30 de abril de 2006

qual é o filme?

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Postal enigmático

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Da caixa atufalhada de postais salta este.
Serão acrobatas? Mas fala de cinema... Eram artistas é isso..
E o Atlas? Marca de sapatos ? Tipo para correr Portugal de lés a lés?

Alguém viu isto e ficou com uma recordação...terão subido à Torre dos Clérigos?
Tanta pergunta.

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E quem é este senhor? E o filme? :)

Murphy Brown

Não sei exactamente em que ano passaram Murphy Brown, mas lembro-me de tentar nunca perder um episódio e adorar o seu humor acutilante com uma nuance política evidente. A personagem principal era uma jornalista de quarenta anos, recém-saída do Betty Ford e nem por isso com muito bom feitio. Linda só como Candice Bergen pode ser.
Foi uma série criada para uma edição de 12 episódios. Acabou por durar dez anos (1988/1998).

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Comprei o DVD com os primeiros episódios, mas sem muito a certeza de ter sido criteriosa. Tinha receio que tivesse envelhecido mal e que estivesse absoleto.
Afinal, acabado de ver o último disquinho agora que fui vendo aos poucos para saborear, fiquei com a certeza que mantém uma actualidade espantosa.Os cabelos são demasiado pomponados, os chumaços horriveis, os adereços datados mas os conteúdos são mais que de agora. O ser humano não muda, como dizia o produtor da série.. Até ainda tem um Bush no poder!E o que me ri com a lembrança do Quayle e da sua inenarrável Marilyn:)

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Uma excelente argumentista Diane English, uma maravilhosa Candice Bergen, rodeadas por uma série de actores que as acompanham como merecem. Queria só relembrar o pintor "Eldin", um dos meus favoritos. Chamava-se Robert Pastorelli .

Talvez tenha que comprar os restantes episódios:) São só 247!!

E o que se passa com este povo? Não postam, não comentam..feneceram?



29 de abril de 2006

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Morreu a Glicínia Quartin.
Muitos anos separam estas fotos mas permanece uma única imagem: a de quem foi uma grande actriz e um ser humano de excepcional qualidade.
Teremos saudades.

Depois de...

Sono. Cansaço.
Amanhã é outro dia.
Mas é sempre tempo de estar com amigos e rir. É muito dificil conseguir este consenso no riso e muito raro também.
Por isso é infinitamente precioso.
Estou de olho pisco encravado de sono.
Abeijo-vos.

28 de abril de 2006

a agricultura portuguesa e a pujante e dinâmica iniciativa privada portuguesa

a agricultura portuguesa é um caso singular.
e os agricultores portugueses, mais ainda.


igualmente singular é o sistema de incentivos que recebem; aqueles a que se acham com direito e o que reivindicam a toda a hora.

ao contrário de qualquer outra actividade produtiva ou não, reclamam subsídios se chove, se está seca, se colheram a mais, se colheram a menos, se os preços estão altos, se os preços estão baixos.
recebem subsídios por plantar
recebem subsídios por arrancar
e por substituir
e por existirem.

recebem subsídios para o gasóleo verde dos seus jeeps, e dos seus bmw e dos audis e claro, também para os tractores.

recebem o que mais ninguém recebe e passam a vida a dizer que trabalham de sol a sol e que sem eles o país era um deserto e que tínhamos que importam tudo o que comíamos (qualquer pessoa que visite um mercado sabe que, não obstante, isso acontece)

agora soube-se que cerca de 50% dos subsídios atribuidos à chamada 'electricidade verde' (sim!!!! também têm 40% da factura de electricidade paga...)´é recebido indevidamente porque usada para fins que não agrícolas...

existe em portugal o hábito de dizer que os funcionários públicos não trabalham (mesmo quando os que dizem isso são funcionários públicos a reconhecer a sua ineficácia...) e que são a culpa do descalabro das contas do estado.
eu não sei.
as vezes que fui a serviços públicos não vi nenhum homem a coçar tomates nem mulheres a acertar o soutien ao peito.
recentemente tive que me deslocar a dois serviços, em dois dias seguidos.
estavam cheios de gente e com os funcionários sem um minuto de descanço. num deles tinha mais de 100 pessoas á minha frente e o tempo de atendimento foi absolutamente aceitável e absolutamente educado em que até me tiraram fotocópias de documentos que eu deveria ter tirado antes de lá chegar.

o que me espanta é que exista um sector produtivo em portugal que vive artificialmente de subsídios para o que produz e o que não produz e se mantenha a cegueira pura e dura perante tal.
e sim, um dos seus dirigentes é professor universitário, que chegou a acumular com ser deputado ao parlamento europeu.. e ser o 'agricultor' que mais dinheiro de subsídios recebia em portugal.


mas é o que vale que quanto aos funcionários públicos somos todos treinadores de bancada...

de quem são estes olhos?

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e já agora, qual é o filme?

27 de abril de 2006

Joan Colom





Obrigatório espiolhar a obra deste fotógrafo.


Fantásticas as fotos do Bairro Chino, Barcelona.







© del sitio web: Fundación Foto Colectania. 2002. Todos los derechos reservados.


Relações Públicas

Bem sei que tem uma pela bronzeada e hidratada; olhos bonitos; seios admiráveis, duros, juntos, fortes. Ainda assim, considero inaceitável que uma funcionária pública receba um cidadão contribuinte de cigarro na mão, aceso e a fumar.

Também me faz muita confusão ver funcionários públicos a beber álcool ao almoço. Bem sei que de tarde, tal como de manhã, pouco ou nada fazem. De facto, são totalmente inúteis, seriam dispensados por qualquer empresa privada. No entanto, ainda assim, fazem-me confusão. Sobretudo quando são reitores comunistas de universidades públicas.

Numa empresa privada, uma mulher maravilhosamente bela cuja profissão é informar os potenciais clientes, não sabia nem percebia absolutamente nada de técnicas e processos de branqueamento de dentes. Isto numa clínica de branqueamento de dentes. Não faz mal absolutamente nenhum. Há muitas empresas privadas, poderei ir a outra. Além disso, eu não sou coagido pela força do Estado a contribuir para essas empresas. Contribuições à força, só para os salários dos funcionários públicos que bebem álcool à hora de almoço.

Num centro de yôga, uma mulher morena com umas sandálias magníficas, um corpo generoso, sorriso generoso. As pessoas felizes produzem um marketing absorvente e sedutor. As pessoas que não gostam do que fazem deviam demitir-se mesmo que a opção restante fosse a indigência.

Em Portugal há imigrantes que trabalham muitíssimo. A minha co-residente chega a estar treze horas de pé por dia, com quarenta e cinco minutos para almoço. E não bebe álcool ao almoço. Eu cansava-me com três horas seguidas de pé. No limite e muito excepcionalmente, ficava quatro horas e meia de pé, com uma hora e meia de intervalo. Ficava exausto.

O meu desejo de que houvesse uma maioria de mulheres de Lisboa a usar decote impôs-se por telepatia coerciva colectiva. Agora mesmo, uma brasileira baixinha com uns seios redondos grandes muito puxados e empurrados um contra o outro, a levantarem-se do decote côr-de-rosa, a uma pequena distância do meu nariz fino, ligeiramente arrebitado e sem intenção de estar bronzeado. A pele branca já ao de leve tostada, o rabo curvilínio, elegante e bonito, as calças apertadas em redor.

Na noite de 25 de Abril toda a gente à minha volta fumava haxixe. Eu fumei o meu primeiro charuto. Era forte.

Há uma nova sub-tribo de sk8r boys: os meninos atafulhados de roupas de marca em dias de sol de queimar que fazem skate sob a supervisão dos papás e por vontade das mamãs, a quem tratam por você e que os tratam por você. Ficam todos admirados quando alguém anda de tronco nu. Os que ficam admirados e que tratam os papás por você e que se atafulham em roupas de marca em dias de sol quentíssimo: são os novos “meninos da rua”, com os seus skates limpos e a brilhar.

No dia 25 de Abril de 2006 não sei onde estavam os lisboetas portugueses. Os lisboetas não portugueses estavam nos jardins, na natureza.

Há já muito que reparo nisto mas só agora escrevo: os poisos mais bonitos, naturais e agradáveis de Lisboa são onde não há lisboetas portugueses. Os lisboetas portugueses estão sempre nas praias mais próximas, como focas no Antártico, ou nos centros comerciais, fechados, a comprar roupas de marca. Nos sítios mais agradáveis há quase exclusivamente lisboetas não portugueses. É uma comunidade mais ou menos passageira e flutuante de erasmus, imigrantes, visitantes de uma semana ou um mês, amigos que se encontram sempre nos mesmos jardins, cafetarias, miradouros, exposições, festas não publicitadas, bares, teatros e sessões alternativas de cinema e que sorriem secretamente uns para os outros, sem se conhecerem, só porque se encontram casualmente várias vezes nesses mesmos locais bonitos, naturais e inteligentes.

