5 de maio de 2011

A vizinha do lado



A CRIADA DE CIMA E JERÓNIMO 

A CRIADA DE CIMA (Varrendo e descendo):
Varre, varre, linda vassourinha...
 Abana, abana, meu abanador...
 Sempre, sempre em movimento (bis-) Vassourinha varre o chão...  E o abano faz o vento (bis)
Para acender o fogão...
 Rica vassoura, quando serás minha?
Tu queres de abano passar a varredor?
Varre, varre, linda vassourinha!
Abana, abana, meu abanador...
 (durante a cantiga tem-se visto aparecer do lado inferior, Jerónimo, guarda-portão dos seus cinquenta anos e pico, cara bonacheirona, blusa de riscado e boné de pala, que vem pachorrentamente puxando o lustro ao corrimão e, de caminho, limpando. os ferros da escada. Ao ver  a criada, detém-se a ouvi-la até que com um sorriso. ..) 

JERÓNIMO — Ora viva a menina Joaquina!...
A CRIADA DE CIMA (parando de varrer e debruçando-se no corrimão) Viva lá, Sr. Jerónimo!...
JERÓNIMO-  Está boa? Vive com gosto?
A CRIADA DE CIMA (Rindo) Eu cá vou... E vossemecê?
JERÓNIMO  Não há remédio senão ir puxando pela vida... As suas patroas estão bem?
A CRIADA DE CIMA  A  senhora está boa….E a menina também está boa, muito agradecida. (…)

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