24 de agosto de 2008

A afilhada de Simenon


My dear fellow-writer and friend,
It is so good to walk with you through the animated streets of Florence, with its carabinieri, its ordinary people, its little trattorie and even its noisy tourists. It's all so alive, you can hear the noises, smell the smells, see that morning mist on the fast flowing Arno..."
Georges Simenon



Fez no dia 18 de Agosto um ano,que morreu Magdalen Nabb. Não sou muito dada a obituários, mas é uma escritora que merece ser recordada. Saquei ontem da estante os livros dela e fiquei de novo maravilhada. Não são histórias de tiros ou de louras de grandes seios e longas pernas não. São histórias sobre a Itália não turística e pobre, dos pequenos bairros, de gente singular que aí vive, ama e morre. Sentem-se os cheiros, as vozes e relembro tudo o que gostei de conhecer em Itália, até mesmo o desmesurado calor tórrido.
Sobre a Magdalen Nabb, inglesa, optou por viver em Itália e aí, entre outras actividades, a começou a escrever livros policiais. Foram treze volumes, com o Sargento Guarnaccia, um carabinieri inteligente e tímido. De destacar a sua ligação a Simenon, a quem enviava sempre o primeiro exemplar da sua nova história. Esta correspondência durou até à morte dele. Foram treze apenas as histórias de
Guarnaccia. Nabb morreu aos 60 anos. Faz-nos falta.
Em Portugal está editada pela Caminho e pelos Livros do Brasil. Façam-me um favor e leiam um livro desta autora.
Quem ama a boa escrita e Itália, só pode estimar qualquer um destes treze livros. E quem diz que o romance policial é escrita menor, é mas é parvo.

Nota: Magdalen Nabb também escreveu para crianças.

4 comentários:

Anónimo disse...

Grata pela referência.Fiquei curiosa, pois desconheço a obra desta autora.
Sobre a Itália pobre, recordo um livro lido há muitos anos cuja acção decorre na cidade de Nápoles, trata-se de "Filhos das Trevas" de Morris West.

Anónimo disse...

Há anos que não encontro o sargento Guarnácia (não me lembro se é assim que se escreve...):-)

T disse...

Acho que vai gostar Teresa. É o tipo de literatura que as Teresas gostam:)

T disse...

O Sargento é uma figura extraordinária, não é ? Muito maigretiana. Infinitamente humana, pois.