20 de fevereiro de 2010

COISAS DO SÓTÃO














Para onde o levou este bilhete? Ou de onde o trouxe?
Guardou-o e agora não sabe o porquê. Nem capicua é, ele que é do tempo de se guardarem capicuas. Diziam os mais velhos que davam sorte.
Terá servido para marcar uma página de livro?
Pouco importa.
“No primeiro eléctrico da manhã ainda há sonhos do dia anterior”.
Iso escreveu Ramón Gómez De La Serna, numa das suas "Gregerias".
Pensa que fica bem a acompanhar este bilhete, que não sabe para onde o levou, de onde o trouxe.

13 comentários:

Rui disse...

Tenho desses de 6o centavos, dos STCP que serviam para uma zona !!!
Havia de .80 1.00 e 1.20 !
Coleccionava capicuas !
Curiosamente e não percebo porquê ou como, tinha uma com o nº 00000 :))
.

almariada disse...

eh! ver este bilhete abriu-me um grande sorriso! muito obrigada! :)

T disse...

Isto há coincidências. Comprei um livro que tinha um bilhete destes há poucos dias, ainda a marcar uma página.

Anónimo disse...

E a T mandou-os para o lixo?

Também tenho guardados alguns.

Abraços

Susana

T disse...

Lixo eu? Não. Ficará no livro:)

Luís Maia disse...

Toda a gente olhava para o número do bilhete para ver se era capicua ou para tirar os noves esse ai dava 3 e havia quem soubesse o que significava esse número.

As vezes dava "encontro amoroso" mas no meu tempo miúdas para sair era difícil o que fazia duvidar da prédica

Nunca percebi era a lógica do buraco eu andava nos mesmo transportes mas e o buraco ia variando. depois vinha o revisor com a lista dos números para ver se o bilhete conferia com a listagem

Mas era tão bom quando o trinca bilhetes, não dava por nós e passavamos à borla sem pagar

almariada disse...

É verdade Luís Maia! :) Eu também tirava os noves fora e 3 queria dizer "talvez" ;)

César Ramos disse...

Desci em andamento e deparei-me com este bilhete, que me deu sorte!

Como... se nem é capicua!?

Sorte, porque me lembrou onde tenho um «Bilhete Operário» que encontrei num velho casaco do meu avô.
Sorte, porque me recordou que também já tivémos Operários em Portugal...!

Um abraço Gin-tonic
César

Unknown disse...

E havia quem guardasse os bilhetes com capicuas, todos juntinhos, como um troféu. Conservo um deles, herdado há um par de anos.
A propósito, o Museu da Carris merece uma visita.

Luís Maia disse...

o bilhete operário custava 7 tostões e dava direto a regresso

César Ramos disse...

Luís Maia,

Está certo! porém, como a carestia da vida sempre existiu..., o meu é de oito tostões [era também ida e volta]!

Um aumento do caneco!

E eu, que julgava que o meu bilhete era barato!!!

Um abraço, e conserve esse bilhete...
vale milhões, para a História.

Cumpts.
César

gin-tonic disse...

Se bem ele se lembra um tostão dava para comprar uma catrefa de "paladares" na mercearia do Sôr Jaquim. Embrulhados em papeis coloridos a preferência ia para os brancos (sabor a aniz) e os verdes (sabor a mentol). Havia também a versão "esticas" que uma velhota vendia à porta do "Cine-Oriente". Também se lembra que nos barcos que faziam a ligação Lisboa/Barreiro, ainda a carvão, andava um homem a vender os "paladares" numa cestinha de verga.
Pelo menos uma vez por mês, aos domingos, atravessava o rio nesses barcos para visitar um tio, irmão do pai, operário da CUF que tinha sido deslocado para o Barreiro e vivia no Lavradio. Ainda o Lavradio eram quintas a perder de vista. E depois ia com o pai e o tio, a pé, até à Baixa da Banheira. O destino era uma taberna onde se se iam juntando outros homens. Mais tarde veio a saber o que eram aquelas reuniões, aos domingos, na margem esquerda.
Sim, caro César Ramos, no tempo em que ainda havia operários...

Carlos Caria disse...

Pois eu também adquiri muitos bilhetes operários a 7 tostões no percurso Belém/Praça do Chile.
Se bem me lembro só dava direito ao bilhete operário quem entrasse no eléctrico antes das 7 horas da manhã depois disso já não eramos operários perdiamos esse estatuto. Tempos desgraçados.
Ab amizade
C Caria