Há um filme aí sobre lisboetas. Ainda não o vi e pouco ou nada o li acerca dele. Como é hábito, já sei o seu conteúdo de uma ponta à outra. É só esperar a oportunidade para o preconceito amadurecer em confirmação. É uma coisa que me dá um certo orgulho, um pouco isolador. Gostaria de colocar algumas perguntas ao realizador. Mas talvez não valesse a pena, já sei mais ou menos as respostas.

Estamos debaixo do Sol de não-retorno.

Temos Net

Bom dia a todos!
Peço já desculpa de não postar há algum tempo, mas a net aqui tem andado muito mal. Hoje, estamos bem, daí poder dizer qualquer coisa. Peço, assim, encarecidamente a Milady a sua melhor compreensão, para não ser banida para sempre.
Tinha prometido que vos trazia novidades da fantástica BIMBY e cá vai.
Como fazer queijinhos do céu:
Pôr no copo da Bimby 250 gramas de amêndoas já peladas, ligar 1 minuto à velocidade 7 (não esquecer de segurar no copinho nos primeiros segundos por causa da vibração da Bimby), em seguida retirar a amêndoa passada. Pôr 200 gramas de açúcar, no copo, e ligar 20 segundos velocidade 6. Misturar amêndoa, ligar mais 16 segundos velocidade 4. Até ligar bem o açúcar com a amêndoa. Depois, juntar 2 claras e misturar 20 segundos, ou mais alguns, à velocidade 5, até ficar uma massa para moldar ( se for preciso junta-se mais uma clara).
A massa não pode ficar muito mole, para se poder moldar os queijos. Fazem-se bolas, polvilhando as mãos com açúcar em pó, de vez em quando. Abre-se um buraco na bola e recheia-se com doce de ovos. Fecha-se bem o buraco, para não verter os ovos moles. Depois é só comer e chorar por mais.
Eu, por acaso, costumo moldar círculos desta massa de amêndoa, com muito cuidado para não partirem, depois recheio com os ovos moles e fecho com cuidado. A massa fica mais fininha, mas dá mais trabalho. Hei-de fazer para vocês provarem. A receita dos ovos moles vem depois.
Não me esqueci que devo uma bola(ou serão duas), mas ainda estou aqui com algum trabalho, por causa das sessões. Quando menos esperarem lá a terão. Tenho saudades vossas.
Isto até já parece uma carta do Exílio, vou calar-me. Beijinhos Milady, Multicalórica, Erre, Zezinho (querido e adorado chefe) e a toda a gente. Cumprimentos à nova aquisição, o Zequinha.

Fait Divers que me apetecem dizer.

Ontem comi a primeira caracolada a sério do ano! Três grandes vivas!
E a conversar com um amigo que não via desde oNatal, descobri que ele se mantinha actualizadíssimo sobre o meu quotidiano, porque...vem ler o blog e até sabia do meu novo amor pelo dezasseis. É o costume. E logo outro amigo comentou desdenhosamente "Blogs, que merda".
Toda a gente bloga e posta. E maila. E smsa. E é spamado. E saca da net. E googla. E ripa um cd ou dvd. E quizzar?
Tanta palavra nova que a net também ajudou a gerar. Tantas significantes que vamos inventando à medida das nossas necessidades. Gosto desta ideia da adaptação do léxico e da criatividade em fazê-lo e li sobre isso no Le Monde de hoje. Podem clicar e ler. Outra palavra nova essa:)
Vejam o Abracadabrantesque, adjectivo inventado por Chirac.
Isso é estar muito à frente. Será que o Cavaco teria léxico para tanto? Duvido!!!!
Achava o máximo sacarem palavras novas ou expressões que se usam agora e postarem-nas aqui. Um TPC muito à frente!

26 de abril de 2006

:P

Gosto tanto de telemóveis que os meus até têm nome.

Livrai-nos Senhor de telélés e maridos ciumentos

Não é assunto da minha predilecção, ca malquisto fui deles. E vai uma e por esta me fico.
De uma conversa num chat, resultou que uma dona, conversando do parque do campismo do Meco, me dijo que por lá havia basto residenciais à venda, que era coisa que me interessava. Vai daí que me dava os contactos, e para eu lhe ligar por telele. Pois a senhora seria balzaquiana e acasamentada, coisa de mim consabida. Vai daí óspois, ligo-lhe, falamos, e ela fica de me dar mais informes por SMS. Atão um belo dia estava eu posto em sossego, e eis senão quando arrecebo um sms mais ou menos nestes termos: "Andas a meter-te com as mulheres dos outros, mas não sabes com quem te metes seu cabrão que te vou meter um tiro nos cornos!"
E eu, moita. Apago tudo, desligo telele por uns tempos e trancas à porta. E a coisa passou pois a dona lá o deve ter amansado e assim ficámos uns e outros.
E fikem-se também vossências com esta amostra, pois cá as tenho peores, mas delas só arrazoarei em obra póstuma, a publicar cem anos após o meu passamento.

Telemóveis

Tive o meu primeiro telemóvel em 1998 e deram-no quando trabalhava na TMN. Era um Alcatel daqueles que quase toda a gente tinha. Depois, tive um Siemens que alguém tive a caridade de roubar, porque não prestava para nada. Depois vieram os Nokias e já vou no segundo e o próximo também vai ser dessa marca, tenho quase a certeza.
Sou completamente dependente do telemóvel ao ponto de arranjar problemas em casa: "Larga a porcaria do telemóvel, sempre ao telefone, sempre ao telefone!". Tenho assinatura, porque sempre tive e acho que não sabia viver com a ansiedade de não ter saldo. E gasto imenso dinheiro.
Recentemente, comprei outro Nokia com um cartão da Optimus que serve quase exclusivamente para falar com a minha mãe, também ela dependente.

Telemoveis

São fantasticos! Não passo sem o meu! Ja rodei por outras marcas mas prefiro de longe a Nokia. Normalmente troco de telemovel quando ja nao consigo juntar os bocados de quando ele cai ao chao.

E pronto... vai ser só isto porque hoje estou muito cansado. :))

Há 20 anos!

Acontecia Tchernobyl .
16.oo0 mortos foi o que provocou o mais grave acidente nuclear da história.
Um facto a relembrar, sobretudo quando se fala de novo em instalar centrais em Portugal.
Para mais ler AQUI

Os telemóveis e eu.

Primeiro tive um bip. Era do serviço e era uma grande seca: tinha que se procurar um telefone público para ligar e ser chateada com trabalho.
Depois chegou a hora do telemóvel: um enorme tijolo Eriksson.Era pesado como tudo e durou anos. Tinha que se pôr a bateria a carregar. Um dia finou-se. Depois começou a era dos Nokia e lá tem ido mais ou menos bem.
Tenho um 91,um 96 e ainda conservo um cartão 93.
A morte mais triste que tive dum telemóvel foi por afogamento numa retrete. Alguns ficaram encravados com areia, outros com água, outros simplesmente crasharam. Um fez um pequeno relâmpago!
Já ferrei a dormir muitas vezes ao telemóvel e dizem-me que ressonei e tudo. Às vezes adormeço para cima dele (quando estou de serviço) e durmo com ele junto ao travesseiro.
Há dias mandaram-me uma sms a mandar-me à merda e depois pediram desculpa a dizer que era engano! Fiquei sem saber quem era.
Eu sou uma dependente assumida do uso deste aparelhinho. Salvo quando estou com a tubaroa. Uso-o só para tirar fotos:)
Divorciei-me do telefone fixo há um ano. Agora só uso esssas maquininhas. No entanto presentearam-me com um enorme rádio de trabalho:) Se me fizerem mal carrego no botão laranja. Deve aparecer o Marques Mendes a dar porrada no assaltante!

Foi uma óptima invenção. O telemóvel mudou as nossas vidas. Obriga-nos a inventar elaboradas escusas ou desculpas ou requintadas mentiras. Deixámos de ter vida própria. Mas também, quem quer ser uma ilha?
Claro que as histórias sórdidas não conto:)

25 de abril de 2006

Telemóveis...

O mais próximo de sórdido que aconteceu na minha relação com o meu telemóvel limitou-se a algumas curtas viagens a pé do dito objecto no bolso da frente das calças...

Como se hace una Pasionaria

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25 de Abril; Portugal vs Itália


Italia e Portugal, a mesma desgraça, maior a nossa, o mesmo combate.

Para recordar este filme...avassalador, in ogni sensi, e passe o palavrão aqui fica um grito que passa também pelo filme no dia da libertação. Os fascistas eram diferentes, assim como os anos, nós tardámos mais, mas o dia e o mês foram os mesmos. A música aqui fica para recordar e não esquecer.

