12 de outubro de 2011

A tradição já não é o que era...



(imagem: papinhadoceblogspot)

Um mês de Outubro com cheirinho a Verão, as praias cheias mesmo em tempo de marés vivas e de falta de vigilância e uma tentativa infrutífera em encontrar semelhanças com tempos mais ou menos remotos, levam a que as condições atmosféricas se tornem tema de conversa por onde quer que se passe.
Para quem é do tempo em que tudo tinha uma época certa e as estações do ano eram marcadas, o cenário afigura-se  de ficção. Até o príncipe dos poetas começa a perder terreno nos versos «o tempo cobre o chão de verde manto,/que já coberto foi de neve fria», pensamento súbito ao encontrar, no Rossio, um convicto vendedor de castanhas não fotografado, a fim de não se perder o transporte que conduz a casa. Fica-se a pensar se este comerciante habitualmente associado ao frio conseguirá ser bem sucedido, quando as garrafas de água, ao longo do dia, são a aquisição prioritária.

4 comentários:

Carlos Caria disse...

Que estranha tradição, a de comer castanhas em calção de banho ao sol abrasador dos 33 graus de hoje em Coimbra por onde passei, mas lá estava a mulher das ditas, em t-shirt pronta para o que der e vier.
A tradição já não é deste tempo.
Abraço

teresa disse...

Bom, então na praia, nem sei o que diga!

Abraço.

Luísa disse...

Há duas semanas reparei que a barraca das castanhas da estação principal já estava no sítio quase pronta para ser aberta. Na semana passada, reparei que a caravana dos sorvetes tinha sido retirada e que já se vendiam heissi Marroni (dialecto para heisse Marroni: castanhas assadas), mas ainda não puxava porque eu andava de t-shirt e casaquinho de malha.
Há coisa de 3 dias o frio veio a sério: gorro, casaco quente fechado até cima e, mais logo (porque não tive tempo antes), 200gr. de "quentes e boas" (para ser perfeito, só falta elas serem todas sujas com fuligem!). Desculpem fazer inveja, mas normalmente é ao contrário... :D

teresa disse...

... mas essa inveja é saudável, Luísa, ou seja, uma «boa inveja».

Passei vários Natais em África e o dia 25 era normalmente celebrado na praia, com um grupo de amigos e conhecidos e ficava sempre nostálgica a pensar que me tinha sido sonegada uma quadra festiva, normalmente passada com as várias gerações da família e de lareira acesa:)