Estive ontem no cinema a ver um filme chamado “É mais fácil um camelo”, uma coisa meio Italiano-Francês que não vale assim tanto. Foi no auditório Charlot, que é o cinema mais antigo da cidade onde vivo, visto que o outro cinema (que eu adorava quando era míudo) foi convertido em salão de não sei bem de quê pela Igreja Universal do Reino de Deus. Em alternativa ao Charlot, temos as 4 (terríveis) salas de cinema do Jumbo. Mas isto funciona geralmente ao contrário: o Charlot é que é normalmente a alternativa, de modo que está sempre muito mais vazio. Tem uma sala só, grande, dá para esticar as pernas. Pouca gente, é como eu gosto. Ainda é um cinema personalizado, com estilo e cores que ainda parecem ter sido escolhidas por alguém. Infelizmente, o que se tem hoje são salas repetidas replicadas clonadas de uns centros comerciais para os outros, perdeu-se a personalização, o diferente. É tudo azul escuro ou preto, as pipocas são caras, perdeu-se o ar acolhedor, as cadeiras almofadadas que pronto, é verdade que às vezes até faziam algum calor mas sempre se via o filme mais confortável sem temro que estarsemprea udar de posição porque o banco é simplesmente incompatível com a anatomia humana ou porque estamos sempre a escorregar para baixo e a cabeça da pessoa em frente insiste em constantemente impor-se ao ecrã; falta o espaço para não termos que ter os joelhos na cadeira do vizinho da frente, e perdeu-se muita coisa que conseguia fazer dos cinemas uma coisa ao gosto de apenas alguns, de uma elite capaz de apreciar cinema como realmente cultura. É como o McDonalds, não há melhor exemplo de desculturalização.
A meu ver, não há problema em elevar a cultura ao gosto de uma elite. Tem que ser apreciada e desapreciada também. É preciso qualidade, não é necessário vender. Porque para ser acessível a todos não pode ter tanta qualidade assim. É uma proporcionalidade inversa.
E os livros... os livros. Mas vou alinhar nesta coisa aqui do blog: os livros ficam para o próximo post. =)
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