TPC

Qual 25 de Abril...
Qual amores qual carapuça...que tal falarem do vosso relacionamento mais intenso que tiveram com um telemóvel?
Queremos todos os pormenores sórdidos.

Vinte cinco de Abril

O meu 25 de Abril é feito de pedaços de recordações. Afinal, eu tinha apenas cinco anitos (quase seis).

Uma parte do meu 25 de Abril são os rostos e as vozes dos militares portugueses em África, através da televisão, desejando Feliz Natal e Próspero Ano Novo (achava muita piada à palavra próspero, apesar de não fazer a mais pequena ideia do que ela queria dizer) aos familiares em Portugal.
Outra parte é preenchida com as lágrimas de alegria da minha tia Alice quando recebeu nos seus braços o meu primo Manel quando este regressou para ficar. Mas nesta parte cabem também os meus primos Hélder (pertenceu aos comandos e viu morrer ao seu lado inúmeros colegas de armas) e António que por lá andaram e sobreviveram.
Noutro canto do meu 25 de Abril há também espaço para os ombros do meu pai que me carregaram para que eu pudesse ver melhor a alegria das pessoas que enchiam o Largo de Carmo com montes de cravos e gritos de ordem. Não sei em que dia foi mas sei que foi por causa do 25 de Abril. Só muitos anos depois liguei o que tinha na memória ao espaço físico do Largo do Carmo quando por lá passei já com 17 ou 18 anos.
Logo pegadinho a este pedaço de recordação está outra em que, vindos do Cadaval, fos obrigados a parar o Fiat 850 às portas de Torres Vedras por um grupo de soldados barbudos que prontamente revistaram o carrinho de ponta a ponta perante os nossos olhares assustados (meu e dos meus dois irmãos).
Há ainda a parte do meu 25 de Abril em que sempre que caminhava por cima de cascalho cantarolava "Grândola Vila Morena, terra da fraternidade…" (sendo que "fraternidade" era outra palavra cujo significado não entendia)…

O meu 25 de Abril é a soma de todas estas partes que vou compondo com documentários televisivos, com leituras de livros, etc…

Viva o 25 de Abril! Mas viva o 25 de Abril que viveu no pensamento de todos aqueles que o arquitectaram!

A luta contra a entropia continua!



25 de Abril sempre!

(Retirado daqui)

Sempre um passo em frente e evitar os dois atrás...desculpa ò Vladimir.

Viva o 25 de Abril. Sempre!

24 de abril de 2006

Ser Fascista



Ser Fascista

fascismo
quem inventou essa treta
devia de ser forreta
ou agiota com trela.
fascismo
doutrina muito eficaz
seguida pelo pai tomaz
que se encheu á custa dela

ser fascista
é ter um tacho jeitoso é ser pelintra vaidoso
que tudo quer tudo come.
ser fascista
é ser ladrão muito honrado
e trazer bem controlado
o povo cheio de fome

ser fascista
é ser patrão barrigudo
que não dá nada e quer tudo
porque só pensa no que lá farta.
ser fascista
é ser filho de pais incógnitos
é raça que causa vómitos
vão lá para o raio que os parta!

fascismo
mas que praga mas que mole
apareceu em Portugal
a 28 de maio.
fascismo
vieste de comba dão
por um ditador aldrabão
com nariz de papagaio.

Muzka

Artur Gonçalves

Ainda sobre Artur Gonçalves, deixo aqui esta análise erudita à sua lírica complexa e exigente.

abril, 25

no dia 25 de abril de 1945 caía a ditatura fascista italiana.
no dia 25 de abril de 1974 caía a ditadura fascista portuguesa.

(não vou aqui discutir pormenores teóricos sobre se a natureza da ditadura portuguesa era fascista ou uma aplicação criadora salazarista. essas discussões cheiram-se sempre a lavagem de culpas)

os modena city ramblers
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(de que já falei aqui a propósitos dum disco dos também italianos anarchistes) são uma daquelas bandas nascidas no rescaldo do entusiasmo pós-pogues.
por vezes seria bem melhor se não gastassem o seu talento a imitar os pogues, com muito bem o fazem neste appunti partigiani.

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em que comemoram os 60 anos da queda do fascismo em itália.


infelizmente, em portugal não existe esta tradição de canto combatente e empenhado que alie a boa qualidade musical ao empenhamento polítco (quer eu esteja de acordo com ele ou não).
perdemos os tomates para nos assumir.
estamos todos demasiado cinzentos, concordantes e conciliadores.


com um leque de convidados que vão desde goran bregovic (num bella ciao anárquico) a paolo rossi; dos fiamma a billy bragg (com uma canção de woody guthrie); dos bandabardó aos casa del vento, os modena city ramblers reunem neste disco a nata das canções da resistência ao fascismo e à ocupação nazi.

num dia que que estamos quase a comemorar a data que, para portugueses e italianos, significa a liberdade de poder cantar estas e outras coisas, este é um disco fundamental para ser ouvido e cantado.

Informação pública

Algum post está a encravar o firefox.
Já experimentei com o internet explorer e não encrava.

Posso concluir que é uma conspiração contra o firefox. :)

O meuquerido sobrinho Miguel



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Bypass / Mighty Sounds Pristine / Bor Land 2006

Formados pela via clássica – em instrumentos que não têm representação directa no line-up do grupo, como sejam a harpa, o contrabaixo ou o… órgão de tubos, pelo Conservatório, ou ainda a bateria, através do Hot Clube – os quatro elementos-base dos Bypass (Bruno Coelho, Eduardo Raon, Miguel Menezes e Rui Dias) conseguiram desde cedo estabelecer entre si uma forte empatia musical. À teoria souberam apor a experimentação, num jogo de forças permanente que veio resultar neste rock de texturas densas, essencialmente instrumental, minucioso, laboratorial e deliciosamente abundante nos timbres. Para o estúdio, tal como já acontecia antes nos palcos, levaram várias dezenas de pequenos e grandes instrumentos, alguns deles criados pelos próprios como uma lapsteel guitar. A comparação com o pós-rock de Chicago dos anos 90 e com o som de outros grupos da então influente Thrill Jockey, que muitos identificaram de imediato, nunca foi inadequada, mas a maior parte dos temas que respondiam a essa observação tinham sido, curiosamente, criados antes de qualquer elemento tomar conhecimento com o que os Tortoise ou os Trans Am andavam a fazer… Entre aqueles que conhecem os Bypass dos concertos, do EP homónimo ou das anteriores maquetas, a pergunta "quando é que sai o álbum?" vai deixar de ser recorrente. A longa espera deveu-se ao apurado sentido de zelo que os Bypass colocam no que fazem. Não faças hoje à pressa o que amanhã poderás acabar com mais cuidado, dir-se-ia. E "Mighty Sounds Pristine" é justamente espelho da atenção que é dada aos pormenores, resultado de um longo processo de trabalho, de polimento de imperfeições, de descoberta de novas formas de produzir e de aperfeiçoamento da intrincada malha de sons microscópicos que constituem as suas canções. Vítor Junqueira, 2006

Edição / Bor Land / BL030 / CD
Lançamento / 5 Maio 2006, Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, Moita, 22h / 5 Euros
Comprar / www.cdgo.com/artigoDetalhe.php?idArtigo=3178994 / 9.95 Euros + Portes
Management / mailto:nelsongomes@bor-land.com/ (+351) 964759135
Press Infos + MP3 / info@bor-land.com / http://www.bor-land.com/

Bor Land / Apartado 6167 4461-802 Sra Hora Portugal
info@bor-land.com
/ www.bor-land.com

23 de abril de 2006

fazer um homem - Método tradicional

Peguem em algum pó do chão. Dêem-lhe forma. Soprem-lhe nas narinas o sopro da vida. Simples mas eficaz

(por favor notem que embora os homens sejam feitos de pó, as mulheres são feitas de costelas, lembrem-se disso no vosso próximo barbecue ao estilo texano)

Devem ou não dar um umbigo ao vosso homem?
As autoridades no método tradicional discordam, mas nós gostamos de incluir um, porque achamos que dá um toque final. Usem o vosso polegar

Margaret Atwood
(traduzido por mim)


Margaret Atwood

Razvan Suculiuc

Dirigiu-se a um barracão,martelou um prego, pendurou nele uma corda e enforcou-se.
Razvan Suculiuc tinha 10 anos. A mãe, Elena Suculiuc, fora trabalhar para Itália para lhe dar uma vida melhor. Na Roménia era vendedora e ganhava 90 euros por mês. O pai estava desempregado.O desejo dos dois era dar uma vida diferente ao filho, muito inteligente e vivo, com um óptimo desempenho escolar.
Mas Razvan não conseguiu aguentar as saudades que tinha da mãe. Quando já nem seis euros havia para comprar um cartão para lhe telefonar, tomou a sua decisão.
Razvan é uma entre milhares de crianças separadas das suas famílias, num país que se está a desenvolver graças ao dinheiro enviado pelos seus emigrantes.
Mas hoje, deixou de ser um número anónimo para ser um símbolo: ainda se morre de saudade.
Intriga-me como ninguém reparou e como ninguém fez nada para impedir esta morte. O imenso contra-senso das decisões que se fazem, em nome do que é o melhor para uma criança. A terrível dor e culpabilidade que os pais devem estar a sentir. E acima de tudo Razvan ter morrido com tanto ainda por viver.

