20 de agosto de 2004

Escolinha

De bibe castanho e branco feito pela minha avó e amuadíssima, lá fui eu para a escola primária, para a sala da dona Mariazinha.
Estava revoltada porque em vez continuar a passar os dias a brincar, ia começar a ter que passar as tardes na escola.
É claro que odiei a escola, estavam lá as minhas amigas todas, mas não podíamos sair e ir passear para o campo como fazíamos antes, as cadeiras de madeira eram desconfortáveis e a sala era fria.
a professora era rígida e ríspida sempre com a régua comprida em riste, berrava muito mas não sei porque carga de água engraçou comigo
Sim, eu, a menina que se esquecia que estava numa sala de aulas e começava a falar alto com as amigas; a que inventava dores de barriga dolorosas quando tinha aulas de picotar (a manha aguentou-se até o meu pai começar a desconfiar).

Dos tempos da primária lembro-me acima de tudo que odiava as aulas de picotar e de desenhar, de gostar imenso de ler e fazer contas, e de me ter enganado na récita da escola:

A barata diz que tem
Um sapato de fivela.
É mentira da barata
O sapato é da mãe dela.
Ha! Ha! Ho-Ho-Ho!
O sapato é da mãe dela!

(agora dei por mim a cantarolar a cançoneta)

Mas o que eu gostava mesmo na primária era de brincar com as minhas amigas neste campo.


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