12 de março de 2007
a questão das embaixadas e o bom senso
a semana passada, a propósito da decisão da retirada do embaixador de portugal no iraque (não é o encerramento da embaixada, porque ficará lá, ao que parece, um funcionário iraquiano para tratar de questões burocraticas), dizia o inenarrável presidente do psd, naquele seu ar pequenino e patético, que era uma decisão leviana e que precisava que o primeiro ministro lhe explicasse a razão de tal decisão.
bom... para explicar alguma coisa ao pequenino mendes deve ser preciso chamar alguém do ensino especial, porque se não entende que um embaixador que já teve 3 tentativas de atentado conhecidas, frustados pela sua força de protecção da gnr; que está num país onde as trocas comerciais são praticamente nulas; onde não existe uma comunidade portuguesa; onde qualquer membro da embaixada para sair do bunker tem que o fazer com colete á prova de balas...
se o senhor mendes não consegue entender isto assim... nem com um desenho lá vai.
mas a verdade é que este tema das embaixadas tem dado pano para mangas, e hoje, no dn (que agora recebeu de presente toda a direcção jornalistica directamente do excelso correio da manhã....), um jornalista glosava sobre o tema e comentava sobre 3 casos que, segundo ele, iluistravam bem o absurdo da política de representações diplomáticas de portugal.
assim,
o primeiro absurdo era o facto de portugal ter embaixadores nas ilhas cook e samoa (com indicação do nome do senhor e tudo...),
o segundo a existência de um adido cultural em andorra e
o terceiro o facto de ter existido em tempos um conselheiro para os assuntos da agricultura e pescas na embaixada de portugal em roma.
factos estes que, o esperto jornalista e eventual candidato a conselheiro de marques mendes no que respeita à política de representações nacionais no estrangeiro, classifica de 'pérolas'.
mas tal como a marques mendes deve ser difícil explicar como é que é sensato mandar regressar os funcionários da embaixada de portugal no iraque a portugal, também ao escriba do diário de nóticias deve ser difícil explicar 3 coisas:
1. nem as ilhas cook nem as ilhas samoa possuem qualquer representação nacional, sendo os interesses de portugal nesses países representados pelo embaixador de portugal na australia:
2. andorra é, a seguir ao luxemburgo, o país onde percentualmente mais portugueses trabalham, sendo a presença portuguesa superior a 10% da população total e numéricamente (mais de 7 000 portugueses) muito superior à existente em muitos outros países muitos mais 'sonantes', e onde o português (segundo a insuspeita wikipedia) é já considerado um dos seus idiomas.
3. em roma situa-se a sede da fao (a organização das nações unidas para a alimentação), sendo que o facto a reter aqui seria que é lamentável que esse 'absurdo' cargo esteja nem ser ocupado desde o consulado de freitas do amaral.
mas por falar em absurdos, gostava de assistir a uma conversa entre o senhor marques mendes e este esperto escriba do diário de notícias... sobre embaixadas.
é que ando a precisar de rir...
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