31 de agosto de 2011
Numa casa portuguesa fica bem...
Nas redondezas há dois aspetos merecedores de destaque: o nome das ruas e a diversidade de épocas a marcar as construções.
A imagem prende-se com o segundo fator : uma pequena artéria das imediações apresenta diversas moradias da década de cinquenta. Algumas deixaram de respeitar a traça original, tendo sido – por motivos alheios à estética – adulteradas com janelas de caixilharia em alumínio que nem sequer simulam as antigas, de madeira, ostentando hoje a triste tonalidade do material utilizado.
A frontaria fotografada constitui exceção: uma habitação bem cuidada, a conservar o painel com rimas populares idênticas às encontradas nos pratos ornamentais de Alcobaça. Espreitando imagens da referida cerâmica, confirma-se que quase todas as quadras fazem menção à hospitalidade e modéstia nacionais ou ainda à figura primordial da mãe, quase sacralizada. Fica-se a pensar se a temática escolhida não será um bilhete de identidade (ou cartão do cidadão, para acompanharmos os tempos) a esboçar genericamente os nossos traços ou se, pelo contrário, longe vão os tempos de «quatro paredes caiadas e um cheirinho a alecrim».
Observação: não se procedeu a investigação para apurar se a grafia do vocábulo «braza» presente no painel teria sido, mais tarde, retificada por decreto ; tendo de começar por diretivas legais e profissionais a utilizar o novo acordo ortográfico a partir de amanhã e não pretendendo encabeçar uma quixotesca rebelião, tentarei aplicá-lo também aqui, independentemente do parecer pessoal sobre a matéria : dura lex, sed lex.
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8 comentários:
Quando comecei a ler, pensei, mas que raio... "Quem é que está a escrever assim?" Nem acabei de ler, saltei para o nome do autor, no caso da autora. E lembrei-me que há tempos tinha dito que, mais cedo ou mais tarde, teria que ceder ao A.O.. E compreendi logo, mas... que fica estranho... lá isso fica!!
Bem como as janelas de alumínio. Realmente, bem podiam ser brancas ou então em PVC branco. Estas são óptimas para limpar, são resistentes às intempéries, isolam bem e, sim!, enganam até os mais atentos.
Os azulejos... é mesmo algo muito à frente, mesmo que seja do tempo dos afonsinhos. São (ou pelo menos eram) os portugueses com esses (e outros) azulejos e são aqui os germânicos e os helvécios com as suas fachadas todas pintadas... lindooo! De encher o olho, ou de nos fixarmos em pequenos pormenores!
Bom dia, Luísa.
Quanto ao acordo ortográfico, mesmo trocando impressões com quem fez formação intensiva na área, a adaptação passará decerto por oscilações quase inconscientes entre o que dita hoje a norma e o aplicado durante décadas e a minha reação (já o estou a utilizar) inicial também foi a de estranheza, aliás, ainda o será por algum tempo, mas... o que fazer?
Quanto às janelas que refere e morando numa casa da década de 90, também as tenho por cá. São um bom exemplo de como aliar a modernidade à tradição sem ceder ao kitsch:)
Relativamente aos azulejos, também gosto de os ver quando são da época, o mesmo não direi sobre alguns painéis que aí vejo em casas 'novo-riquenses' ... esses são de fugir pela ostentação e mau gosto.
Continuação de boa semana:)
Eu vou continuar a não exercer. Mas compreendo que a Teresa o tenha que fazer, tendo em conta a sua área profissional. Eu entretanto opto pela resistência passiva.
Pois claro, T. Imagina-me a trabalhar com uma infinidade de textos que têm obrigatoriamente de respeitar as novas regras e a utilizar dois registos conforme o contexto: seria uma dor de cabeça ainda maior :o(
No teu caso faria o mesmo:)
Olá Prattie,
Ah pois!
Já com acordo (h)ortográfico:)
É fato de relevo!
Eu cá, agora dou "maningue" de erros nas iatas... e tal e coiso...
Por exemplo, como hei-de dizer Egito? Se depois tenho de escrever egípcios??
Por aqui tudo bem! Hoje às 16h 38ºC. De cair para o lado...
Dizem que vem aí chuva e trovoada...
Volta e meia cortes de electricidade... (ou eletricidade???)
Viva o fim de semana!!!!
Mil beijos,
Couve (Portuguesa) ah, ah, ah...
Olá, amiga mais ou menos provisoriamente africana.
Já entendi pela boa disposição que neste sábado não estás indigitada para tarefas na escola:)))
38º? Nada de provocações. Por cá, se o frio aperta, basta-me fugir até à cidade, pois este micro-clima dá cabo de qualquer um/a, mas uma temperatura dessas é obra!
Tudo de bom para as minhas amigas de Mozambique :)
Bom dia,
Estou a "matabichar" e depois vou preparar as "iaulas".
Um bom começo!
Beijinhos,
R
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