15 de novembro de 2004

Com tudo por dizer.

Há coisas que nunca foram ditas.
Porquê? Tu sabes e eu sei,que as retenho e as adio. Sabes como sou e chamas-me qualquer coisa, como criança e impulsiva. Eu não nego e não aceito. Prendo o olhar num ponto invisível para todos. Tento não estar aqui ,mas ali, enquanto não te calas . Desde que não grites, consigo certamente saír e voar sobre as casas, que me encarceram.
Vivo em modo adiado. Sei que pareço estranha. Não, não quero mudar as coisas. Quero ser como sou. Não insistas. Porque falas tanto, interrogo-me. De cabeça já fiz a lista do hipermercado. Vou tentar conter os custos este mês. Quero economizar. Não, afinal ainda continuas a discorrer. Porque afirmam que as mulheres falam tanto?
Está bem, fecho a janela, se te fazem mal as correntes de ar. Vamos ao cinema, como queres. Para mim contigo é tudo igual.
Só tudo se modifica, quando não estás. Por enquanto estou aqui, mas se de facto me soubesses ler, já me saberias ausente. Em parte incerta. Imaginando planos.
Só sei, como o José Régio, só sei que não vou por aí. No caso só sei, que sei, que não vou ficar contigo por aqui.
E estou a ouvir Vivaldi cá dentro, uma das quatro estações e a minha favorita, enquanto sorrio e te digo a tudo que sim. Na realidade ficará sempre tudo por dizer. Obviamente.

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