17 de março de 2005

semana juan del enzina, parte 4

para que a nossa leonesa que só fala castelhano não me chame mais nomes e não me rogue mais pragas, hoje isto vai em versão mais legível, embora um pouco mais hardcore.

é quase impossível cantar esta música sem um imenso riso interior.

o texto nas peças cantadas (e principalmente nas cantadas em linguagem não corrente) é, a maior parte das vezes, imperceptível na sua totalidade.
no ouvido das pessoas fica apenas o texto da parte a que hoje chamamos refrão.
por isso esta canção parece aos seus ouvintes uma peça sobre pássaros.

cucu, cucu, cucucu
cucu, cucu, cucucu
guarda non lo seas tu
compadre debes saber
que la mas buena muger
ravia siempre por hoder
harta bien la tuya tu
compadre as de guardar
para nunca encornudar
si tu muger sale a mear
sal junto con ella tu
compadre guarte del cuerno
en verano y en invierno
que aunque te parezca tierno
duro le hallarás tu

a propósito do juan del enzina escreveu o nosso garcia de resende:

e vimos singularmente
fazer representações.
d'estilo mui eloqüuente,
de mui novas invenções:
ele foi quem inventou
isto cá, é o usou
com mais graça e mais doutrina,
posto que joam del enzina
o pastoril começou

se é pacífico que o teatro espanhol começou com o juan del enzina e se á bastante consensual que gil vicente foi imensamente influenciado por ele, a importância deste senhor para a nossa cultura é bem maior do que nos poderá parecer à primeira vista.

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