(para ler mais, ver o Le Monde de hoje).

o vale da soeirinho, para os nossos lia e kino

este é o vale que se avista ao descer da estrada de fajão em direcção á soeirinho.
na extrema, à direita, pode ver-se um pouco da antiga estrada que desce pelo lado direito do vale.

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a nova estrada (mais larga e sem necessitar de malabarismos quando nos cruzamos com outro carro) vai mais pelo cume do monte para encurtar a ligação entre fajão e a pampilhosa, sem necessidade de atravessar a soeirinho.

Aliás...

...já que falei de futebol (parbéns aos portistas); já que morreu o Telê Santana; já que ontem o Palmeiras levou 6 a 1 do Figueirense e está também para morrer; e já que o Lobo Antunes também falou no João Cabral de Melo Neto, segue um poema deste em honor do Ademir da Guia, craque palmeirense (sim, o Palmeiras já teve craques; hoje tem o Alceu) dos anos 60:

Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.

Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o.

Ritmo morno, de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.

Paulo Mendes Campos, by appointment

(clicar para aumentar: retirada  daqui: http://www.cultura.mg.gov.br
Agora há pouco eu lia uma entrevista do António Lobo Antunes no Estadão, onde ele dizia, entre coisas mais interessantes, que gostava dos cronistas brasileiros, especialmente do "injustamente desconhecido" Paulo Mendes Campos. Do advérbio não falo nada, porque na literatura a justiça, como as cores do céu, oscila muito; mas o adjetivo, ora, esse é injusto se se pensa no Brasil: Paulo Mendes Campos é ainda muito lido e muito gostado. Daí pensei que Antunes se referia a Portugal, onde ele, certamente, será mesmo quase anônimo. Então tomo a liberdade de vir aqui vos deixar uma crônica dele. Esta fala do Botafogo Futebol e Regatas, clube de seu coração, cujas cores são o branco e o preto e cujo símbolo é um escudo negro com uma estrela branca ao centro - daí ser conhecido como o clube da "estrela solitária". Começo com ela porque só mesmo um cronista brasileiro para falar assim de um time de futebol.

O BOTAFOGO E EU

Que partilhamos defeitos e qualidades comuns, não há dúvida. Nos meus torneios, quando mais preciso manter os números do placar, bobeio num lance, faço gol contra, comprometo, tal qual o Botafogo, uma difícil campanha.
A mim e a ele soem acontecer sumidouros de depressão, dos quais irrompemos eventualmente para a euforia de uma tarde luminosa.
Sou preto e branco também, quero dizer, me destorço para pinçar nas pontas do mesmo compasso os dualismos do mundo, não aceito o maniqueísmo do bem e do mal, antes me obstino em admitir que no branco existe o preto e no preto, o branco.
Sou um menino de rua perdido na dramaticidade existencial da poesia; pois o Botafogo é um menino de rua perdido na poética dramaticidade do futebol.
Há coisas que só acontecem ao Botafogo e a mim. Também a minha cidadela pode ruir ante um chute ridículo do pé direito do Escurinho.
O Botafogo tem uma sede, mas esqueceu a vida social; também eu só abro os meus salões e os meus jardins à noite silenciosa.
O Botafogo é de futebol e regatas; também eu sou de bola e de penosas travessias aquáticas.
O Botafogo é um clube com temperamento amadorístico, mas forçado, a fim de não ser engolido pelas feras, a profissionalizar-se ao máximo; também sou cem por cento um coração amador, compelido a viver a troco de soldo.
Reagimos ambos quando menos se espera; forra-nos, sem dúvida, um estofo neurótico. Se a vida fosse lógica, o Botafogo deixaria de levar o futebol a sério, fechando suas portas; eu, se a vida fosse lógica, deixaria de levar o mundo a sério, fechando os meus olhos.
O Botafogo é capaz de quebrar lanças por um companheiro injustiçado pela Federação; eu aguardo a azagaia de uma justiça geral.
O Botafogo pratica em geral o 4-3-3; como eu, que me distribuo assim em campo: no arco, as mãos, feitas para proteger minha porta; na parede defensiva, meus braços, meu peito aberto, meus joelhos e meus pés; no miolo apoiador, trabalho com os pulmões e o fígado; vou à ofensiva com a cabeça, a loucura e o coração. Falta um, Zagalo. Em mim, essa energia sem colocação definida é a alma, indo e vindo, indistinta, atônita, sarrafeada, desmilingüindo-se até o minuto final.
O Botafogo é capaz de cometer uma injustiça brutal a um filho seu, e rasgar as vestes com as unhas do remorso; como eu.
O Botafogo põe gravata e vai à macumba cuidar de seu destino; eu meto o calção de banho e vou à praia discutir com Deus.
O Botafogo não se dá bem com os limites do sistema tático; tem que ser como eu, dramaticamente inventado na hora.
Miguel Ângelo é botafogo, Leonardo é flamengo, Rafael é fluminense; Stendhal é botafogo, Balzac é flamengo, Flaubert é fluminense; Bach é botafogo, Beethoven é flamengo, Mozart é fluminense. Sem desfazer dos outros, é com eles que eu fico, Miguel, Henrique, João Sebastião. Dostoiévski é botafogo, Tolstói é flamengo (na literatura russa não há fluminense); Baudelaire é fluminense, Verlaine é flamengo, Rimbaud é botafogo; Camões não é vasco, é flamengo, Garrett é fluminense, Fernando Pessoa é botafogo. Sim, Machado de Assis é fluminense, mas no fundo, no fundo, debaixo da capa cética, Machado, um bairrista, morava onde? Laranjeiras!
O Botafogo é paixão, é Brasil, é confusão; Campos Paulo Mendes é paixão, Brasil, confusão.
O Botafogo conquistou um campeonato esmagando inesperadamente o Fluminense de 6 a 2; uma vez, enfrentei um dragão enorme e entrei no castelo encantado.
O Botafogo, às vezes, se maltrata, como eu; o Botafogo é meio boêmio, como eu; o Botafogo sem Garrincha seria menos Botafogo, como eu; o Botafogo tem um pé em Minas Gerais, como eu; o Botafogo tem um possesso, como eu; o Botafogo é mais surpreendente do que conseqüente, como eu; ultimamente, o Botafogo anda cheio de cobras e lagartos, como eu.
O Botafogo é mais abstrato do que concreto; tem folhas-secas; alterna o fervor com a indolência; às vezes, estranhamente, sai de uma derrota feia mais orgulhoso e mais Botafogo do que se houvesse vencido; tudo isso, eu também.
Enfim, senhoras e senhores, o Botafogo é um tanto tantã (que nem eu). E a insígnia de meu coração é também (literatura) uma estrela solitária.

Notas para ajudar os amigos portugueses:

1) "cidadela" é o nome que os antigos cronistas esportivos davam, pseudopoeticamente, à meta;
2) 4-3-3 é um sistema tático: quatro zagueiros, três meias, três atacantes. O Brasil campeão em 1958 o inventou - Zagalo, a "energia sem colocação definida", foi o primeiro ponta recuado da história;
3) Laranjeiras é o bairro carioca onde está a sede do Fluminense FC, que é o time dos cariocas ricos; o Flamengo é o time mais popular; o Vasco da Gama, o time dos imigrantes portugueses; e o Botafogo, depreende-se, o dos românticos e dos lunáticos incuráveis. Discordo do autor e acho que há, sim, Fluminense na literuatura russa, e logo dois: Tchékhov e Nabokov;
4) Mané Garrincha foi o nome maior do Botafogo, seguido de perto pelo seu compadre, Nilton Santos;
5) o "possesso" que o Botafogo tem (a crônica é dos anos 60) é o Amarildo.

Alida Vallli morreu ontem

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Actriz italiana, nascida em Istria, descoberta por Selznick e levada para Hollywood. Ficou conhecida sobretudo pelo " The Paradine Case" de Hitchcock e pelo "The Third Man" de Carol Reed".
Também a sua participação em Senzo de Visconti marcou o imaginário de muitos: a tumultuosa e apaixonada condessa italiana.
Nada como terminar a carreira do que com Bernardo Bertulloci, em "Novecento" e a "La strategia del ragno".

