17 de fevereiro de 2011
No escurinho do cinema
Universo paralelo ainda sonhamos, rimos , choramos a olhar o ecrã e quase acreditamos atravessá-lo, qual Mia Farrow em Rosa Púrpura do Cairo… No presente, fica-se comodamente em casa ou permanece-se em pequenas salas de estúdio, muitas vezes desertificadas ( sempre que povoadas de gritos e vozes têm igualmente algo de hostil)… Os espaços a perder de vista com plateia e balcão deram lugar a áreas restritas… Assistir a um filme era, no passado, empolgante acontecimento. Os mais velhos da família costumavam contar-nos sobre o aparecimento do sonoro a dar azo a temas musicais como o famoso Teodoro... Em volta da mesa do jantar, com a então numerosa família, ríamos ao ouvir sobre as falhas técnicas dos primeiros filmes sonoros exibidos. Entre diversos relatos hilariantes, ficámos a saber que, muitas das vezes, a vítima morria baleada em patético revirar de olhos e arrepiantes trejeitos de dor e só após o fatal acontecimento se ouvia o disparo da arma de fogo…
O avanço dos recursos técnicos quase deixou de nos surpreender e algumas longas metragens vivem – atrever-me-ia a dizer que quase em exclusivo - de efeitos especiais, sem uma história a contar … Algumas produções muito alicerçadas na técnica deixam pessoais sensações de vazio. Sem querer construir uma opinião dual e simplista a defender outras eras da sétima arte, pensa-se que a força residia muito no talento: quando a técnica era incipiente e pregava partidas, muito mais se exigiria, decerto, aos actores , isto genericamente falando...
Para concluir, pergunta-se se identificam os actores nas imagens.
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4 comentários:
Gostei desta viagem no tempo, Teresa.
O grande Chaplin e Olivia de Havilland. :)
Também gostei de evocar algumas memórias familiares depois de ter andado a mergulhar em fotos salvas de um computador que parou de vez... E claro que acertaste:)
Concordo com os nomes dos actores.
Também lá em casa havia cinéfilas e ouvi muitas memórias de outra forma de assistir a um filme no cinema.
As sessões contínuas; os rapazes que guardavam no bolso uma gravata sem a qual não podiam entrar na sala e passavam ao colega quando vinham cá fora, junto com o bilhete de cinema que rendia; as estrelas de que se vendiam "retratos" coleccionáveis nas papelarias; o penteado da actriz que se copiava...cresci a ouvir esses episódios e tenho essas imagens comigo como se as tivesse vivido eu própria. :)
Belas memórias que aqui acrescenta, Branca. Olhando para as fotografias de juventude da minha mãe e tias, não duvido de que muitos dos modelos que usavam seriam cópias ditadas pelas actrizes mais mediáticas:)
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