5 de setembro de 2009

Uma adivinha com divagações sobre passarada...

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Ficou decidido: cá em casa não entram mais aves de capoeira.
A primeira oferta veio do meu pai – um casal galináceo de reduzidas dimensões, logo baptizados como o Pascoal e a Januária. Eram de uma raça cujo nome desconheço, daquelas aves que, junto às patas, têm as penas em caracol como se tivessem vindo de um moderno salão de cabeleireiro… a Januária deixava diariamente, onde bem entendia, um pequeno ovo que eu me encarregava de descobrir (qual ‘caça ao tesouro’) e guardar de imediato a temperatura aconselhável. O malogrado casal desapareceu no espaço de uma semana sem deixar rasto. Penso que levados por aves de rapina que sobrevoam o espaço aéreo...
Há cerca de 3 anos chegou o Duque, um patinho com dias de existência, comprado no mercado de S. Pedro. Logo ao fim de 2 dias, a M. lembrou-se de o atirar à água, tendo o infeliz entrado em hipotermia. Lá o salvei com zelo, utilizando o secador do cabelo e embrulhando-o num pequeno cobertor de lã até completa reanimação.
Três dias depois, quebrou-se-lhe uma pata, presa nas pedras da calçada. Lá preparei uma tala e, ao fim de 15 dias, retirada a porção de madeira com origem num desses pauzinhos de gelado Olá, corria feliz pela relva. Passados dias teve fim trágico, idêntico ao casal dos galináceos anões…
E porque desejo que as aves sejam felizes (voto extensivo a qualquer ser à face da Terra) , acabou-se em definitivo a passarada doméstica (vou poupar-vos a detalhes ocorridos com os coelhos ‘Roger’ e ‘ Sir Távora’, pois pertencem a outro departamento, o dos mamíferos…).
Tudo isto me veio à memória depois de ter fotografado este conhecido local onde os patos nadam em liberdade (há uns meses, com um grupo de amigos, alguém tentou beatificar a A. como ‘santa padroeira dos palmípedes’ – após referência ao Condestável e a criatividade de uns e outros é colectivamente ilimitada) - por termos parado neste local após longa caminhada e a nossa amiga ter lançado a este mesmo lago um pacote quase inteiro de bolachas ‘crackers’ que transportava na mochila, fazendo a alegria da passarada que se deslocava em meio aquático.

Que local é este aqui fotografado (caso tenham conseguido chegar a este ponto do texto)? Fácil…

E acertou a Ana Domingos: a fotografia foi tirada na Várzea de Colares.

3 comentários:

Unknown disse...

Chegar ao final da história, cheguei, com muito gosto, mas infelizmente não consigo identificar o local... Fez-me lembrar o jardim do Seixal e uma história semelhante à sua, que envolve um pombo, caído do ninho, no Terreiro do Paço, alimentado durante umas semanas na varanda de um terceiro andar, que transformou numa pocilga, e um ultimato para lhe ser encontrada uma casa mais adequada, do estilo «é o pombo ou eu!» :-)
Abraço

somente eu disse...

Várzea de Colares :) e os seus muitos patos

Bom fim de semana
Ana Domingos

teresa disse...

Obrigada, Nicolina.
Não sendo 'simpatizante' de pombos, nunca deixaria um em agonia... mas compreendo o ultimato, pois sujam e muito!

Abraço:)

Está certo, Ana.
É mesmo a Várzea de Colares
e respectiva 'pataria'.

Um bom fim-de-semana:)