Teve uma longa vida; espero que prazeirenta . E os filmes decididamente garantem o céu aos bons actores e actrizes: imortalizam-nos belos e jovens.

os caminhos que iam dar a fajão

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por esta estrada se chegava a fajão.
por lá chamada de 'estrada romana'.
depois de subir as 'voltinhas' e um pouco antes de de chegar ás 'alminhas' (que se adivinham aí á direita após esses rochedos).
contava o meu pai que essa lingua de terreno á esquerda da estrada é 'da nossa casa'.
não faço ideia e, para o caso é irrelevante.

este era o caminho que eu fazia para ir de fajão até à mata e subir pelo lado dos cavaleiros até voltar a chegar a fajão circundando os 'penedos' e entrar pelo lado oposto com uns quilómetros nas pernas.

ainda hoje ajudo a que não cresçam muitas ervas e urze e o caminho se mantenha.
e gosto muito dele.
do caminho.


e de outras coisas também.

22 de abril de 2006

we shall overcome

há uns tempos tinha falado aqui de músicos sobre os quais não falaria.
mas este disco, pelas suas características, leva-me a não respeitar o que tinha dito que não faria.
este disco é um grande disco.


eu sou suspeito porque acho o bruce springsteen um dos maiores/melhores/ou-lá-o-que-quiserem-chamar músicos da actualidade.

injustamente catalogado pelo seu 'born in usa', quer por uns que acham ter sido o seu único bom, quer por aqueles que não lho perdoam e o 'carimbaram' para o resto da sua vida pelo crime.
(experimentem ouvir todas as canções do 'born..' nas suas versões acústicas e a solo.... )
passando de lado quanto á análise dessa questão, vamos ao que interessa.


'we shall overcome: the seeger sessions'

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é uma espécie de regresso àquele que foi um dos maiores discos da história da música popular: o mítico ' nebraska'.


se o nebraska foi gravado em casa, com um pequeno e doméstico gravador de cassetes de 4 pistas (o que prova que quando alguns músicos se queixam da falta de condições técnicas estão a arranjar desculpas) e onde o bruce cantou todas as vozes e tocou todos os instrumentos, 'we shall overcome' é um regresso, acompanhado, ao seu estúdio caseiro da casa de new jersey.

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agora socorre-se de mais 11 músicos de primeira água e 5 cantores, para fazer esta espécie de homenagem á grande tradição folk americana, aqui sob o chapéu inspirador de pete seeger.

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sem nenhum dos membros da sua e-street band (excepção feita á sua mulher, patti scialfa), consegue aqui criar um som puramente folk nas vozes e nos instrumentos.

esta atracção do bruce pelos ambientes folk e a sua temática já se tinha manifestado em pleno no 'the ghost of tom joad (um disco feito a ler 'as vinhas da ira') e no seu anterior 'devils and dust'.

mesmo o nebraska, era um disco dum rocker que quiria fazer uma obra urbana com sons rurais, e com a visão dum urbano sobre o mundo rural.

we shall overcome é um disco de alguém que reconhece abertamente que muito do que faz na música o deve a pete seeger, como anteriormente o tinha feito com woody guthrie na sua participação no trabalho 'a vision shared' de homenagem a guthrie e leadbelly...

este disco devia estar em todas as casas.

se existem umas organizações que se responsabilizam por colocar bíblias em todos os motéis e hotéis dos estados unidos, deveria haver uma outra organização responsável pela colocação de alguns discos fundamentais para a cultura americana.

(eu sei que sou exagerado a falar do bruce... eu tinha-vos avisado...)

Tem barbas

Tem barbas mas lá vai:

O que é um cão a atravessar uma passadeira com um cachecol do porto?
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Se o mundo acabasse amanhã?
Fácil: fazia uma grande festa, com as pessoas de quem gosto. E aguardava.
Isto faz-me lembrar um filme do Tarkovsky... O Sacrifício..Não é Kino?

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O WORLD PRESS CARTOON 2006

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O WORLD PRESS CARTOON 2006

está em exposição em Sintra
até 20 de Maio
Ver prémios e autores em...


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WORLD PRESS CARTOON EXHIBITION
OPEN IN SINTRA
UNTIL MAY 20TH



CHECK THE WINNERS IN...

21 de abril de 2006

Tristeza não tem fim...

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TPC

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite. lá no morro, não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiout
E o tal do mundo não se acabou

Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de um quinhentão
Agora eu soube, que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
E, vai ter barulho, e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou

Andei com esta canção na cabeça o dia inteiro e lembrei-me que, à falta de melhor, dava um tema para o TPC: e se o mundo acabasse amanhã?
Eu acho que sei o que faria: punha-me em Viseu em tempo record, queria acabar perto dos meus.

Meu infinito particular

Enigmas

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Que igreja é esta? Tem a ver com o meu adorado dezasseis:)

Mordidelas metalóides

O Carlos apresenta uma série de procupações relacionadas com a amálgama dentária. Comentários:

  • A amálgama dos dentistas constituíu um avanço técnico precioso, permitindo conservar a dentição e a mastigação a um número incontável de pessoas.

  • Posteriormente surgiram novos métodos de preenchimento dentário: mais leves, mais moldáveis, esteticamente mais interessantes e, por definição, mais dispendiosos.

Entretanto confirmou-se a toxicidade do mercúrio – mas nunca de forma clara no tocante à amálgama. Contudo, muitos se apressaram a tocar os clarins do risco das amálgamas dentárias. Podemos imaginar várias motivações, algumas das quais, se calhar, menos nobres – denegrir a amálgama leva a uma mudança para os restantes produtos, não é?

Dito isto, convém ter presente um conjunto de conceitos antes de se saltar para conclusões:

  • O facto de uma substância ser nociva em determinadas circunstâncias não implica automaticamente que seja nociva em todas as circunstâncias.

  • A demonstração de uma relação de causalidade em biomedicina é habitualmente difícil – excepto quando o efeito é de tal modo claro que se torna evidente.

  • Muitos efeitos alegadamente atribuídos a determinada causa não têm qualquer relação com essa causa, podendo ter origens diversas. Isto é particularmente relevante quando esses efeitos caem na classificação dos sintomas e sinais mal definidos – mal estar geral, cansaço, dores de cabeça difusas, diminuição da memória auto reportada, etc.

Portanto, confesso não estar rigorosamente nada preocupado com o problema da amálgama dentária. É, ou foi, um método excelente para preenchimento de cavidades e reconstrução de dentes. Para além de um ligeiro aumento de incidência de doença parodôntica (gengivites e afins), a toxicidade pelo mercúrio das amálgamas dentárias parece situar-se em níveis negligenciáveis. Se hoje ela pode ser abandonada não é por ser intrinsecamente má, mas porque, entretanto, se arranjou melhor. Chama-se a isto progresso, e não temos de nos envergonhar. Daqui a cinquenta anos haverá, provavelmente, um método holográfico de recontrução dentária a laser roxo assente em hidrogénio captado por placas solares, e a gente desses tempos olhará, enojada, para o primitivo início do século XXI, em que as desgraçadas pessoas tinham que usar horríveis resinas polimerizáveis, perigosíssimas (sabe Deus porquê), para tapar os buracos dos dentes...

Mas isto sou eu a falar, que tenho pelo menos nove dentes atascados de amálgama. Deve ser o mercúrio que me deixa neste estado.

um é um disco histórico. ou o outro é 'apenas' mais um cd.

mas no entanto, ambos são idênticos no seu conteúdo.


este disco

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é um dos célebres (ok.. para quem tenha uma idade parecida com a minha e alguma vez se tenha interessado por estas coisas da músic tradicional) discos da 'colecção de serapilheira'.

editado pelos arquivos sonoros portugueses, é o resultado do trabalho de campo do corso michel giacometti e posterior trabalho 'laboratorial' de fernando lopes-graça nas beiras.

tem uma das canções mais bonitas que conheço: a cantiga da roda, gravada pela d. maria trindade baptista de dornelas do zêzere, e que lhe custou uma tareia do marido por ter cantado para uns estranhos (esta informação foi-me dada pelo meu pai que conhecia a senhora e a história por serem do mesmo concelho).

muitos grupos que se dedicaram á música popular nos finais dos anos 60, começos de 70 ouviam religiosamente estas gravações.
tem um 'senhora santa combinha' gravada em cambra, vouzela, e o 'olé senhora mãe, de talhadas, vouzela, absolutamente deslumbrantes no seu abrir harmónico de terceiras, quintas e guincho.

tem a mais que célebre moda do bombo (o carvalhal) na musica portuguesa. usada por vários partidos depois de 74 para os seus chamamentos de rua, esta moda, gravada em souto da casa destinava-se a comemorar a tomada pela população de uns terrenos no carvalhal que eram propriedade da irmandade do santíssimo, da casa garrett e do povo de souto da casa, que numa quarta feira de cinzas decidou tomar a posse dos terrenos.
durante muitos anos, a peregrinação anual comemorativa daquela posse termina com a pregação do pároco local que afirmava 'o céu é de quem o ganha e a terra de a amanha'.

mas para além das 28 peças musicais que contém, este disco é primor de charme e rigor de execução estética.

por outro lado, este outro disco

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é apenas mais um cd de 'portuguese folk music'

mesmo tendo as mesmas músicas e estando muitíssimo melhor audível.

