Hoje apetece-me escrever, sei lá eu bem porquê. Talvez os cheiros que a chuva acorda, me façam revigorar. Nunca sei explicar estes fenómenos.
A remexer coisas antigas, deparei-me com a abissal diferença de tecnologias: em 1988 escrevia-se à máquina e era preciso usar os dedos todos, como dum piano se tratasse. Ter uma máquina eléctrica já era bom.
Igualmente não se digitalizava nada.Nem se sonhava com um scanner! Fotocopiava-se e montava-se uma maquete.E se a perfeição era pouca, a imaginação nunca faltava.
Agora as técnicas da nossa produção das escritas e imagens são infinitamente melhores. Mas às vezes tenho saudades dos cortes, das colagens e das risotas. E de escrever com tinta permanente e ficar com os dedos sujos. Usar tinta sépia, verde, roxa, sei lá, o que nos apetecesse. E usar caderninhos.Cheios de notas e de coisinhas metidas lá dentro.
Sim, se calhar poderia fazê-lo agora. Mas quase me desabituei a escrever à mão. Mesmo para visualizar um texto pessoal, prefiro teclá-lo directamente para dentro desta maquineta e analisar o resultado.Caderninhos só uso quando estou na rua a trabalhar e tenho que tomar notas. Número de famílias, moradas, detalhes a considerar.
Perdemos coisas, ganhamos outras.
Daqui a dez anos, o que estará a suceder?
E voltou a chuva. Que bom!
Abeijos e braços para variar.
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