Um dia destes estava a jantar e prestei atenção a uma novela (foi por acaso, juro!...).
Não sei o nome, mas é uma destas, da nova vaga, em que se pretendem focar todas as "causas" sociais do mundo. Assim, todas as famílias e personagens têm graves problemas a resolver: alcoolismo, violência familiar, homossexualidade, guerras profissionais, ciúmes patológicos, cancro da mama, agressões ao ambiente, etc, etc... torna-se obcessivo.
O que me chamou a atenção foi uma cena, no duche, entre duas miudas lésbicas, em que elas "namoravam" educadamente.
O que pensei foi, "... se fosse um homem e uma mulher não era filmado assim", mas logo me lembrei, " ... e se fossem dois homens, então não era mesmo assim"
É confrangedor a dualidade com que, as diferentes formas de expressão audio&visual, tratam as diferentes formas se sexualidade. Se fosse um casal convencional acabariam por dar os inevitáveis beijos. As duas miúdas ficaram-se pelos sorrisos quentes. Os dois homens acho que não teriam direito a nada.
Podem dizer que isso advém dos preconceitos da sociedade, do grande público (nós!), que não estamos preparados, blá, blá... mas eu acho que isso, é uma treta: apenas reflecte os preconceitos de quem escreve, pinta ou realiza (as elites). E assim se mantém a torre de marfim inviolável, assim permanece o grande tabú.
Já uma vez aqui o disse, e repito, o que penso: o direito à invisibilidade só se adquire pela coragem da visibilidade.
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