Seiscentos e Trinta Contos

Lavei o cabelo na Quarta-feira passada ahs treze da tarde. N'ao me lembro de quando fiz a barba pela uhltima vez. Tenho a camisa por fora das calcsas e uma nohdoa n'ao sei do qu"e nas calcsas jah muito desbotadas.

Hoje fui visitar a minha loja favorita de entre as da minha vizinhancsa .. a Louis Vuitton.

Se tivesse uma namorada jah sabia que relohjio lhe ofereceria. E jah sabia que relohjio ela poderia oferecer-me. Mas como n'ao tenho, posso poupar em despesas fundamentais.

O senhor garantiu-me que em Portugal soh hah um exemplar daquele relohjio 7ao todo sao 380 no mundo inteiro7. Garantiu-me tambehm que as pedrinhas vermelhas s'ao rubis e os brilhantes s'ao diamantes. Eu interpretei-lhe o facto de serem sete diamantes.. eh um nuhmero de sorte... ou de tragehdia. O vermelho n'ao carece de interpretacs'ao.. eh a cor da paix'ao, do fogo e do fogo da paics'ao.

Despedimo-nos.. o senhor disse que quando quiser soh terei de falar com ele e o doutor 7eu7 disse que irei reflectir. Sorrisos.

Um outro senhor abre-me a porta.

Estah um sohl maravilhoso.

Lisboa eh bela 7eu gosto muito de7.

ética e política, ou os politicos e a ubiquidade

discutiram recentemente os parlamentares portugueses as magnas questões da ética e da política.

eu não sabia que eram coisas separadas, e muito estranhei alguns dos considerandos ali manifestados.
evitando maçar-vos com coisas do tipo 'temos que encontar mecanismos que impeçam os deputados de...' e que nos fazem pensar que estamos perante um colégio infantil ou uma casa de correção, gostaria apenas de colocar algumas dúvidas.

os parlamentares (e os politicos, grosso modo) portugueses têm uma espécie de duplo discurso e tripla acção.
têm duplo discurso porque legislam para os outros o que não legislam para si próprios.
aumentam a idade da reforma para o comum dos cidadãos e mantêm privilégios absolutamente pornográficos para si próprios (mesmo após as suas novas regras) quanto aos tempos de férias e anos de descontos para aposentação; são capazes de defender que os feriados devem ser encostados ao domingo para evitar pontes... e têm a suprema falta de vergonha para fugirem do parlamento após assinaren a folha de prenseça e irem de fim de semana prolongado; argumentam como justificação para faltar o estarem em actividades partidárias ou 'políticas', como se qualquer trabalhador podesse reivindicar-se desse direito para justificar faltas ao trabalho.
ultimamente (veja-se o caso de maria carrilho) alegam que não podem estar em dois lados ao mesmo tempo e que têm que optar pelo mais importante.
eu gostava de ver estas alarvidades se o senhor carrilho trabalhasse numa qualquer empresa e dissesse que não podia estar lá aquela tarde, porque tinha que estar numa outra que achava mais importante.
e dizer isto como se de uma coisa normal se tratasse.
se os trabalhos são incompatíveis, são isso mesmo: incompatíveis:
não se podem ter os dois ao mesmo tempo.
e não me venham com merdas do estilo 'eu fui eleito e quero cumprir com o que prometi aos eleitores'
claro que não cumpre!!!!
só um anormal acha que cumpre estando no parlamento e na assembleia em simultâneo.
a menos que mande o manuel maria para um lado e o carrilho para outro.
neste caso, por exemplo, a falta de ética do senhor carrilho impediu a resolução dum problema a 1 600 trabalhadores.
coisa pouca dirá o filósofo.


dir-lhe-ia eu

Intoxicação por mercúrio - factos, dúvidas e ficção

O mercúrio é um metal pesado, tóxico para a saúde. Nem sempre é fácil, contudo, distinguir a realidade do desvario; esta área tem sido, como muitas outras, terreno fértil para especulação pouco assente em factos.

Assim, e como estou com o tempo limitado, fica aqui este fragmento de uma revisão sobre o tema. O resto do artigo, de Novembro de 2005, extenso e bem suportado, encontra-se aqui.

Sexta feira

Sexta feira e não é feira da ladra, porque não é terça feira e ainda bem porque ao sábado também há feira da ladra e de qualquer forma eu prefiro a feira de Algés.

Hoje o dezasseis veio calmo ou era eu que estava divertidissima a ler "O melhor que um homem pode ter "escrito por John O´Farrell (recomendo vivamente ). Só acordei para a realidade na Praça de Espanha. Deviam ter percursos mais longos, caraças:)

Acho qu ehoje tenho dois aniversários...Um ao almoço e outro ao jantar: hoje a dieta vai ficar na caixinha:)

Abeijos e braços.

Cabe à Lulu Propôr o TEMA!!!!!!

serviços de urgência, a adrenalina e as sérias de televisão.


benjamim geen, um enfermeiro britânico a trabalhar no hospital central de horton, foi condenado por injectar relaxantes muscular nos doentes que ali chegavam.


segundo o jovem senhor confessou, injectava os relaxantes para sentir a adrenalina de os reanimar.

o facto de não ter conseguido reanimar 2 e ter provocado danos em mais uma série deles, é irrelevante perante a adrenalina sentida nas tentativas de reanimação.

o grande interesse pelas séries com médicos e serviços de urgências podem ter estes efeitos colaterais em algumas mentes.

para desgraça de quem tropeça nelas...

20 de abril de 2006

Acima do arco-íris

Israel Kamakawiwo’ole nasceu no Hawai’i em 1959 e morreu em 1997, com 38 anos de idade, em resultado de complicações associadas a obesidade mórbida grave. Deixou um pequeno conjunto de discos para a posteridade e uma ilha de luto, a sua ilha, onde era considerado pouco menos que um herói. A sua música é de uma simplicidade desarmante, por vezes ingénua e quase infantil. A base de acompanhamento é invariavelmente o ukelele, que mais não é que o cavaquinho português levado para o Hawai'i pelos nossos antepassados. Quem vê as fotos de Bruddah Iz, como lhe chamavam amigos e conhecidos, mais próximas de um lutador de sumo que de um artista de palco, está longe de imaginar a doçura imensa e a expressividade única da sua voz.

Poucos se aperceberam da sua existência fora do Hawai’i, até que a sua música aparece em dois momentos chave: o primeiro, as bandas sonoras de filmes (Finding Forrester, Meet Joe Black). O segundo, mais recente, a explosão na internet do vídeo viral do Lynx, em que o Somewhere over the rainbow nos encharcou na sua voz (e me deixou completamente obcecado, como balbuciei antes). Desde então a sua música propagou-se em volta do mundo à velocidade da luz.

Vale muito a pena ouvir a sua música. E aqui encontrarão, para deleite de todos, a versão completa de Somewhere over the rainbow, a do anúncio, que tem um bónus no meio – What a wonderful world, de Louis Armstrong. Procurem no cimo da página. Faz parte do álbum Facing Future, de 1993, de que tenho uma cópia, a tocar ininterruptamente, desde há dois dias.

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Israel Kamakawiwo’ole estará hoje num qualquer arco-íris a ensinar anjos a cantar. Olhar o céu e poder ainda ouvi-lo é uma benção que devemos agradecer.


