Já estou farto destes dias intermináveis de chuva, dão cabo
do juízo a qualquer um. Mas por enquanto, apesar da neura, ainda não estou tolo
de todo.
Com os solos ensopados, com as bacias de retenção cheias,
continuando a chover desta maneira é natural e esperado que os rios saiam do
seu leito de curso normal e transbordem para os terrenos das suas margens, espaço
que é seu por natureza, o leito de cheia.
Tradicional e historicamente os habitantes não urbanos destas
áreas anseiam por estes dias. O rio cheio traz aos terrenos os detritos que o
fertilizam, transformando terrenos arenosos em áreas de boa aptidão agrícola.
Nestes dias, além da chuva, chateia-me o corrupio de repórteres as estes
locais à procura de tragédia, os quais, com um ar sério e de caso,
só encontram povoações felizes apesar de isoladas, vivendo este quotidiano que
lhes traz riqueza, com enorme normalidade.
Para inglória destes jornalistas, casas inundadas,
equipamento urbano submerso ou estradas intransitáveis só nas áreas urbanas teimosamente
ocupadas aos rios.
Foto retirada em http://assimterraceu.blogspot.pt
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