6 de maio de 2009

INDIGNAR-ME É O MEU SIGNO DIÁRIO























No habitual “footing” diário pela blogosfera, em http://salvoconduto.blogs.sapo.pt/, ficou a saber que o governo dos Estados Unidos não concedeu visto de entrada ao cantor cubano Sílvio Rodriguez. O cantor, apenas, pretendia participar na homenagem que Nova Iorque prestou a Pete Seeger pelos seus 90 anos.
Carta de Sílvio Rodriguez para Pete Seeger:

"Admirado y querido Maestro Pete Seeger:

En estos momentos se está celebrando el concierto de homenaje que decenas de cantores justamente te ofrecen. Pasan por mi mente algunas de las veces que tuve el privilegio de disfrutar de tu talento seductor de multitudes. Así te recuerdo en La Habana, cantando solidario junto al Grupo de Experimentación Sonora; así te recuerdo en aquella gira dedicada a Víctor Jara, por varias ciudades de Italia; y así también revivo aquella helada noche de febrero de 1980 en que respondiendo a tu llamado viajamos desde Nueva York hasta Poughkeepsie y te escuchamos “Snow, Snow”, obra maestra de quien se hizo preguntas ante un paisaje invernal.

Traté de volver a estar contigo hoy, pero, como bien sabes, no me dejaron llegar los que no quieren que los Estados Unidos y Cuba se junten, se canten, se hablen, se entiendan. Son los que piensan que el mundo se divide en poderosos y en débiles; los que sólo aprecian a los que son ricos y fuertes. Son los que no nos perdonan que aún siendo pequeños hayamos decidido vivir de pie. La realidad grita que cada vez deben ser menos estos brutos, pero de alguna forma esa minoría todavía impera y manda. Algunos de ellos vieron un peligro en que nos encontráramos y que un simple acto de fraternidad simbolizara a dos pueblos vecinos que pueden coincidir en canciones y afectos.

Pero no solo yo, querido Pete: todo mi digno y sin dudas mejorable país te admira, te respeta y celebra tus honorables nueve décadas defensoras de la justicia social, la paz y la cultura.

Aquí nadie te ve como un peligro sino como un extraordinario amigo que no nos dejan abrazar con la libertad que quisiéramos. Por eso, más que yo, toda esta Cuba que te quiere, bloqueada todavía por los abusadores, está a tu lado ahora cantando tu profética We Shall Overcome y nuestra martiana Guantanamera.

Un beso para Toshi y un fuerte abrazo para ti.”

4 comentários:

teresa disse...

Ocorre perguntar: nem na era Obama?
Não gostando de generalizações e um pouco à margem, não consigo anular (não sei se será o preconceito) alguns ecos que me vão chegando através de testemunhos familiares ou pela imprensa do outro lado do Atlântico.
1)- o meu padrinho que vive em Filadélfia há mais de 40 anos, contou-me que aquando do último concerto de Cesária Évora no novo continente,a audiência estava muda, pois a cantora sentava-se voltada para as costas da cadeira, fazia as paragens que lhe apetecia e, surpresa das surpresas para o público, ia acendendo um ou outro cigarro no meio da actuação.
2)- quando Almodovar ganhou o óscar de melhor filme estrangeiro, os convidados para a comemoração ficaram eufóricos pois no bar alugado para a festividade todos fumavam e havia cinzeiros (imposição do realizador). Diziam com entusiasmo que pareciam estar a reviver os idos 60.
Tudo isto não para fazer apologia do fumo - gostaria eu de ser não-fumadora - mas para referir que isto de "leis secas" dá sempre maus resultados.É claro que se trata de uma imagem, pois o assunto é de maior gravidade e nem vale a pena entrar em aprofundamentos críticos (a guerra fria reveste-se de diversas roupagens):(

gin-tonic disse...

Assim à primeira vista, Obama, não deverá ter nada a ver com esta decisão e, provavelmente, quando soube deverá ter ficado mais que chateado. Até porque Pete Seeger, juntamente com Bruce Springsteen e outros cantores, participou num concerto da tomada de posse de Obama, cantando, com uma energia que que qualquer jovem invejaria, "This Land Is My Land".
Isto são mais decisões de secretaria do governo, aqueles pequenos poderes onde a ignorância e o não senso campeiam. Já lhe disserem que terá sido Hillary Clinton a tomar a decisão mas quem o disse tem um ódio de estimação por Hillary e é adepta de uma teoria de conspiração que atira para o facto de Hillary só estar na administração para tramar Obama.
Sobre o fundamentalismo anti-tabaco falará um dia...

teresa disse...

* Soube que a sra.Clinton cometeu "gaffes" bastante incómodas (digamos que "étnicas") durante o processo eleitoral;
*quanto ao fundamentalismo anti-tabágico já o vivi por lá (e ainda mais longe, nos quase-antípodas australianos). Sempre respeitei os não-fumadores já estive (e vi outros passar pelo mesmo) sujeita a situações no mínimo ridículas, tendo sido por diversas vezes tratada como sofrendo de lepra (em contexto bíblico):(

gin-tonic disse...

Como ele a compreende, Teresa!...
É apenas um fumador ocasional de uma cahimbada depois do almoço, de um charuto quando o Rei faz anos, mas detesta fundamentalismos. Respeita os não-fumadores mas pensa que se atingiu o absurdo. Não havia necessidade...