Ainda a bandeira portuguesa


Para confirmar que o vermelho e o verde brigam se os deixarem sozinhos, veja-se só como, neste Ubu Roi, Miró evita a bulha e a transforma em harmonia ao conjugá-las com outras cores. A pintura de Miró é, toda ela, um tratado sobre a cor, e uma lição sobre o modo como as cores dançam e se harmonizam. Vale a pena visitar este site, com que hoje nos brinda a home page do Google, e visitar a galeria Miró.

http://images.google.pt/images?q=joan+miro&hl=pt-PT&lr=&sa=X&oi=images&ct=title

o mercúrio, as amálgamas, o desenvolvimento mental e a saúde das pessoas

publicou o insuspeito jama (journal of the american medical association) dois estudos sobre a utilização das amálgamas dentárias.

os estudos em questão foram feitos, em simultâneo, nos estados unidos e em portugal.

o caso português, por ter sido feito na casa pia, com crianças internas e sem real possibilidade de escolha (um aluno da casa pia não tem o mesmo livre arbítrio que um do colégio das descobertas, por muito que estejam geograficamente próximos...) para serem ou não cobaias em tal estudo, levantou muitos protestos por parte de quem sabia que tais estudos estavam a ser feitos ali.

como sabem, as amálgamas dentárias são ligas metálicas compostas básicamente de prata (originalmente a maior parte), cobre, níquel, zinco... e como elemento aglutinador, mercúrio.

o mercúrio, por ser um metal líquido á temperatura ambiente, permite fazer uma pasta que torna a liga facimente manuseável e de muito eficiente utilização para o efeito de encher espaços provocados por cáries dentárias. a sua dureza também permite resistir com bastante eficácia ao desgaste da mastigação.

durante muitos anos, as amálgamas foram a forma mais rápida, barata e eficaz de realizar obturações dentárias.
não necessitava da execução de moldes para posteriores fundições de ligas nobres (ou não) que seriam cimentadas, ou cerâmicas dentárias, igualmente dependentes de largo arsenal de equipamento e técnicas.

com o aparecimento das resinas compostas (ou compósitos), o uso das amálgamas começou a tornar-me mais questionável.
por um lado, as resinas compostas podiam ter uma cor aproximada à dos dentes e, por outro, não tinham nenhum dos problemas associados às amalgamas, a saber:
o elevado conteúdo de mercúrio; a utilização, em algumas delas, de níquel (proíbido em imensos países, mas omissa a sua proibição noutros), comprovadamente cancerígeno; a existência de diversos de metais na boca que, nalguns casos, podem provocar correntes eléctricas responsáveis por, por exemplo, enxaquecas.

de acordo com o referido estudo, as crianças sujeitas ao teste apresentavam conteudos de mercúrio (!!!) fracos na sua urina.
igualmente não ficou provado que a utilização das amálgamas afectasse o desenvolvimento mental, apresentado níveis semelhantes de memória, atenção/concentração, funções visuais ou motoras, etc.

o que me espanta nestes estudos (não, não é dizer que na sua origem está o lobby dos fabricantes de amálgamas, com o beneplácito dos serviços de saúde que pagam muito menos pelas restaurações dentárias....) é o facto de, de repente, algumas mentes peregrinas acharem que o facto de alguém ter mercúrio na boca (ainda por cima sujeito ao desgaste provocado pela mastigação) afinal não é uma coisa má.

o que me espanta é que estas mesmas mentes peregrinas acham que o facto de coexistirem diversos metais na cavidade bocal afinal não é perigoso e que as correntes que provocam, afinal não tem influência nenhuma, por exemplo, nas enxaquecas.
o que me espanta é que, sabendo-se que algumas amálgamas contém metais que individualmente estão proibidos se ser utilizado na cavidade bocal isso afinal não é uma coisa má.
o que me espanta é que estas mentes achem que aquilo que jamais admitariam para a sua boca ou para a boca dos seus filhos, afinal pode ser utilizado na boca dos outros.

o que me espanta é ainda existirem.
e pagarem-lhes para isso.
Não me é fácil avaliar ou classificar, do meu cantinho, a intenção ou a hidden-agenda dum povo.
Se há cabala? Não gosto, particularmente, da palavra. Ou melhor acho-a “perigosa”.
Se há aproveitamento e se ele se traduz na vitimização? Talvez.
Se há mérito em não deixar esquecer? Sim!
Eu espero que o regime salazarista nunca seja esquecido, tal como o holocausto, entre tantas outras coisas.
Quanto aos judeus, a sua união, força de vontade, sobrevivência, sempre me fascinou.
O que me espanta, e até amedronta, é ver fazer a outros males de que já padecemos.
Não sei. Ao pensar nisto, lembrei-me da discussão sobre o aborto e de como, ao contrário da maioria de nós que tinha uma ideia/opinião definida, o Gasel dizia que não sabia como podíamos ter uma certeza tão certa (risos)
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Unknown Artist, German SchoolGelatin
This photograph, which illustrates the adaptation of physiognomic measurement by Nazi "race scientists," was published on the cover of the Neue Illustrierte Zeitung on June 1, 1933, above the headline:

"Who Is an Aryan? A Fascist Experiences the National Revolution."


Acho que não posso acrescentar muito ao tema proposto pelo Jó. Esta fotografia diz tudo.Que já estava dito no post escrito pelo Azinho, sobre o que viu em Berlim.
Tenho uma profunda admiração pelo povo judeu, pela sua capacidade de sobrevivência, coragem, pela riqueza da sua cultura e capacidade de renovação.
Eu ainda não consigo perceber, por mais que leia e que veja imagens, como foi possivel. Como deixámos acontecer. E como continuamos a fazê-lo com outros povos e países, das mais diversas formas.

Esta fotografia perturba-me. O olhar da vítima fitando os carrascos. Adivinhando o que iria acontecer.

vítimas, vitimização ou... cabala?

Acerca dos massacres e perseguições dos Judeus por todo o mundo que ontem se relembraram em Lisboa, se há algo que neles admiro, é a capacidade que têm de manterem a maior das diásporas de que há memória. No entanto, acho que já não é actual a forma de vitimização que actualmente usam para tentarem impor a razão pela qual perseguem, mesmo que silenciosamente, quem se opõe; se há quinhentos anos tivemos os "cristãos novos", hoje, pelo andar da carruagem, ainda vamos ter uma versão soft de"judeus novos", a começar pela influência que essa diáspora tem na política e economia dos EUA.

Acerca dos textos que li, gostei da crónica do ferreira fernandes, pela forma simples como diz muito em poucas linhas; já no que respeita à forma como parece que querem por todo um país a pedir desculpa por algo que sucedeu há 5 séculos, já cheira a vitimização "bacôca"...

... vítimas, vitimização ou cabala?


Faz ontem 500 anos que uma multidão imbecil tornou Portugal mais pobre. A matança de muitas centenas de judeus em Lisboa (talvez quatro mil) fez o País perder, entre mortos e exilados, os mais cultos e modernos dos seus filhos.



O crime boçal prosseguiu durante séculos. Até ao Marquês de Pombal a ‘limpeza do sangue’ – a prova de ausência de judeus até aos bisavós – era condição para bons empregos. Ao seu ministro Pombal, o rei D. José pediu que decretasse um distintivo obrigatório para quem tivesse sangue judeu. No dia seguinte, ele apareceu com três distintivos ao peito. O rei perguntou a razão. Pombal: “Um por mim, outro pelo inquisidor-mor e outro por Vossa Majestade.” Judeus somos, os portugueses, todos um pouco. Ignorantes de nós somos todos muito.
ferreira fernandes in: correiodamanha

Cerca de duas centenas de lisboetas recordaram ontem, no Largo de S. Domingos, no Rossio, os milhares de judeus mortos na sequência de três dias de perseguições, há 500 anos.
Aqui em baixo a notícia completa.

Edição de hoje do CM
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Charleston on the Bauhaus Roof
, 1927
Lux Feininger (American, born Germany, 1910)
Metropolitan Museum

(gosto desta misturada entre o Bauhaus e o charleston. Será o Gropius a dançar?)

O fim

O fim da civilização

19 de abril de 2006

Estava a ler o blog do Assouline, que como sempre tem artigos muito interessantes (está ali nos links).
Fala ele dum quadro que continua a chocar toda a gente e a dar má reputação ao seu autor Gustave Courbet.

Esta imagem já deu muito que falar neste blog, mas vou refrescar-vos a memória. É esta aqui ao lado.
"A origem do mundo": é dela que todos nascemos afinal. Ou um bocadinho mais acima, mas isso é detalhe.
Thierry Savatier resolveu escrever a biografia deste quadro: eu ainda não o comprei, mas vou fazê-lo claro está! Savatier vai tentar descobrir quem foi o modelo que posou para ele, quem foram os seus possuidores, de Khalil-Bey a Jacques Lacan, a obscuros aristocratas húngaros , ao seu roubo pelo Exército Vermelho até acabar placidamente num museu francês.
Conta o Assouline que é o segundo postal mais vendido, depois do Moulin de la Galette de Renoir.
E que se divertiu imenso a ver a cara dos pessoas ao verem a capa do livro quando o estava a ler no metro:)
Anotei que é um bom livro a oferecer ao Azinho!!!!
tÊpÊcÊ

local: posto de trabalho
hora: 15:00
as opções: passar a tarde a ver os peixes & restantes habitantes no lago do outro lado da janela enquanto navego de blog em blog em busca de um entretém ou largar o posto de trabalho e ir ver o que se passa numa esplanada junto ao mar.
a decisão: aproveitar a tarde de folga da minha mulher & ir para a esplanada!

que se lixe o trabalho, está sol!

raul corrales, 81 anos de vida muito vivida, retratada e partilhada.

