquer pessoa, pode dizer que um livro (ou qualquer coisa) é má. Mas também é óbvio, quanto a mim, que pode não ter razão... acho que a coisa mais justa que podemos dizer sobre uma obra é, simplesmente, se gostamos ou não gostamos.
Serve isto para trazer de novo a MRP. Sobre a senhora tenho a declarar duas coisas: não sou apreciador dos livros que escreve; nunca comprei um livro dela (só incentivei outros a comprarem, para eu poder ler).
No entanto reconheço uma coisa: falta-nos distanciamento para termos uma opinião mais formada sobre o que escreve. Não querendo fazer comparações, muitos artistas não foram reconhecidos como excelentes, na sua época. Eça de Queiróz limitou-se a escrever histórias banais sobre o dia-a-dia do seu tempo, nada de muito profundo ou cabalístico. Monet começou a pintar triviais cenas e paisagens do quotidiano, nada de pinturas com grandiosos motivos histórico-religiosos
O livro que estou a ler agora, “O Paraíso na Outra Esquina”, fala precisamente de um pintor, o Paul Gauguin. Este, era um bêbado devasso e um fornicador sifilítico, que teve a triste ideia de ir procurar o paraíso nas ilhas do pacífico. Foi nessas ilhas, onde não encontrou o paraíso, que pintou os seus melhores quadros mas que, na altura, foram considerados devaneios de louco.

PP: Não me levem à letra...

PPP: Já agora aproveito e digo que, em relação a esta coisa a América, falta-nos o mesmo, o distanciamento. Aconselho o post do Dicionário do Diabo sobre o assunto.

PPPP: As minhas prendas estão atrasadas... não se chateiam se chegarem depois do Natal, pois não?

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