15 de setembro de 2006

Oriana

Morreu a Oriana Fallaci.
Acho que este
artigo sobre ela é muito esclarecedor, sobre a grande mulher que foi. Apesar das suas opiniões inflamadas. Ou por isso mesmo: num mundo em que as mulheres primam por serem cordatas, esta ousou ser uma autêntica arruaceira da opinião.
É uma dúvida que me perturba. Porque é que as mulheres têm tanto medo de exprimir as suas opiniões? de preferirem silêncios tranquilizantes? Porque não pelejam? Porque não escrevem? Porque medem tanto as chatices eventuais que provocarão ao dizerem o que pensam?
O primeiro livro que li dela foi aos quinze anos, salvo erro, chamava-se uma entrevista com a história. E devorei o calhamaço com toda a energia. Na época adorei.
A Oriana de fada nada tinha: era controversa, enérgica, agressiva, fácil de se odiar, com opiniões nada politicamente correctas.

Eu no entanto, sempre tive um fraquinho por ela e sei que certamente o jornalismo ficará mais pobrecom a sua morte.
Sim porque ela morreu, estou farta de ouvir dizer ela foi-se, ela desapareceu, ela não está entre nós, Deus levou-a....(tudo dito com ar etéreo e compungido).
As pessoas morrem e ponto final. Fica a memória e a obra.
Adeus Oriana.
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