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raul corrales
ciego de ávila 1925, havana 2006

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la banda del nuevo ritmo: tumbadora, 1962


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la escuela al campo, circa 1980

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caballeria, 1960

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malágón, 1960
(e o livro de onde tirei as fotos acima)

Eu e o autocarro dezasseis

Hoje ao sair de casa, vi ao longe a Multi. Ia meia azamboada pela Morais Soares abaixo. Telefonei-lhe. "Estou já no metro" disse ela. E eu disse " E eu vou de autocarro".
Nunca gostei de andar debaixo da terra. Em contrapartida o meu dezasseis dá-me muita paz de espírito. Ultimamente os taxis cansavam-me: os motoristas falam imenso e guiam como numa perseguição policial. No meu autocarro as pessoas nem cheiram mal, faz-se uma viagem gira e apanha-se sol e ar. (sim eu abro logo as janelitas).
Ontem entraram duas miúdas gémeas de meias rendadas e quadriculadas e uma bruta mini saia de ganga. Vinham em passo miudinho, empoleiradas nuns enormes saltos altos. O motorista ficou arrelampado e até se esqueceu de abrir a porta de saída na paragem. Um velho gritou-lhe " Estás distraído ou quê, pá?". Isto originou um monólogo de desculpas muito culpadas do senhor, que deram vontade de rir a toda a gente. As miudinhas nem perceberam, lá saíram e lá se foram de mãos dadas, muito perfumadas e arranjadas. Pressuponho que iriam concretizar um threesome a alguém, bastante bem pago que elas eram muito giras e novas. Serei eu mal pensante?
No dezasseis há todo o tipo de conversas. Pode-se socializar ou trabalhar, arrumando ideias para projectos com que queremos arrancar. Ou empatizar, bastando sorrir. Há sempre um velhote carente de conversa e de atenção.
Claro que hoje a Multi me telefona "Já chegaste?" e eu " Ainda vou no autocarro". E ela disse," está provado o metro é mais rápido". E eu disse " mas aqui está solinho". E lá cheguei uns vinte minutos depois dela.
Hoje aproveitei e limpei no dezasseis a raiva à TVcabo...Risos. Vim como nova. E não vi o House ontem..merde.

histórias de manhãs em casa


estar em casa pela manhã dos dias de semana implica algumas aprendizagens.
por exemplo: não me levantar para abrir a porta quando oiço um toque de campaínha.
de acordo com a utilíssima informação da minha filha, só toca uma vez quem quer colocar publicidade na caixa do correio.
toda a restante gente dá dois toques curtos.
logo, primeiro mandamento: não te levantarás ao primeiro toque!

seguindo esta regra de ouro que faz com que não tenha que interromper o que estou a fazer cada vez que alguém toca á porta, ontem de manhã abri a porta ao terceiro toque.
ao abrir, vejo um jovem casal de coreanos (pelo que fui informado ao longo da conversa) pertencentes a uma coisa chamada 'church of god - world mission society'.
ele com ar sério, ela com aqueles risinhos constantes que me levam sempre a pensar se estou perante alguém muito contente ou muito parvo.
ainda assim, bonita a jovem senhora coreana.

o que passou a seguir foi uma coisa altamente surrealista.
o dito casal fazia questão em me perguntar qual o dia sagrado e dedicado ao senhor, ao que eu respondia que era ateu e que isso para mim era irrelevante.
com ar de quem não percebia nada do que eu dizia, mostravam-me umas folhas escritas em coreano e português, onde depois de várias tentativas risíveis de ler o que estava escrito em português, a jovem coreana passou simplesmente a apontar para que eu lesse as variadíssimas e importantíssimas razões apontadas para que o dia dedicado ao senhor seja o sábado e não o domingo.
desde o dicionário webster, á biblia da international bible society, á good news bible, ao the faith of our fathers, ao faith of millions, ao mateus e ao joão evangelistas e mais ás referências históricas ao imperador constantino de tudo se socorreu a jovem coreana para me convencer que devia guardar o sábado para o senhor.

de nada valia eu dizer, com o ar mais educado e sério que tenho, que era ateu e que ´se os católicos e evangelistas guardavam o domingo e não o sábado, era um problema deles e que lhes deviam colocar essas questões eles.

depois das tentativas em português, passei para o inglês na esperança que a coisa fosse mais inteligível para o casal de olhos em bico.

depois de algum esforço, o sorriso da jovem coreana transformou-se numa espécie de tristeza quando finalmente as minhas palavras acabaram de percorrer o labirinto do seu proceso cognitivo e lá reconheceu que ser ateu e interessar-me pelo dia guardado para o senhor eram coisas mais ou menos incompatíveis.

deixou-me um folheto onde escreveu o seu nome e número de telefone (park iong pil???.. mas isso é nome que se tenha???).
e lá se foi, novamente com o sorriso de volta (que o jovem coreano que a acompanhava estava petrificado a olhar para mim com ar de quem não acreditava que havia gente como eu)

vou ter que passar a abrir a porta só ao 4º toque.
é o que é....

Assombrada pelo TPC

Que trabalho de casa mais complicado...

Enfim vamos às esplanadas e coxas e copos ou chávenas...A parte que me desagrada mais são as carecas reluzente e vermelhas, as sandálias com meia grossa branca, os calções demasiado subidos, aqueles galões misturados com cerveja . Um espectáculo repelente.

Ninguém gosta de turistas na sua terra. Li outro dia um livro duma veneziana, que comentava muito causticamente as hordas amontoadas de hunos selváticos que tudo invadem e nada respeitam. Sei como é. Estive em Veneza novamente há dois anos e até me encolhi. Parecia o metro em hora de ponta.

Sou uma turista assolapada. Gosto de estadias muito integradas e low profile. Odeio grupos. Não gosto de visitar tudo exaustivamente. Gosto de flanar, de ver, de saborear e cheirar outras gentes e outros espaços.
Odeio filas. Levo sempre o meu livro. Ou vários. Gosto de estar sossegada.

Claro que o TPC pode ser levado para outro lado. Sobretudo a parte das coxas:)

Mas isso deixo aos senhores para desenvolverem o tema.

Berlim, 2006 - O Jüdische Museum

Seis milhões - seis milhões - de judeus terão sido mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

Este museu, cuja ala nova é uma obra-prima da arquitectura contemporânea, apresenta uma fortíssima carga simbólica. Tem três eixos condutores que se intersectam: o eixo da continuidade, que representa a história dos judeus alemães nos últimos dois mil anos e se prolonga no futuro; o eixo da diáspora, que termina no Jardim do Exílio e da Emigração; e o eixo do holocausto. No final deste, uma pesada porta de ferro. Entramos. A porta fecha-se. Estamos sozinhos no fundo de um poço de cimento gelado. Os sons da cidade ouvem-se longe, longe e inacessíveis. A luz entra por uma nesga no tecto, violenta, quase cegante. A vida acaba aqui.


Da diáspora, podemos lembrar que ela passou por nós.

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O eixo da diáspora. Lisboa é uma das suas estações. Berlim, 2006.


A Torre do Holocausto é demasiado forte para suportar descrições. E seis milhões de mortos são uma carga demasiado desumana para ser apreendida.

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Torre do Holocausto. Berlim, 2006.

Cumprindo

Não faço ideia que tema vos vou propor. Fui à janela e já lá estão uns quantos turistas a beber. Espero que chá. E que tal se o tema fosse uma coisa simples. A relação entre a coxa que vejo na esplanada e a falta de vontade de trabalhar que me assalta (como se eu tivesse alguma coisa de útil para fazer).
Pensem nisso... as coxas, as muletas, a falta de vontade de fazer o que não há para fazer.

:)

O Tpc do Sombra Clara para hoje é exactamente propôr um tema para o colectivo de postadores...
Obrigada!

Máxima de Primavera

«Encontro-me cheio de prazer corpóreo quando vivo a pão e água e cuspo sobre os prazeres da luxúria, não por si próprios, mas pelos inconvenientes que os acompanham.»

Epicuro

18 de abril de 2006

As oportunidades perdem-se por não se procurar; perdem-se por não se saber; trocam-se por outras mais importantes.
No fim, saber que afinal não se podia, não faz desaparecer o travo amargo de não se ter procurado.

talvez para o ano



talvez crie as minhas próprias oportunidades

...ainda este ano preferencialmente.

tpc

“…Ou uma região autónoma de Espanha como o país Basco??”
Nunca!

Se devíamos ser Monarquia ou República? Pela lógica (se é que é possível havê-la), creio que o processo de evolução nos conduziria naturalmente à República.
Se a transição foi bem feita? Provavelmente não... é típico nosso.
Como diria o outro, “democracy is the worst form of government except all those other forms that have been tried from time to time.”
Parece-me que se aplica em relação à República.