A minha primeira paixoneta chama-se Luís. Eu tinha 12 anos e ele 15. Ia passar o mês de Agosto à minha aldeia com os pais. Era de Lisboa e sofisticadíssimo, falava de coisas que eu não conhecia, o que me fazia sentir campónia. Tinha um walkman, andava de bicicleta e tinha uma belas pernas bronzeadas, porque ia para a Costa da Caparica. Trocámos o primeiro beijo debaixo de uma videira: achei horrível. Fomos apanhados nesse momento pelo meu pai o que ainda piorou a sensação. Não sei qual de nós ficou mais envergonhado, se eu ou o meu pai.
O namorico durou três ou quatro anos. O encantamento acabou quando ele me trocou por uma urbana qualquer que também foi passar férias à aldeia. Fiquei danada e mais danada ainda quando a urbana regressou a Lisboa e ele quis namorar comigo outra vez. Mandei-o passear. Mas a história ficou mal resolvida...
Quando eu tinha 21 ou 22 anos, ele disse-me que queria falar comigo. Ele era já um homem feito e queria propôr-me namoro. Assunto sério. Mandei-o passear. Já não me parecia nem cool, nem sofisticado, nem bonito, nem citadino. Apenas pedante.
Agora encontramo-nos a passar férias na terra. Ele está casado, gordo, careca e um bocado pedante.
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